no Vermelho:
Além da natural comoção provocada por um desastre natural tão terrível quanto o terremoto que atingiu o Japão em 11 de março, outro impacto começa a se espalhar pelo mundo: o reforço do medo da energia nuclear e os protestos contra as usinas nucleares.
No Japão, o complexo nuclear de Fukushima foi seriamente afetado pela conjugação de terremoto e tsunami, que afetou as tubulações de refrigeração das usinas, causando aquecimento excessivo, explosões, vazamento de radiação (ainda leve, mas que pode aumentar) e o temor de superaquecimento e derretimento das barras dos núcleos dos reatores, que poderiam provocar um vazamento incontrolável de radiação.
Embora os técnicos japoneses tenham conseguido até agora manter as usinas sob controle e minimizar a contaminação de trabalhadores e de moradores da vizinhança das instalações, que foram retirados pelo governo, a fragilidade continua e a ameaça de um desastre maior permanece no ar.
As reações da imprensa mundial e de governos europeus têm oscilado entre a cautela e um certo alarmismo. Na Alemanha, o governo suspendeu as autorizações para novas centrais e vai fazer uma avaliação geral sobre a segurança das 17 que estão em funcionamento. Na Suíça (que tem cinco centrais nucleares), o governo tomou providência semelhante; na Áustria, onde não existem centrais nucleares, o governo vai propor a inspeção das que funcionam nos demais países europeus. Em Stuttgart (Alemanha), um protesto ocorrido dia 14 (segunda-feira) envolveu mais de 60 mil pessoas que fizeram uma fila de 45 quilômetros entre a cidade e a central nuclear de Neckarwestheim.
Na Europa, 15% da energia provêm de centrais nucleares, embora esse índice varie de país a país, com a França no topo com suas 58 usinas que produzem 75% de sua eletricidade. Mesmo na Índia, com suas 20 centrais nucleares, será feita a revisão dos sistemas de segurança, anunciou o governo em Nova Delhi.
No Brasil, o debate também aflora e já surgem opiniões, como a do físico José Goldemberg, contrárias à ampliação do parque nuclear – o país tem duas usinas em funcionamento (Angra 1 e Angra 2), já aprovou o financiamento da construção de Angra 3 e estuda a construção de outras quatro. O presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Edson Kuramoto, tem opinião contrária e não vê o acidente no Japão como "impedimento à expansão do parque nuclear no país” pois, garante, as “usinas nucleares têm se demonstrado seguras”.
Numa época como a nossa marcada pelo forte crescimento econômico de países pobres e, portanto, faminta por energia, o debate sobre a matriz energética é fundamental. Ele envolve a denúncia dos malefícios das tradicionais usinas termoelétricas, movidas a combustível sólido e responsáveis por graus cada vez mais inaceitáveis de contaminação ambiental, até a energia hidrelétrica (motivo de discussões apaixonadas no Brasil, veja-se o caso atual da usina de Belo Monte), o uso de energias alternativas, como a sempre citada energia eólica, até o emprego da energia nuclear. É preciso levar em conta, no debate, que esta é a energia limpa, de enorme potencial, mas envolvida numa aura de medo decorrente do risco que uma usina pode representar, como os graves acidentes de Three Mile Island (EUA, 1979) e Chernobyl (União Soviética, 1986) deixaram claro.
Este debate tem uma tendência à passionalidade e este é outro grande risco: ele precisa partir dos ensinamentos da ciência e das conquistas da técnica e ter muita transparência e larga difusão de informações. É preciso um debate transparente que permita às populações decidir com critérios sobre a construção de novas usinas nucleares e sua alternativa, a utilização de energias renováveis. Os defensores da energia nuclear devem informar a população sobre os verdadeiros riscos. Por outro lado, não é construtivo fazer concessões a visões idílicas e eludir a necessidade de produzir energia para fazer face às crescentes demandas da sociedade.
Estados Unidos têm mais de cem usinas nucleares, Europa outros tantos. Tá na hora do Brasil parar com essa idéia maluca de instalações de mais usinas e desativar as existentes. Temos bstante vento e sobreturdo recursos hídricos e geografia favorável às Hidrelétricas, além do sol!!! Acredito que quem não quer, por exemplo, Belo Monte, são os organismos internacionais e o Greenpeace(que não consegue lutar contra o poder norte-americano para barrar as usinas nucleares) que na verdade não querem o desenvolvimento de nosso País! Políticos sérios como o senhor nos fazem acreditar que podemos sim dizer não à instalção dessa máquinas moríferas aqui em Pernambuco, no Nordeste e no Brasil!!!
ResponderExcluirAgostinho Rocha - Recife.