09 março 2010

Brasil endurece comércio com EUA

. Está na Folha de S. Paulo de hoje. Uma série de produtos norte-americanos poderá ficar mais cara para o consumidor brasileiro daqui a 30 dias, prazo marcado para a entrada em vigor da retaliação comercial contra os Estados Unidos por causa dos subsídios concedidos pelo país aos produtores de algodão, prática que foi condenada pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
. Na lista de retaliação, publicada ontem no "Diário Oficial da União", foram incluídos 102 itens, que vão desde alimentos até automóveis. O objetivo é elevar o custo desses bens e, consequentemente, estimular a substituição pelo consumo de equivalentes nacionais ou importados de outros países.
. "Não esperamos um aumento de preços no mercado. Apenas os produtos americanos ficarão mais caros", explicou a secretária-executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Lytha Spíndola. "Espera-se que ocorra um desvio de comércio para produtos de outros fornecedores", afirmou.
. Autoridades dos EUA, no entanto, ainda tentam negociar uma saída que evite que a retaliação seja colocada em prática, em abril. Na semana passada, a secretária de Estado, Hillary Clinton, encontrou-se em Brasília com o chanceler Celso Amorim para debater o assunto e hoje é a vez de o secretário de Comércio americano, Gary Locke, chegar ao país para buscar um acordo.
. Mas o governo brasileiro, apesar de seguir aberto ao diálogo, alega ainda não ter recebido proposta satisfatória. "Temos recebidos indicações em vários níveis políticos sobre negociação, mas nada concreto", afirmou o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey.
. Com a lista, o governo espera que os setores afetados pela medida pressionem o Congresso americano a retirar ao menos parte do subsídio ao algodão. A retaliação, que tem prazo de vigência de um ano, pode ser renovada enquanto os EUA continuarem a conceder incentivos ilegais e que distorcem o mercado mundial do produto.

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