Mistérios de dezembro
por Daniel Lima em réplicas de JMB
Dezembro é o cântico contido.
Implosão de subjetividades.
Explosão de consumismos.
A vontade de ser que se recolhe
e aguarda o seu momento.
Pelo desejo em disponibilidade.
O que será que será dos desatinos?
Misteriosas coisas de dezembro.
Mais efêmero no eterno corpo a corpo.
Vestígios de rara fraternidade.
Dezembro é o último
mas haverá o primeiro,
outra vez o primeiro.
É isto a história.
A voz dos vencidos na febre
que nos ultrapassa.
Por outra historicidade.
A razão confundiu os filósofos.
A filosofia enforcou-se de vergonha.
E ninguém mais soube
o que era a razão
(ou para que servia).
A emoção tatuando os pop filósofos
desavergonhados da fenomenologia.
Transe dos conceitos às práticas
trans for ma do ras.
Tudo pode ser reverso comunicativo.
Nada pode ser melhor explicitado.
ENTREVERO de poetas bem malditos
porque mal editados.
Outros mistérios de janeiro a dezembro.
É tempo de esperança.
Tudo acaba, tudo recomeça.
Deus nasce, Deus morre,
Deus ressuscita.
O tempo continua/a vida é isto.
As coisas estão cheias de deuses?
Vertigem dos lugares incomuns.
As coisas passando pelos recantos.
Mas, desejando pulsar com elas,
eles, todos, alguns.
Rarefatos. Rarefeitos.
Muito além dos limites da nudez
e da mudez dos que preferem
a rotina do bom senso.
Dezembro, nosso cântico desmedido.
Jomard Muniz de Britto/ dez/2011
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