Campanha de conteúdos e compromissos
Luciano Siqueira
Todo candidato necessidade sustentar um discurso – a um só tempo correto, coerente e permeado por propostas factíveis. Mais: é preciso difundi-lo em termos compreensíveis e capazes de atrair apoios e, se possível, emocionar o eleitor.
Quando se trata de candidato a presidente, governador ou prefeito o discurso se faz naturalmente abrangente. É o país, o estado ou o município a referência dos compromissos a serem assumidos perante o povo.
E quando se trata de uma candidatura proporcional – a deputado estadual, por exemplo? É óbvio, dirão os mais apressados; cabe enumerar duas ou três bandeiras de luta e ganhar as ruas. Pode parecer óbvio, porém é equivocado. Pois não basta agitar o nome e o número do candidato.
Começa que um deputado estadual, mesmo quando eleito por uma fatia do eleitorado identificável social e geograficamente, estará na Assembléia como representante de toda a população – ou do povo, dos que vivem do seu trabalho. Isto significa que no exercício do mandato não poderá se negar a debater nenhum tema relativo aos destinos do estado. Isso exige conhecimento dos problemas, preparação prévia.
Entretanto, não significa que o candidato se exima de apresentar uma plataforma – ou um conjunto de eixos temáticos - a que estejam associadas algumas bandeiras de luta, dentre as que considera mais importantes na atualidade, com as quais se identifique e que estejam em sintonia com as parcelas da população que prioritariamente deseja sensibilizar na busca do voto. E representar.
Isso é válido sobretudo nos dias que correm, quando vivemos o início de um novo ciclo de crescimento econômico em Pernambuco e é lícito que se batalhe para que esse crescimento se dê com distribuição de renda, valorização do trabalho e sustentabilidade ambiental. Mais: convém, sob todos os títulos, assumir o compromisso de exercer o mandato de modo participativo, submetido à prestação de contas e avaliações críticas regulares. Ou seja: um debate permeado por amplo debate de idéias.
Daí porque o envolvimento de técnicos, pesquisadores, gestores públicos, lideranças populares, empresários, gente do mundo da cultura nas discussões que permeiam toda a campanha. Para que o discurso do candidato possa ganhar lastro mais consistente e seus compromissos fundamentais sejam compartilhados com apoiadores mais ativos e influentes.
Não é uma tese, nem pretende ser uma fórmula a ser seguida indistintamente. É, sim, o registro de uma experiência que tende a produzir bons resultados.
Qual a sua opinião?
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