Sinal fechado, sinal aberto
Luciano Siqueira
Bem que cabe um fundo musical na voz de Paulinho da Viola: “– Olá! Como vai?/– Eu vou indo. E você, tudo bem?/– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro...”. Em pouco mais de um minuto, às vezes menos, o breve diálogo se dá assim em poucas palavras, na distribuição do jornal de prestação de contas do nosso mandato de vereador no Recife e agora, a campanha em andamento, panfletos da candidatura a deputado estadual.
Das sete às 8 da manhã e das 17 às 18 horas, junto com militantes, amigos e assessores compareço a cruzamentos movimentados da cidade, tal como na campanha eleitoral de 2008. Poucos são os que não abaixam o vidro do carro para receber nossos impressos, aplaudir nosso gesto e comentar algo. Tem de tudo.
“- Desculpe, sou católico, não posso receber.” - Católico?! “- Sim, não é jornal evangélico?” - Não, amigo, é a prestação de contas do meu mandato. “- Ah, sim, agora estou vendo quem o senhor, não é Luciano Siqueira?” - Sim, sou eu, muito prazer... Leia com atenção e faça sua crítica, se desejar. “- Vou ler, sim. Conte comigo, doutor, o senhor é de fé.”
Outra: “- Recebo não, de jeito nenhum!” – Tudo bem, respeito sua atitude... “- Ah, é você, nosso vice-prefeito!” – Isso mesmo, como vai? “- Desculpe, é que a gente recebe tanto papel que, rodando nesse taxi o dia todo, meu carro fica parecendo depósito de lixo...”.
Nesse caso, o taxista encosta o carro, puxa conversa e jura o voto, dele e de toda a família, e ainda pede uma cota de panfletos para distribuir.
Essa forma de campanha – o contato direto com a população na rua, tanto em cruzamentos movimentados como em portas de fábrica, escolas e locais de grande afluência – tem se mostrado, ao longo de sucessivas campanhas, muito eficiente. E prazerosa. Além de estimular o ânimo combativo da militância.
Ainda hoje escuto referências à minha presença nas ruas – tal como também o faz Luciana Santos, inclusive quando prefeita de Olinda – como fator de escolha do voto. “- Você é o único que tem a coragem de olhar a gente nos olhos”, dizem com frequencia.
Reação negativa? Aqui e acolá, sim. Até agressiva. Mas isso faz parte, como se costuma dizer, a gente encara com naturalidade e, não raro, consegue neutralizar ou reverter – desde que o semáforo demore a abrir ou a fila de carros seja grande.
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