elipse
finco a chuva
entre tuas pernas
e espanto o estio
da pele fogem relâmpagos
da boca saltam trovões
nos olhos pairam coriscos
e um céu sertanejo
sulco a terra
neste plano horizontal
levemente oblíquo
caminho abissal
semeadura de contas
folhagem
teu verso coruscante
aflige ensandece espanta
o inverno se faz
em uma tempestade
quadrada
ao amor é dada
a calha
ah! quem sabe agora
o orvalho se move
e nos devolve as espigas
que colhemos durante a noite
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