Siqueira lastima briga entre Joões
por Gabriela Bezerra
Convivendo entre os “Joões” durante oito anos – tempo em que foi vice-prefeito do Recife –, o deputado estadual eleito Luciano Siqueira (PCdoB) acredita que a cisão entre João Paulo (PT) e João da Costa (PT) representa “um contraste com a situação política do Estado e da Frente Popular hoje”. Além de se dizer surpreso com o rompimento entre criador e criatura, Luciano torce para que as divergências sejam solucionadas. Sobre o pleito do próximo ano, que poderia trazer os antigos aliados como rivais nas urnas, Luciano foi cauteloso e não quis antecipar o debate. “A antecipação só prejudica a Frente Popular e a gestão de João da Costa.”
Mesmo sem querer adentrar na briga interna do partido alheio, Luciano deixa claro que lastima, assim como o PCdoB, essa divisão. “Sou testemunha de que durante sete anos e meio o atual prefeito foi um colaborador muito próximo de João Paulo numa relação de muita confiança. É ruim que os dois não estejam se entendendo”, comenta. Ele também avalia bem a gestão de João da Costa, que “mesmo enfrentando dificuldades de saúde, conseguiu acumular um conjunto de realizações importantes, trabalhando com um programa de governo correto”.
Há mais de 20 anos, Luciano nutre uma relação muito próxima com João Paulo e garante que a única preocupação do aliado é com o mandato que terá início no dia 1º de fevereiro. Numa votação expressiva – quase 265 mil votos –, o ex-prefeito conquistou uma vaga na Câmara Federal na última eleição. “Isso (de que João Paulo quer voltar para a Prefeitura) está mais no noticiário do que na pauta dele. João Paulo está muito tranquilo e muito motivado para assumir a nova tarefa”, garante.
Sobre uma possível migração de João Paulo para o PCdoB, especulada a partir da declaração do presidente nacional do partido, Renato Rabelo, de que a sigla receberia o ex-prefeito com grande alegria, Luciano é categórico: “O convite nunca existiu, inclusive porque João Paulo pertence a um partido-irmão. Seria inadequado e constrangedor”. Ele fez um paralelo da situação com o caso do deputado estadual Nelson Pereira (PCdoB), que se desligou do PT e ingressou no PCdoB em 2001. “Só fizemos o convite quando a possibilidade de Nelson Pereira permanecer no PT se esgotou e ele saiu do partido.” Para Luciano os problemas enfrentados por João Paulo no PT ainda não se resolveram, nem para a unidade nem para o esgotamento.
ótimo texto
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