08 setembro 2011

A responsabilidade cidadã no processo político

Kandinsky
Aprender política para mudar a nossa sociedade
Monicky Araújo


Política. Uma questão complicada de se entender e, muitas vezes, de participar nessa nossa democracia. Que age sozinha, nos levando com ela apenas nos momentos estritamente obrigatórios, como a hora do voto. ‘Esquecendo’ que as decisões governamentais devem ser pautadas e, sobretudo, apoiadas pela população. Além de terem como meta o nosso bem-estar.

Os candidatos ao governo infantilizam o cidadão ao transformar o momento eleitoral em festa, “pão e circo”. Levando às praças (comícios) os eleitores para que possam falar mal dos adversários e deixam de lado a construção de um projeto amplo e de um debate de idéias edificantes de um lugar melhor para viver.

Em meio a tantos escândalos o cidadão é ‘obrigado’ a desconfiar de tudo e de todos, principalmente dos senhores políticos e, mesmo que existam aqueles honestos e trabalhadores, como acreditar se deputados corruptos são absolvidos em votações secretas? Se os jornais só nos mostram violência, exclusão e descaso social, além de muita farra com dinheiro público e falcatruas até na hora de construir um novo partido político.

Há quem culpe os políticos, mas estes homens que nos representam só estão lá porque votamos neles. Se escolhermos os realmente bons no lugar dos mais eloqüentes e deixarmos de usar o ridículo argumento de que não tinha ninguém melhor. Poderemos mudar a nossa sociedade, por é CLARO que sempre HÁ alguém melhor que um corrupto. Principalmente, aprendamos a não jogar fora a nossa liberdade ao vender o voto, por uma dentadura, um saco de cimento, uma cadeira de rodas ou alguns montantes de reais.

Outros culpam os meios de comunicação por “adotar” um personagem e torná-lo ídolo, mito. Mas também somos nós que escolhemos a informação que iremos receber, sempre podemos mudar o canal da TV, do rádio, ler outro jornal, pedir menos espetáculo e mais realidade. Assistir menos reality shows e mais programas educativos. Um bom exemplo? Documentários das TVs Câmara e Senado.

Poderíamos culpar a nossa pouca educação, argumento plausível. Passamos por um longo período de ditadura, nossas escolas ainda não são tão bem preparadas para educar a juventude sobre a sua importância na construção de uma sociedade, do seu papel na coletividade. São poucos os professores que cumprem o seu papel de, pelo menos estar presente na sala de aula (sabemos que os salários são indecentes, mas que tal fazer a parte de vocês para poderem cobrar. A ética não saiu da moda). Mas, ao invés de fiscalizar e buscar melhorias, nos jogamos ao ostracismo. Esquecemos que só nós podemos agir e mudar a nossa realidade.

No próximo ano, oficialmente, começa o período eleitoral onde, algumas dezenas de pessoas, vão se tornar os nossos amigos mais próximos em busca de nosso voto. Nossa ajuda para elegê-los, então está mais do que na hora de analisar FRIAMENTE cada um dos nossos representantes, procurar o seu trabalho, saber se eles devem continuar ou será melhor deixar o lugar vago para que alguém realmente competente ocupe.

Deveremos analisar o curriculum, as propostas, a veracidade das afirmações e do caráter daqueles que propõem nos representar. Esqueçamos os rostinhos bonitos e vazios. A nossa proposta deverá ser a de crescimento saudável e sustentável. Esqueçamos o grande espetáculo que é o momento eleitoral e adotemos o debate de ideias, para que nosso país deixe de ser uma aposta para o futuro e se torne a escolha do PRESENTE!

Busquemos respaldo no meio social em que vivemos. Analise a situação da rua onde você mora. Falta segurança? Cobre proteção. Atente para o horário do carro do lixo para não sujar ainda mais a cidade. É um pequeno passo para a educação e desenvolvimento, que permitirá uma visão mais crítica da realidade.

Pequenos detalhes farão ver se o professor está na sala de aula. Se o conteúdo é passado com decência para o seu filho. Se este pequeno cidadão saberá escolher seus representantes e lutar por direitos básicos como educação, infraestrutura, saúde.

O debate político começa em casa. Desde a infância e torna a criança um cidadão consciente da sua participação e capaz de desenvolver um projeto duradouro e eficaz de desenvolvimento.

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