O Brasil precisa de estrelas
Monicky Mel Araújo, jornalista
O escritor Rubem Alves fala que é preciso mudar da caixa de ferramentas para a caixa de brinquedos, com isso quer dizer que é necessário uma educação menos rígida e mais eficiente, que passemos da arte de decorar para a arte de aprender e nos desenvolvermos como seres humanos capazes de construir o futuro, o nosso futuro, o nosso país.
Como brasileiros, somos taxados de um povo de memória curta, mas será que temos mesmo uma memória curta ou uma memória seletiva? Pois aposto na memória seletiva, lembramos apenas daquilo que nos traz felicidade, mesmo que momentânea como os jogos de futebol, nosso títulos mundiais, o carnaval que leva a felicidade do nosso povo para todo o mundo, esquecemos de passagens importantíssimas de nossa história, como a ditadura militar, guerrilhas como a do Araguaia, que pedia um pouco de bem-estar para a população do norte e seria o marco da luta armada no país.
Somos um país sinônimo de futuro, hoje, somos o próprio futuro. Mas como nos tornaremos um potente país se a maior parte de nossos jovens desconhece o nosso passado de fato? É necessário preservar a nossa história, o que só será capaz através de um constante incentivo aos jovens, uma educação de qualidade e eficaz, não apenas para constar nos bons números do governo. Precisamos de jovens que sejam capazes de discutir política com qualidade, dispensando qualquer forma de politicagem. Que conheça economia e seja capaz de cuidar do seu próprio orçamento, que saiba o que é economia da cultura e a relação direta com os seus atos.
Preservar a nossa história é uma grande responsabilidade, não só das escolas, mas também dos movimentos sociais, que se espalham por todo o país, atingem as grandes cidades e os grotões. Que conhecem bem o dia-a-dia do povo e as suas reais necessidades. São necessários tantos outros Lulas, Dilmas, Joãos, Pedros, Marias. Precisamos de seres humanos capazes de discernir a importância de uma copa do mundo para o desenvolvimento de um país e não apenas mais uma estrela no uniforme da seleção. Precisamos de estrelas, que ocupem o lugar da geração de 60/70, que tenham ideais construtivistas e lutem por eles, ou que pelos menos tenham ideais, mas que saiba da sua importância para a construção da sociedade.
Ótimo texto! Opinião forte e bem embasada. Parabéns, Monicky!
ResponderExcluir