Cadê meu chá de camomila?
Luciano Siqueira
Desde menino escuto que quando alguém está “alterado” ou “neurastênico” (se dizia assim), um chá de camomila resolve. Resolve mesmo, a depender do grau de desequilíbrio emocional do interessado.
A camomila (nome científico Matricaria recutita), não apenas é uma plantinha de reconhecidos dotes ornamentais; servida como chá tem efeito calmante e, de quebra, faz bem à pele e aos cabelos. E ainda dá sorte, atrai dinheiro e afasta mau-olhado, segundo os mais crédulos.
É o que ensina a experiência popular e o que dizem cientistas atentos ao assunto.
Pois bem, se é assim por que não recorrer ao chá benfazejo ao invés de consumir ansiolíticos – diazepínicos e assemelhados - que, além de caros, ainda podem gerar dependência?
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), justamente os tais ansiolíticos, que atuam como inibidores do sistema nervoso central, têm sido mais consumidos no Brasil do que muitos outros medicamentos que exigem receita médica.
A Anvisa tem a comprovação estatística do fenômeno a partir do Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, que lhe permite anotar que desde 2007 esse tipo de medicamento ocupa o primeiro lugar na fila, na frente de emagrecedores e anabolizantes.
Só o Rivotril (princípio ativo clonazepam) pulou de 29,46 mil caixas em 2007 para 10,59 milhões em 2010, correspondendo a R$ 92 milhões desembolsados por brasileiros e brasileiras aflitos. O segundo colocado, o popular Lexotan (bromazepan) teve nada menos que 4,4 milhões de unidades consumidas em 2010, seguido do Frontal (alprazolam) com 4,3 milhões de unidades.
A explicação está na equação pacientes angustiados, médicos impacientes. Pois muitas vezes uma boa conversa, uma pitada de compreensão e uma dose de esperança podem perfeitamente evitar a medicalização. Eu mesmo, quando médico residente, tirei pacientes em crise asmática apenas no soro, sem aminofilina nem corticoide, mas dedicando tempo a ouvir e a trocar impressões sobre a vida.
Mas isso vira sonho de uma noite de inverno diante do modelo de relação médico-paciente vigente, em que dois falam e nenhum dialoga e a consulta dura pouco mais de 10 minutos.
Demais, disseminou-se há anos a cultura do “cachete” (para os mais simples) e da “última descoberta” da indústria farmacêutica (para os de maior poder aquisitivo) e de absoluto desprezo pelas velhas e ainda em certos casos eficientes mezinhas.
Comigo não, Rosa. Confesso que o estresse me acicata diariamente, tal o volume de coisas a fazer e a pequenez do tempo útil, mas longe de mim trocar um bom chá de camomila (ou um poema de Drummond ou uma canção de Chico ou Tom) por um desses comprimidos guardados em caixas de tarja preta.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 janeiro 2012
30 janeiro 2012
Quando março vier...
2012: o que se diz e o que se faz antes do Carnaval
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha
Dito e feito – essa expressão popular tão comum, destinada a elogiar a coerência entre a palavra e a prática, não cabe bem na atual fase que antecede as démarches entre os partidos, tendo em vista o pleito de outubro. Até o Carnaval, muito pode ser dito, nem sempre na intenção ou na possibilidade de fazer.
Não é possível, nem aos mais açodados, antecipar decisões que ainda carecem do cenário próprio para tanto. Há muitas variáveis que ainda não se fizeram plenamente presentes. O desempenho da economia é uma delas – um fenômeno de alcance nacional que haverá de se refletir nos ambientes sociais e políticos municipais, mormente nas cidades médias e grandes.
Outra variável – que premia a dialética – é determinada pelas inter-relações entre situações aparentemente dispares, porém assemelhadas em razão de projetos partidários que se cruzam, unindo ou dispersando forças. Não dá, por exemplo, para tratar o pleito na capital dissociado de umas duas dezenas de situações outras, na Região Metropolitana e no interior, que embora tenham suas especificidades se influenciam mutuamente através de interfaces entre pretensões de partidos aliados.
Nessas circunstâncias, a análise minuciosa das múltiplas manifestações públicas, aqui e alhures, acerca de candidaturas e alianças, haveria de separar o dito que pode ser feito do dito que não encontra respaldo na realidade concreta. Todos os desejos são legítimos, isso ninguém há de negar; mas a realidade impõe limites que contrariam alguns dos melhores desejos.
Demais, no mínimo há dois campos de forças em cada município. Antagônicas e mesmo que inicialmente assimétricas, pendendo em demasia para um dos lados, o jogo termina endurecendo sob o impulso da inevitável polarização. Em tese, nenhuma uma eleição municipal é fácil. Todas ganham a conformação de decisivas – e são, sob a ótica das correntes políticas que efetivamente visam acumular forças agora para chegarem robustas nas eleições gerais de 2014.
Nesse jogo, paciência, bom senso e astúcia costumam favorecer quem as exercita, muitas vezes mudando o quadro da disputa, em desfavorecimento de alguns inicialmente fortes que, por inabilidade ou incompetência, fazem água ao fim da peleja.
Por isso, nada melhor do que aproximação do Carnaval. Aí, sob os auspícios de Momo e a proteção de fantasias e máscaras, a decantação geral é feita e, após Cinzas, todos estarão purificados para o verdadeiro jogo em marcha para as convecções – onde, afinal, nomes e alianças serão consagrados.
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha
Dito e feito – essa expressão popular tão comum, destinada a elogiar a coerência entre a palavra e a prática, não cabe bem na atual fase que antecede as démarches entre os partidos, tendo em vista o pleito de outubro. Até o Carnaval, muito pode ser dito, nem sempre na intenção ou na possibilidade de fazer.
Não é possível, nem aos mais açodados, antecipar decisões que ainda carecem do cenário próprio para tanto. Há muitas variáveis que ainda não se fizeram plenamente presentes. O desempenho da economia é uma delas – um fenômeno de alcance nacional que haverá de se refletir nos ambientes sociais e políticos municipais, mormente nas cidades médias e grandes.
Outra variável – que premia a dialética – é determinada pelas inter-relações entre situações aparentemente dispares, porém assemelhadas em razão de projetos partidários que se cruzam, unindo ou dispersando forças. Não dá, por exemplo, para tratar o pleito na capital dissociado de umas duas dezenas de situações outras, na Região Metropolitana e no interior, que embora tenham suas especificidades se influenciam mutuamente através de interfaces entre pretensões de partidos aliados.
Nessas circunstâncias, a análise minuciosa das múltiplas manifestações públicas, aqui e alhures, acerca de candidaturas e alianças, haveria de separar o dito que pode ser feito do dito que não encontra respaldo na realidade concreta. Todos os desejos são legítimos, isso ninguém há de negar; mas a realidade impõe limites que contrariam alguns dos melhores desejos.
Demais, no mínimo há dois campos de forças em cada município. Antagônicas e mesmo que inicialmente assimétricas, pendendo em demasia para um dos lados, o jogo termina endurecendo sob o impulso da inevitável polarização. Em tese, nenhuma uma eleição municipal é fácil. Todas ganham a conformação de decisivas – e são, sob a ótica das correntes políticas que efetivamente visam acumular forças agora para chegarem robustas nas eleições gerais de 2014.
Nesse jogo, paciência, bom senso e astúcia costumam favorecer quem as exercita, muitas vezes mudando o quadro da disputa, em desfavorecimento de alguns inicialmente fortes que, por inabilidade ou incompetência, fazem água ao fim da peleja.
Por isso, nada melhor do que aproximação do Carnaval. Aí, sob os auspícios de Momo e a proteção de fantasias e máscaras, a decantação geral é feita e, após Cinzas, todos estarão purificados para o verdadeiro jogo em marcha para as convecções – onde, afinal, nomes e alianças serão consagrados.
História: 30 de janeiro de 1829
O português Antônio Raposo Tavares, o mais feroz cabeça de entrada (bandeirante) da colônia, destrói as missões Guarani de Guairá (hoje Guaíra, PR) e escraviza 4 mil indígenas. Entre 1618-1641, esses ataques destroem 32 missões e escravizam 300 mil Guarani. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Vale o que está escrito
A importância dos livros
por Cícero Belmar, no portal Interpoética http://goo.gl/r1t8t
Por ser político, defensor ardente do abolicionismo, um dos grandes diplomatas do Império, historiador, jurista e fundador da Academia Brasileira de Letras Joaquim Nabuco entrou para a história.
Não, não. A frase correta deveria ser: por ter escrito livros – sim, importantes obras de memórias -como "O Abolicionismo" e "Minha Formação", Joaquim Nabuco entrou para a história. Outros homens do seu tempo defenderam o abolicionismo e não entraram para a história.
Só se imortaliza quem consegue um registro histórico, disse-me um dia a estudante de história Catarina Dantas. Ela me contou: havia um homem do seu tempo, do tempo de Nabuco, com ideais semelhantes, libertário e vanguardista, que ficou na periferia da história. José Mariano foi educado por uma família escravocrata. Mas, assim como o outro, optou pela luta em favor dos homens subjugados.
Mariano, advogado, dono de jornal, ainda assim falava a língua do povo. Tanto que algumas vezes foi visto, nas ruas do Recife, acompanhado de uma turma que, no século 19, era considerada da pesada – um grupo de capoeiristas.
Tinha por Nabuco amizade sincera e grande admiração. Da vivência com o povo, Mariano retirava subsídios para as ideias que fornecia a Nabuco. Esse, aprimorava-as e as defendia em todo o País. O que lhe rendia prestígio nacional e votos em Pernambuco. Mariano nada deixou escrito, além de cartas para Nabuco. Não registrou sua luta. A história, por pouco, não o esqueceu.
por Cícero Belmar, no portal Interpoética http://goo.gl/r1t8t
Por ser político, defensor ardente do abolicionismo, um dos grandes diplomatas do Império, historiador, jurista e fundador da Academia Brasileira de Letras Joaquim Nabuco entrou para a história.
Não, não. A frase correta deveria ser: por ter escrito livros – sim, importantes obras de memórias -como "O Abolicionismo" e "Minha Formação", Joaquim Nabuco entrou para a história. Outros homens do seu tempo defenderam o abolicionismo e não entraram para a história.
Só se imortaliza quem consegue um registro histórico, disse-me um dia a estudante de história Catarina Dantas. Ela me contou: havia um homem do seu tempo, do tempo de Nabuco, com ideais semelhantes, libertário e vanguardista, que ficou na periferia da história. José Mariano foi educado por uma família escravocrata. Mas, assim como o outro, optou pela luta em favor dos homens subjugados.
Mariano, advogado, dono de jornal, ainda assim falava a língua do povo. Tanto que algumas vezes foi visto, nas ruas do Recife, acompanhado de uma turma que, no século 19, era considerada da pesada – um grupo de capoeiristas.
Tinha por Nabuco amizade sincera e grande admiração. Da vivência com o povo, Mariano retirava subsídios para as ideias que fornecia a Nabuco. Esse, aprimorava-as e as defendia em todo o País. O que lhe rendia prestígio nacional e votos em Pernambuco. Mariano nada deixou escrito, além de cartas para Nabuco. Não registrou sua luta. A história, por pouco, não o esqueceu.
De fato, um mundo em transição
Da Agência Brasil:
Davos: América Latina é um "oásis" de estabilidade e crescimento
. No contexto de incerteza que domina a atual crise econômico-financeira internacional, a América Latina foi identificada como um “oásis” de estabilidade, crescimento e oportunidades durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que terminou ontem (29).
. O pessimismo justifica-se com a falta de soluções para o problema da dívida soberana da zona do euro, a lentidão de recuperação dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento dos países emergentes, enquanto o otimismo aumenta do lado dos países latino-americanos, como adianta a agência de notícias espanhola EFE.
. Presidentes e ministros dessa região do globo tiveram de cumprir agendas bastante apertadas, devido às reuniões sucessivas com responsáveis de multinacionais e de grandes empresas. “Francamente, não tivemos tempo para mais nada, a não ser reuniões, receber empresários e investidores interessados nos setores mineral e energético da Colômbia”, comentou à EFE o ministro colombiano da Energia e Minas, Mauricio Cárdenas.
. Nesse sentido, esta edição de Davos foi bastante diferente das anteriores, em que o “apetite” estava direcionado para os grandes países emergentes, em particular China e Índia que, este ano, assumiram mais nitidamente o seu novo papel de países investidores também à procura de oportunidades de negócio na América Latina.
. Os governos tentam igualmente aproveitar o Fórum de Davos para ajudar as suas empresas a fazer negócios no estrangeiro, caso do ministro das Relações Exteriores da Austrália, Kevin Rudd, que esteve reunido com o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo. “A razão dessa reunião é porque olhamos para a América como um pilar sólido de crescimento econômico global nas próximas décadas e queremos estreitar relações agora”, explicou Rudd.
. Segundo vários políticos e empresários, ao contrário do que acontecia no ano passado, o interesse na América Latina permite aos investidores escolher os investimentos que melhor correspondem aos critérios de responsabilidade ecológica e social dos seus governos, particularmente na indústria de minérios e de recursos não renováveis.
Davos: América Latina é um "oásis" de estabilidade e crescimento
. No contexto de incerteza que domina a atual crise econômico-financeira internacional, a América Latina foi identificada como um “oásis” de estabilidade, crescimento e oportunidades durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que terminou ontem (29).
. O pessimismo justifica-se com a falta de soluções para o problema da dívida soberana da zona do euro, a lentidão de recuperação dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento dos países emergentes, enquanto o otimismo aumenta do lado dos países latino-americanos, como adianta a agência de notícias espanhola EFE.
. Presidentes e ministros dessa região do globo tiveram de cumprir agendas bastante apertadas, devido às reuniões sucessivas com responsáveis de multinacionais e de grandes empresas. “Francamente, não tivemos tempo para mais nada, a não ser reuniões, receber empresários e investidores interessados nos setores mineral e energético da Colômbia”, comentou à EFE o ministro colombiano da Energia e Minas, Mauricio Cárdenas.
. Nesse sentido, esta edição de Davos foi bastante diferente das anteriores, em que o “apetite” estava direcionado para os grandes países emergentes, em particular China e Índia que, este ano, assumiram mais nitidamente o seu novo papel de países investidores também à procura de oportunidades de negócio na América Latina.
. Os governos tentam igualmente aproveitar o Fórum de Davos para ajudar as suas empresas a fazer negócios no estrangeiro, caso do ministro das Relações Exteriores da Austrália, Kevin Rudd, que esteve reunido com o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo. “A razão dessa reunião é porque olhamos para a América como um pilar sólido de crescimento econômico global nas próximas décadas e queremos estreitar relações agora”, explicou Rudd.
. Segundo vários políticos e empresários, ao contrário do que acontecia no ano passado, o interesse na América Latina permite aos investidores escolher os investimentos que melhor correspondem aos critérios de responsabilidade ecológica e social dos seus governos, particularmente na indústria de minérios e de recursos não renováveis.
Bom dia, Vinicius de Moraes
Pela luz dos olhos teus
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
29 janeiro 2012
Quem lê e quem assimila
. Na Folha de S. Paulo hoje: Leitor 'se engaja' mais na notícia impressa. Nos EUA, segundo pesquisa feita pela Universidade de Oregon.
. Creio que aqui também. Mesmo assim, hoje em dia, se lê mais na telinha do computador o que se veicula na internet.
. Todos os meios servem – quando o interesse não pequeno.
. Creio que aqui também. Mesmo assim, hoje em dia, se lê mais na telinha do computador o que se veicula na internet.
. Todos os meios servem – quando o interesse não pequeno.
Contra o abusivo som alto de carro
Tapem os ouvidos e não chamem a polícia
Ronaldo Correia de Brito*
Publicado no Terra Magazine
No dia 7 de janeiro, segundo da festa de Santo Amaro, o padroeiro de Taquaritinga do Norte, teve um concurso de paredão. Para quem não sabe, paredão é como chamam o som de um carro, alguns parecendo mais um trio elétrico do que um auto de passeio. Camionetas enchem as carrocerias de caixas de som e saem por aí, instaurando a desordem no mundo sem lei do Nordeste, coisa parecida com Lampião.
Atravessei por esse campo de batalha, os inimigos sonoros nos dois lados da pista que dá acesso à cidade. Meus ouvidos reclamam até hoje. É normal e de direito uma pessoa ligar o som do seu carro em qualquer lugar: na praia, numa serra como a de Taquaritinga, no meio de uma praça, na frente da casa do vizinho. Não é de direito reclamar contra esse abuso. Na prática, nenhuma lei protege quem se sente incomodado. Os mais afoitos, quando reclamam, se deparam com uma horda de bêbados agressivos, que partem para a ação física, geralmente sacando revólveres. A polícia nunca comparece ao local, alega não haver contingente bastante e estar ocupada com questões mais sérias que ouvidos sensíveis.
Será que em Marte existem paredões? Se alguém souber a resposta, por favor, me escreva. No Canadá, as cidades são silenciosas e seguras. No interior do sul do Brasil também eram, há alguns anos. O jeito é mudar para lá. Na minha infância, o cariri cearense lembrava o paraíso. Hoje parece o inferno com milhares de carros e motos circulando para cima e para baixo.
Taquaritinga fica no agreste setentrional de Pernambuco, onde o transporte popular são as toyotas. Até alguns anos atrás, a principal fonte de renda vinha da agropecuária. Da noite para o dia surgiu e cresceu a produção de roupas, conhecidas como sulanca, prosperando uma classe social que antes morava no campo. Junto com Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e pequenos distritos, a região ficou conhecida pela exportação de moda, sobretudo jeans.
O crescimento econômico não veio de mãos dadas com o crescimento na educação, na cultura, na preservação do meio ambiente, na saúde e saneamento, no controle urbano e na segurança. A região passou a sofrer as mesmas mazelas dos grandes centros: consumo de álcool e drogas, aumento da violência, sobretudo no trânsito caótico dominado pelas motos. Tornou-se o retrato de um progresso desordenado, que trouxe ganhos ao PIB, mas uma conta social elevada.
As pessoas abandonaram os sítios, passando a morar nas periferias das cidades. As poucas que ainda residem no campo, sobrevivem do trabalho para as fábricas de sulanca. Instalaram máquinas de costura em casa e recebem as encomendas na porta. São os motoqueiros que se encarregam desse transporte. As toyotas fazem as entregas mais volumosas e levam os fabricantes para vender seus produtos nas feiras. A nova economia da região depende do trabalho dos toyoteiros e motoqueiros, assim como eles dependem das motos e das toyotas para sobrevier.
Nada contra os novos meios de produção do agreste e a mobilidade das classes sociais, que adquiriram mais poder de compra. Celebraria tudo isso com fogos (apesar de odiar o barulho) se as estatísticas em curva ascendente também fossem registradas na educação. Não são. Continuamos um país subdesenvolvido nesse item, principalmente no Nordeste.
O Toyoteiro que trabalha pesado durante a semana acha justo encher a cara de aguardente no domingo, substituir os bancos do carro por caixas, subir a serra e curtir a cachaça ao som de um forró abominável, no último volume, pouco ligando para os moradores que fogem do barulho da cidade. É um assassinato. Cada nota soa como um tiro no coração. Ninguém controla o cangaceiro. Ele acredita que pode qualquer coisa, da mesma maneira que pode andar sem cinto de segurança, passageiros com as pernas fora do carro, excesso de lotação, pneus carecas, faróis e sinaleiras sem funcionar e até embriagados. Nada que ele não resolva no jeitinho brasileiro, se acontecer a remota chance de ser parado por um policial.
Viva-se com um barulho desses. Reclamar a quem, a Deus? Já não existem profetas como Elias, que invocava os poderes do céu e os raios desciam lá de cima, aplacando sua fúria de justiça. Fazer o quê? Mudar-se. O poeta japonês Bashô, aquele que inventou o haicai, só possuía um guarda-chuva e isso lhe dava mobilidade para deslocar-se, criando sua poesia. Acho que vou fazer o mesmo, comprar um guarda-chuva made in China. Difícil será encontrar um lugar silencioso no Nordeste do Brasil. Vocês conhecem algum? Escrevam para mim dizendo, por favor. Mas não vale piadinhas como me recomendar o Cairo.
*Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca, Livro dos Homens, Galiléia e Retratos Imorais.
Ronaldo Correia de Brito*
Publicado no Terra Magazine
No dia 7 de janeiro, segundo da festa de Santo Amaro, o padroeiro de Taquaritinga do Norte, teve um concurso de paredão. Para quem não sabe, paredão é como chamam o som de um carro, alguns parecendo mais um trio elétrico do que um auto de passeio. Camionetas enchem as carrocerias de caixas de som e saem por aí, instaurando a desordem no mundo sem lei do Nordeste, coisa parecida com Lampião.
Atravessei por esse campo de batalha, os inimigos sonoros nos dois lados da pista que dá acesso à cidade. Meus ouvidos reclamam até hoje. É normal e de direito uma pessoa ligar o som do seu carro em qualquer lugar: na praia, numa serra como a de Taquaritinga, no meio de uma praça, na frente da casa do vizinho. Não é de direito reclamar contra esse abuso. Na prática, nenhuma lei protege quem se sente incomodado. Os mais afoitos, quando reclamam, se deparam com uma horda de bêbados agressivos, que partem para a ação física, geralmente sacando revólveres. A polícia nunca comparece ao local, alega não haver contingente bastante e estar ocupada com questões mais sérias que ouvidos sensíveis.
Será que em Marte existem paredões? Se alguém souber a resposta, por favor, me escreva. No Canadá, as cidades são silenciosas e seguras. No interior do sul do Brasil também eram, há alguns anos. O jeito é mudar para lá. Na minha infância, o cariri cearense lembrava o paraíso. Hoje parece o inferno com milhares de carros e motos circulando para cima e para baixo.
Taquaritinga fica no agreste setentrional de Pernambuco, onde o transporte popular são as toyotas. Até alguns anos atrás, a principal fonte de renda vinha da agropecuária. Da noite para o dia surgiu e cresceu a produção de roupas, conhecidas como sulanca, prosperando uma classe social que antes morava no campo. Junto com Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e pequenos distritos, a região ficou conhecida pela exportação de moda, sobretudo jeans.
O crescimento econômico não veio de mãos dadas com o crescimento na educação, na cultura, na preservação do meio ambiente, na saúde e saneamento, no controle urbano e na segurança. A região passou a sofrer as mesmas mazelas dos grandes centros: consumo de álcool e drogas, aumento da violência, sobretudo no trânsito caótico dominado pelas motos. Tornou-se o retrato de um progresso desordenado, que trouxe ganhos ao PIB, mas uma conta social elevada.
As pessoas abandonaram os sítios, passando a morar nas periferias das cidades. As poucas que ainda residem no campo, sobrevivem do trabalho para as fábricas de sulanca. Instalaram máquinas de costura em casa e recebem as encomendas na porta. São os motoqueiros que se encarregam desse transporte. As toyotas fazem as entregas mais volumosas e levam os fabricantes para vender seus produtos nas feiras. A nova economia da região depende do trabalho dos toyoteiros e motoqueiros, assim como eles dependem das motos e das toyotas para sobrevier.
Nada contra os novos meios de produção do agreste e a mobilidade das classes sociais, que adquiriram mais poder de compra. Celebraria tudo isso com fogos (apesar de odiar o barulho) se as estatísticas em curva ascendente também fossem registradas na educação. Não são. Continuamos um país subdesenvolvido nesse item, principalmente no Nordeste.
O Toyoteiro que trabalha pesado durante a semana acha justo encher a cara de aguardente no domingo, substituir os bancos do carro por caixas, subir a serra e curtir a cachaça ao som de um forró abominável, no último volume, pouco ligando para os moradores que fogem do barulho da cidade. É um assassinato. Cada nota soa como um tiro no coração. Ninguém controla o cangaceiro. Ele acredita que pode qualquer coisa, da mesma maneira que pode andar sem cinto de segurança, passageiros com as pernas fora do carro, excesso de lotação, pneus carecas, faróis e sinaleiras sem funcionar e até embriagados. Nada que ele não resolva no jeitinho brasileiro, se acontecer a remota chance de ser parado por um policial.
Viva-se com um barulho desses. Reclamar a quem, a Deus? Já não existem profetas como Elias, que invocava os poderes do céu e os raios desciam lá de cima, aplacando sua fúria de justiça. Fazer o quê? Mudar-se. O poeta japonês Bashô, aquele que inventou o haicai, só possuía um guarda-chuva e isso lhe dava mobilidade para deslocar-se, criando sua poesia. Acho que vou fazer o mesmo, comprar um guarda-chuva made in China. Difícil será encontrar um lugar silencioso no Nordeste do Brasil. Vocês conhecem algum? Escrevam para mim dizendo, por favor. Mas não vale piadinhas como me recomendar o Cairo.
*Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca, Livro dos Homens, Galiléia e Retratos Imorais.
Poeta sabe o que diz
A sugestão de domingo é de Waldir Pedro Amorim: “Meditar,/decifrar tatuagens,
desvencilhar-se do excesso...”
desvencilhar-se do excesso...”
28 janeiro 2012
Visite o museu virtual
Belas fotos de Arnaldo Vitorino no Museu Capibaribe http://www.mujseucapibaribe.com/ Mais: poesia, vídeos e artigos e crônicas.
Desvendando a doença de Alzheimer
Ciência Hoje Online:
Modelo ideal
. Por meio do estudo de neurônios criados a partir de células da pele de pacientes com Alzheimer, pesquisadores norte-americanos obtêm dados inéditos sobre mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença.
. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa incapacitante caracterizada pelo aumento da presença de placas beta-amiloides (tipo de depósito de proteínas) e emaranhados neurofibrilares (agregações intracelulares de certa proteína) nos cérebros dos pacientes.
. No Brasil, estima-se que haja mais de 1 milhão de pessoas com Alzheimer. O aumento nos casos dessa demência incapacitante está associado ao aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Atualmente, essa é a principal forma de demência em pessoas com mais de 60 anos.
. Embora a grande maioria dos casos de Alzheimer seja esporádico, os principais avanços no conhecimento sobre os mecanismos dessa neuropatologia surgiram a partir do estudo de casos familiares da doença, herdados.
. Leia a matéria na íntegra http://goo.gl/eQunM
Modelo ideal
. Por meio do estudo de neurônios criados a partir de células da pele de pacientes com Alzheimer, pesquisadores norte-americanos obtêm dados inéditos sobre mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença.
. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa incapacitante caracterizada pelo aumento da presença de placas beta-amiloides (tipo de depósito de proteínas) e emaranhados neurofibrilares (agregações intracelulares de certa proteína) nos cérebros dos pacientes.
. No Brasil, estima-se que haja mais de 1 milhão de pessoas com Alzheimer. O aumento nos casos dessa demência incapacitante está associado ao aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Atualmente, essa é a principal forma de demência em pessoas com mais de 60 anos.
. Embora a grande maioria dos casos de Alzheimer seja esporádico, os principais avanços no conhecimento sobre os mecanismos dessa neuropatologia surgiram a partir do estudo de casos familiares da doença, herdados.
. Leia a matéria na íntegra http://goo.gl/eQunM
Uma crônica para descontrair
Como brisa de mar calmo
Luciano Siqueira
No cais nada parecia se mover. Um ou outro ruído distante acentuava o silêncio na tarde modorrenta. Quedou-se em reminiscências. Olhos semicerrados, imagens se superpondo, ora embaralhadas, ora sequenciadas – tempos alternados, tempo presente. Como se estivesse diante de um espelho, redescobrindo-se, revisitando a própria vida. Como se reencontrasse e se reconhecesse em cada traço do rosto, no olhar, no leve sorriso.
Lembrou que ela um dia chegou sem dizer que vinha. Entrou sem bater à porta. Sentou-se. Sorriu um sorriso breve, tímido e silencioso. Olhou em torno como que buscando situar-se no ambiente, identificar sinais e motivos. Logo percorreu cada cômodo da casa, visitou o jardim, colheu flores. Foi ao porão e ao sótão com surpreendente intimidade.
Ao primeiro diálogo, cumplicidade, inquietações, perguntas, descobertas: a vida tem sentido quando vivida através dos tortuosos caminhos da busca. Na dor e no prazer, no desengano e na esperança, no fracasso e na conquista – a reinvenção cotidiana da existência.
Outros encontros: idéias e fazeres compartilhados. A vida é complexa, sim, mas é possível compreende-la pela linguagem do gesto, da palavra pronunciada, seca ou emocionada, certeira – uma aprendizagem constante, solidária.
Bandeiras erguidas, convergentes. Que o sentimento flua livre, a salvo de regras, preconceitos, tabus. Impossível enquadrar o afeto, o desejo, a paixão. Que tudo aconteça tão natural quanto o sol que se abre todos os dias anunciando a alvorada, e de modo tão sereno quanto o arrebol. E que se traduza na rosa vermelha que todas as manhãs desabrocha revelando o encanto da vida. Nas coisinhas bobas do cotidiano: a melancia do café da manhã madura em demasia, o jornal que chegou amassado, o telegrama tardio. E nos desafios de sempre: a necessidade de apressar aquela decisão, de cumprir um compromisso assumido, de arrostar nova tarefa.
Que transite suave entre a saudade, a espera e o reencontro. Como nos versos rascunhados pelo poeta anônimo em noite vazia: “Porque hoje é sábado e o silêncio deve ser preservado/não te ofertarei rosas nem procurarei o regaço dos teus seios./Mas, mirando as estrelas, te encontrarei entre elas/- a mais fulgurante de todas -/a irradiar a luz que ilumina o meu sonho.”
Veredas, escolhas: desencontros apenas prenunciam a caminhada a passos mais largos, mais decididos. Pois que a dimensão de todas as coisas se refaz, como a dimensão do tempo, avessa a cronologias. O ontem e o agora se fundem: tudo se recria.
Luciano Siqueira
No cais nada parecia se mover. Um ou outro ruído distante acentuava o silêncio na tarde modorrenta. Quedou-se em reminiscências. Olhos semicerrados, imagens se superpondo, ora embaralhadas, ora sequenciadas – tempos alternados, tempo presente. Como se estivesse diante de um espelho, redescobrindo-se, revisitando a própria vida. Como se reencontrasse e se reconhecesse em cada traço do rosto, no olhar, no leve sorriso.
Lembrou que ela um dia chegou sem dizer que vinha. Entrou sem bater à porta. Sentou-se. Sorriu um sorriso breve, tímido e silencioso. Olhou em torno como que buscando situar-se no ambiente, identificar sinais e motivos. Logo percorreu cada cômodo da casa, visitou o jardim, colheu flores. Foi ao porão e ao sótão com surpreendente intimidade.
Ao primeiro diálogo, cumplicidade, inquietações, perguntas, descobertas: a vida tem sentido quando vivida através dos tortuosos caminhos da busca. Na dor e no prazer, no desengano e na esperança, no fracasso e na conquista – a reinvenção cotidiana da existência.
Outros encontros: idéias e fazeres compartilhados. A vida é complexa, sim, mas é possível compreende-la pela linguagem do gesto, da palavra pronunciada, seca ou emocionada, certeira – uma aprendizagem constante, solidária.
Bandeiras erguidas, convergentes. Que o sentimento flua livre, a salvo de regras, preconceitos, tabus. Impossível enquadrar o afeto, o desejo, a paixão. Que tudo aconteça tão natural quanto o sol que se abre todos os dias anunciando a alvorada, e de modo tão sereno quanto o arrebol. E que se traduza na rosa vermelha que todas as manhãs desabrocha revelando o encanto da vida. Nas coisinhas bobas do cotidiano: a melancia do café da manhã madura em demasia, o jornal que chegou amassado, o telegrama tardio. E nos desafios de sempre: a necessidade de apressar aquela decisão, de cumprir um compromisso assumido, de arrostar nova tarefa.
Que transite suave entre a saudade, a espera e o reencontro. Como nos versos rascunhados pelo poeta anônimo em noite vazia: “Porque hoje é sábado e o silêncio deve ser preservado/não te ofertarei rosas nem procurarei o regaço dos teus seios./Mas, mirando as estrelas, te encontrarei entre elas/- a mais fulgurante de todas -/a irradiar a luz que ilumina o meu sonho.”
Veredas, escolhas: desencontros apenas prenunciam a caminhada a passos mais largos, mais decididos. Pois que a dimensão de todas as coisas se refaz, como a dimensão do tempo, avessa a cronologias. O ontem e o agora se fundem: tudo se recria.
McDonald’s venenoso
. Informa o portal Último Segundo que o McDonald´s, maior cadeia de fast-food do mundo, anunciou que vai alterar a fórmula de preparo da carne utilizada para fazer hambúrguer. Segundo a matriz da empresa nos Estados Unidos, a mudança já estava em processo, mas a notícia foi divulgada esta semana depois de uma polêmica envolvendo a rede.
. No ano passado, o chef britânico Jamie Oliver - famoso por ser ativista de comida saudável -, fez uma reportagem para seu programa de televisão afirmando que os hambúrgueres das unidades americanas do McDonald´s contêm hidróxido de amônia, uma substância nociva à saúde.
. Segundo a reportagem, a empresa junta restos de alimentos e faz uma mistura, apelidada de "lodo rosa" por Oliver. Depois, o produto vai para a centrífuga e recebe uma lavagem que inclui hidróxido de amônia.
. O McDonald´s utilizaria esse método para engordar os hambúrgueres e aumentar o volume de carne. A polêmica incomodou o McDonald´s, que agora anunciou mudanças em sua linha de produção.
. No ano passado, o chef britânico Jamie Oliver - famoso por ser ativista de comida saudável -, fez uma reportagem para seu programa de televisão afirmando que os hambúrgueres das unidades americanas do McDonald´s contêm hidróxido de amônia, uma substância nociva à saúde.
. Segundo a reportagem, a empresa junta restos de alimentos e faz uma mistura, apelidada de "lodo rosa" por Oliver. Depois, o produto vai para a centrífuga e recebe uma lavagem que inclui hidróxido de amônia.
. O McDonald´s utilizaria esse método para engordar os hambúrgueres e aumentar o volume de carne. A polêmica incomodou o McDonald´s, que agora anunciou mudanças em sua linha de produção.
90 anos de lutas
No Vermelho:
Celebrar a luta do povo, festejar os 90 anos do PCdoB
. Reunida em São Pualo nesta sexta-feira (27), a Comissão Política Nacional do PCdoB aprovou uma nota em que faz um chamamento aos militantes, amigos e o povo brasileiro a se incorporarem nos festejos comemorativos do 90º aniversário do partido
. Neste ano de 2012, a legenda partidária de mais longa presença na história brasileira comemora a épica passagem de 90 anos de sua fundação.
. Em 25 de março de 1922, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, pelas mãos de um grupo de intrépidos trabalhadores nasceu o Partido Comunista do Brasil. Seu itinerário de 90 anos de lutas se funde com as diferentes etapas da história do país. Constante nesta trajetória é a bandeira do socialismo que nos seus punhos se manteve sempre alta. Socialismo que, na atualidade, – rejuvenescido e renovado pela experiência histórica – é apresentado pelo PCdoB como a alternativa capaz de assegurar um novo avanço civilizacional para o Brasil – salto este que hoje tem por caminho a realização do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.
. Esta trajetória que vem desde a República Velha, atravessa ditaduras, regimes autoritários, pequenas ilhas de liberdade, até a contemporaneidade – quando, desde 1985, o PCdoB vive seu período mais duradouro de atuação legal –, resulta num legado de batalhas e realizações em prol da democracia, da soberania nacional, dos direitos dos trabalhadores, da paz e da solidariedade entre os povos. Tal legado é fruto da militância revolucionária de várias gerações de comunistas nas quais estão presentes inúmeros heróis do povo brasileiro.
. Desde os fundadores de 1922 – simbolicamente personalizados no talento de Astrojildo Pereira – aos que o dirigiram nos tumultuados e enriquecedores anos de meados do século passado – cuja expressão é o destacado líder popular, Luiz Carlos Prestes –, até o período recente quando se agiganta o papel de João Amazonas como construtor e ideólogo do Partido Comunista que vicejou e se projetou para o século 21.
. Leia a matéria completa http://goo.gl/PwlSr
Celebrar a luta do povo, festejar os 90 anos do PCdoB
. Reunida em São Pualo nesta sexta-feira (27), a Comissão Política Nacional do PCdoB aprovou uma nota em que faz um chamamento aos militantes, amigos e o povo brasileiro a se incorporarem nos festejos comemorativos do 90º aniversário do partido
. Neste ano de 2012, a legenda partidária de mais longa presença na história brasileira comemora a épica passagem de 90 anos de sua fundação.
. Em 25 de março de 1922, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, pelas mãos de um grupo de intrépidos trabalhadores nasceu o Partido Comunista do Brasil. Seu itinerário de 90 anos de lutas se funde com as diferentes etapas da história do país. Constante nesta trajetória é a bandeira do socialismo que nos seus punhos se manteve sempre alta. Socialismo que, na atualidade, – rejuvenescido e renovado pela experiência histórica – é apresentado pelo PCdoB como a alternativa capaz de assegurar um novo avanço civilizacional para o Brasil – salto este que hoje tem por caminho a realização do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.
. Esta trajetória que vem desde a República Velha, atravessa ditaduras, regimes autoritários, pequenas ilhas de liberdade, até a contemporaneidade – quando, desde 1985, o PCdoB vive seu período mais duradouro de atuação legal –, resulta num legado de batalhas e realizações em prol da democracia, da soberania nacional, dos direitos dos trabalhadores, da paz e da solidariedade entre os povos. Tal legado é fruto da militância revolucionária de várias gerações de comunistas nas quais estão presentes inúmeros heróis do povo brasileiro.
. Desde os fundadores de 1922 – simbolicamente personalizados no talento de Astrojildo Pereira – aos que o dirigiram nos tumultuados e enriquecedores anos de meados do século passado – cuja expressão é o destacado líder popular, Luiz Carlos Prestes –, até o período recente quando se agiganta o papel de João Amazonas como construtor e ideólogo do Partido Comunista que vicejou e se projetou para o século 21.
. Leia a matéria completa http://goo.gl/PwlSr
Boa noite, Cecília Meireles
Miró
Máquina breveO pequeno vaga-lume
com sua verde lanterna,
que passava pela sombra
inquietando a flor e a treva
— meteoro da noite, humilde,
dos horizontes da relva;
o pequeno vaga-lume,
queimada a sua lanterna,
jaz carbonizado e triste
e qualquer brisa o carrega:
mortalha de exíguas franjas
que foi seu corpo de festa.
Parecia uma esmeralda
e é um ponto negro na pedra.
Foi luz alada, pequena
estrela em rápida seta.
Quebrou-se a máquina breve
na precipitada queda.
E o maior sábio do mundo
sabe que não a conserta.
Canto da vida
A dica de sábado é de Cecília Meireles: “Sei que canto. E a canção é tudo./Tem sangue eterno a asa ritmada.”
26 janeiro 2012
História: 26 de janeiro de 1654
A frota holandesa: de volta à Europa
Os holandeses se rendem no Recife, após 8 anos de insurreição conduzida por brasileiros, pois Lisboa fizera as pazes com a Holanda. O domínio português ainda perdurará por quase 2 séculos, mas fica a forte tradição irredentista, sobretudo de Pernambuco. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Germano Coelho, homenageado do Carvaval de Olinda 2012
NO PALÁCIO DOS GOVERNADORES NO CARNAVAL DE 2012
Agradeço ao Prefeito de Olinda a grande honraria de ser homenageado, na maior festa da cultura popular do País: o criativo Carnaval de Olinda.
De volta do longo exílio, trouxe Paulo Freire para ver, das sacadas do Palácio dos Governadores, os blocos de frevo, os maracatus e os caboclinhos desfilando, a praça cheia, o povo fervilhando.
Empolgado, ele me disse: “Germano, não deixe isso morrer nunca. Aqui, o Movimento de Cultura Popular está vivo, vivíssimo.”
Nabuco lembra, em “Massangana”, na “Minha Formação”, que os filhos dos pescadores sentirão sempre, debaixo dos pés, o roçar das areias da praia, e ouvirão sempre o ruído das ondas do mar e o “diz-que-diz-que macio que brota nos coqueirais”.
Eu por vezes acredito ver, como vi em 1996, do Amparo ao Mosteiro de São Bento, fantasiados e bailando, um após outro, todos os Maracatus Rurais de Pernambuco, e escuto os tambores e chocalhos enchendo as ruas de Olinda. Vejo os caboclos calados, dançando suados, com uma flor aberta nos lábios.
“São Maracatus retardados,
chegando à cidade cansados
com seus estandartes no ar”
“Saudade, tão grande... , saudade que eu sinto dos passistas traçando tesouras, nas ruas repletas de lá...” Vejo todos os bonecos gigantes, desfilando juntos, pela primeira vez, na Rua de São Bento.
Vejo a praça inteira, braços levantados, entoando com Clídio Nigro, “Olinda, quero cantar a ti, esta canção.” Vejo, passando pelo Palácio dos Governadores, o boi, a vaca, o bode, a cabra, os bichos de “Julião das Máscaras”. E os estandartes vibrantes das agremiações famosas, primorosamente bordados com mãos de fada e linhas de amor, por “Maria do Monte”. Vejo mais, em pleno Carnaval de Olinda, o som puro, imaculado, de violinos da “Casa da Rabeca”, na Cidade de Tabajara, à frente, um artista famoso, “Salustiano”, mestre de todas as artes da cultura popular. Vejo, ainda, o mistério do “Homem da Meia-Noite”, saindo na hora exata e arrastando multidões, pelas ruas mal iluminadas de Olinda.
Esse Carnaval vibrante, na Cidade Patrimônio da Humanidade, repercute em todo o País. Em 1996, Fernando Augusto, outro gigante do Carnaval de Olinda, “Carnavalizando a Vida”, monta, no Palácio dos Governadores, a “Oficina de Artes e Ofícios do Carnaval”. E espalha “arte por toda parte”. E o “Rei Momo”, imenso, no alto do Palácio, abraça o velho monumento do 1600, de onde o Brasil foi governado três vezes. E a Rua de São Bento ostenta versos de Alceu Valença: “Olinda, tens a paz dos mosteiros da Índia”. E de cada dez flashes do Carnaval Pernambucano, que a televisão enviava para o resto do Brasil, nove eram do Carnaval de Olinda.
Carnaval mágico, livre, inteiramente livre, todo feito de sonhos, deslumbrante e diversificado, como a opulenta Mata Atlântica, onde nasceu, e cresce, e muda, porque fruto maduro da fantasia, da imaginação, da criatividade e da poesia.
Festa da cultura negra, branca, indígena, e da mistura parda e amarela, que deu a beleza, o gênio, a força, e o colorido do povo brasileiro.
Festa dos jovens, e de todas as idades, de todas as línguas, de todos os sotaques, de todas as crenças, de todas as etnias.
Festa maior, festa máxima, de todos os instrumentos, de todas as músicas, de todos os ritmos, de todos os sons, de todas as cadências, de todos os batuques, e de todos os tons.
E na dança, no passo, no sapateado, no corpo a corpo, cantando juntos, dançando juntos, todos se sentem irmãos. “E eu, no meu delírio, no meio da multidão”, descubro, que o Carnaval desvela, que o Carnaval revela, na alegria contagiante do passo, que “outro mundo é possível”, que é possível “transformar o mundo”.
“É de fazer chorar, quando o dia amanhece, e obriga o frevo a acabar. Óh quarta-feira ingrata, chega tão depressa, só pra contrariar”. E termina a festa, e fica o lixo do Carnaval. O ritual agora é outro. “Bacalhau do Batata”, teimoso, desce o Alto da Sé. E, os jovens, os jovens que comandavam a alegria, que farão, agora, os jovens?
Diz o IBGE, que no Brasil todo são 36 milhões na faixa etária dos 14 aos 24 anos. Desses 6 milhões vão para a universidade: têm cidadania, têm perspectivas de vida. 30 milhões não podem ir porque são pobres. A maioria não trabalha, nem estuda. Têm o ócio, a criminalidade e a droga.
E os Poderes Públicos, da União, dos Estados e dos Municípios, e as Empresas Privadas, que fazem com esses 30 milhões de jovens pobres? Fecham a porta para o seu treinamento “no ambiente de trabalho”. Descumprem, abertamente, a Constituição, que lhes garante a “profissionalização”, com “absoluta prioridade”.
Saramago, único Prêmio Nobel da língua portuguesa, no “Ensaio sobre a Cegueira”, mostra que não são cegos só os que não vêem, mas os que vendo, não se apercebem da realidade, como ela é.
Nos tempos difíceis de agora, na Europa e na América, a segurança do Brasil está no dinamismo de seu mercado interno. Deixar de integrar ao mercado de trabalho, como produtores e como consumidores, 30 milhões de jovens, é mais do que cegueira. A solução das armas, da polícia e da cadeia é um crime hediondo contra o Brasil. É um crime hediondo contra a juventude pobre brasileira.
Senhor Prefeito, não vim para ser homenageado. Vim para homenagear o glorioso Carnaval de Olinda.
Germano Coelho
Agradeço ao Prefeito de Olinda a grande honraria de ser homenageado, na maior festa da cultura popular do País: o criativo Carnaval de Olinda.
De volta do longo exílio, trouxe Paulo Freire para ver, das sacadas do Palácio dos Governadores, os blocos de frevo, os maracatus e os caboclinhos desfilando, a praça cheia, o povo fervilhando.
Empolgado, ele me disse: “Germano, não deixe isso morrer nunca. Aqui, o Movimento de Cultura Popular está vivo, vivíssimo.”
Nabuco lembra, em “Massangana”, na “Minha Formação”, que os filhos dos pescadores sentirão sempre, debaixo dos pés, o roçar das areias da praia, e ouvirão sempre o ruído das ondas do mar e o “diz-que-diz-que macio que brota nos coqueirais”.
Eu por vezes acredito ver, como vi em 1996, do Amparo ao Mosteiro de São Bento, fantasiados e bailando, um após outro, todos os Maracatus Rurais de Pernambuco, e escuto os tambores e chocalhos enchendo as ruas de Olinda. Vejo os caboclos calados, dançando suados, com uma flor aberta nos lábios.
“São Maracatus retardados,
chegando à cidade cansados
com seus estandartes no ar”
“Saudade, tão grande... , saudade que eu sinto dos passistas traçando tesouras, nas ruas repletas de lá...” Vejo todos os bonecos gigantes, desfilando juntos, pela primeira vez, na Rua de São Bento.
Vejo a praça inteira, braços levantados, entoando com Clídio Nigro, “Olinda, quero cantar a ti, esta canção.” Vejo, passando pelo Palácio dos Governadores, o boi, a vaca, o bode, a cabra, os bichos de “Julião das Máscaras”. E os estandartes vibrantes das agremiações famosas, primorosamente bordados com mãos de fada e linhas de amor, por “Maria do Monte”. Vejo mais, em pleno Carnaval de Olinda, o som puro, imaculado, de violinos da “Casa da Rabeca”, na Cidade de Tabajara, à frente, um artista famoso, “Salustiano”, mestre de todas as artes da cultura popular. Vejo, ainda, o mistério do “Homem da Meia-Noite”, saindo na hora exata e arrastando multidões, pelas ruas mal iluminadas de Olinda.
Esse Carnaval vibrante, na Cidade Patrimônio da Humanidade, repercute em todo o País. Em 1996, Fernando Augusto, outro gigante do Carnaval de Olinda, “Carnavalizando a Vida”, monta, no Palácio dos Governadores, a “Oficina de Artes e Ofícios do Carnaval”. E espalha “arte por toda parte”. E o “Rei Momo”, imenso, no alto do Palácio, abraça o velho monumento do 1600, de onde o Brasil foi governado três vezes. E a Rua de São Bento ostenta versos de Alceu Valença: “Olinda, tens a paz dos mosteiros da Índia”. E de cada dez flashes do Carnaval Pernambucano, que a televisão enviava para o resto do Brasil, nove eram do Carnaval de Olinda.
Carnaval mágico, livre, inteiramente livre, todo feito de sonhos, deslumbrante e diversificado, como a opulenta Mata Atlântica, onde nasceu, e cresce, e muda, porque fruto maduro da fantasia, da imaginação, da criatividade e da poesia.
Festa da cultura negra, branca, indígena, e da mistura parda e amarela, que deu a beleza, o gênio, a força, e o colorido do povo brasileiro.
Festa dos jovens, e de todas as idades, de todas as línguas, de todos os sotaques, de todas as crenças, de todas as etnias.
Festa maior, festa máxima, de todos os instrumentos, de todas as músicas, de todos os ritmos, de todos os sons, de todas as cadências, de todos os batuques, e de todos os tons.
E na dança, no passo, no sapateado, no corpo a corpo, cantando juntos, dançando juntos, todos se sentem irmãos. “E eu, no meu delírio, no meio da multidão”, descubro, que o Carnaval desvela, que o Carnaval revela, na alegria contagiante do passo, que “outro mundo é possível”, que é possível “transformar o mundo”.
“É de fazer chorar, quando o dia amanhece, e obriga o frevo a acabar. Óh quarta-feira ingrata, chega tão depressa, só pra contrariar”. E termina a festa, e fica o lixo do Carnaval. O ritual agora é outro. “Bacalhau do Batata”, teimoso, desce o Alto da Sé. E, os jovens, os jovens que comandavam a alegria, que farão, agora, os jovens?
Diz o IBGE, que no Brasil todo são 36 milhões na faixa etária dos 14 aos 24 anos. Desses 6 milhões vão para a universidade: têm cidadania, têm perspectivas de vida. 30 milhões não podem ir porque são pobres. A maioria não trabalha, nem estuda. Têm o ócio, a criminalidade e a droga.
E os Poderes Públicos, da União, dos Estados e dos Municípios, e as Empresas Privadas, que fazem com esses 30 milhões de jovens pobres? Fecham a porta para o seu treinamento “no ambiente de trabalho”. Descumprem, abertamente, a Constituição, que lhes garante a “profissionalização”, com “absoluta prioridade”.
Saramago, único Prêmio Nobel da língua portuguesa, no “Ensaio sobre a Cegueira”, mostra que não são cegos só os que não vêem, mas os que vendo, não se apercebem da realidade, como ela é.
Nos tempos difíceis de agora, na Europa e na América, a segurança do Brasil está no dinamismo de seu mercado interno. Deixar de integrar ao mercado de trabalho, como produtores e como consumidores, 30 milhões de jovens, é mais do que cegueira. A solução das armas, da polícia e da cadeia é um crime hediondo contra o Brasil. É um crime hediondo contra a juventude pobre brasileira.
Senhor Prefeito, não vim para ser homenageado. Vim para homenagear o glorioso Carnaval de Olinda.
Germano Coelho
Posse de Fátima
Hoje, 19h, posse da escritora Fátima Quintas na presidência da Academia Pernambucana de Letras. Estarei lá.
Negociação consequente e bem direcionada
. Tendo ajudado a construir a mesa de negociação entre o governador Eduardo Campos e as lideranças representativas das entidades estudantis, e participado ativamente da reunião, registro a qualidade da pauta apresentada pelo movimento ao governador: focada nas questões centrais que envolvem a mobilidade urbana e o sistema tarifário do transporte coletivo.
. Um debate de alto nível, no qual o governador reconheceu a maturidade dos líderes estudantis e comprometeu o governo com um tratamento prioritário e urgente da pauta apresentada.
. Sugeriu que através do meu mandato a Assembleia Legislativa possa acompanhar pari passo o encaminhamento da pauta apresentada, mediante diálogo constante entre as entidades estudantis e o governo.
. Na abertura dos trabalhos legislativos tomarei a iniciativa de uma audiência pública destinada a debater o assunto. E acompanharei todo o propcesso em contato permanente com os secretários Danilo Cabral, das Cidades e Sileno Guedes, da Articulação Social.
. Um debate de alto nível, no qual o governador reconheceu a maturidade dos líderes estudantis e comprometeu o governo com um tratamento prioritário e urgente da pauta apresentada.
. Sugeriu que através do meu mandato a Assembleia Legislativa possa acompanhar pari passo o encaminhamento da pauta apresentada, mediante diálogo constante entre as entidades estudantis e o governo.
. Na abertura dos trabalhos legislativos tomarei a iniciativa de uma audiência pública destinada a debater o assunto. E acompanharei todo o propcesso em contato permanente com os secretários Danilo Cabral, das Cidades e Sileno Guedes, da Articulação Social.
Eduardo Campos & movimento estudantil
Eduardo recebe movimento estudantil e Governo analisa pauta de propostas
. Ampliação da participação do movimento estudantil no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU). Realização, em 20 de março, de uma reunião extraordinária do Conselho para discutir a pauta de reivindicações apresentada.
. Foram estas as principais decisões adotadas pelo governador Eduardo Campos ao se reunir nesta quinta-feira (25/01) com 27 líderes estudantis no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas.
.. O encontro se estendeu por duas horas e meia, tempo em que tiveram a palavra várias lideranças. O clima de entendimento prevaleceu em todas as intervenções. Após ouvir as reivindicações dos estudantes, o governador assegurou que a pauta entregue pelo movimento “será uma prioridade do governo”. Como prova, adotou de imediato algumas medidas como a inclusão dos estudantes no CMTU, que deve ter sua composição revista.
. “Com a ajuda de vocês vamos legar às gerações futuras um sistema de transporte diferente”. Eduardo também reiterou o pedido de desculpas por qualquer ação arbitrária cometida pela polícia e afirmou que não vai transigir em caso de excessos cometidos pelos policiais. “Quem garante isso a vocês é o governador que já exonerou mais de 300 maus policiais”.
PAUTA - O encontro de Eduardo com as lideranças estudantis começou com a entrega de uma carta assinada por seis entidades com 15 pontos de reivindicação.
. Entre as propostas elencadas, além da inclusão dos estudantes no CMTU, estava o direito à meia passagem para aqueles que utilizam o transporte intermunicipal; gratuidade para cotistas e estudantes do Prouni e o aumento nos créditos do Cartão VEM, que hoje dá direito a 70 passagens por mês.
. O estudante de psicologia da Unicap, Luciano de Farias, 25, avaliou positivamente a reunião. “A gente conseguiu abrir um canal direto de diálogo. Com o comprometimento do governador, nós retomamos a imagem que a gente tinha de um governo socialista”.
. “Foi uma reunião com um saldo político positivo”. Essa foi a avaliação do presidente da UEP, Thauan Fernandes, 19, estudante de Biomedicina da UFPE. “Saímos daqui com o comprometimento do governador e com a nossa liberdade de expressão assegurada”.
. Participaram da reunião com os estudantes os secretários Danilo Cabral (Cidades), Sileno Guedes (Articulação Social e Regional) e Tadeu Alencar (Casa Civil), Além dos deputados Luciano Siqueira (PCdoB) e Pedro Eugênio (PT).
. Também estiveram no Palácio presidentes e diretores da União Nacional dos Estudantes (UNE), União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), além de integrantes dos Diretórios Centrais de Estudantes da FIR, UFRPE, Unicap, Faculdade Maurício de Nassau e do campus da UPE de Goiana.
Fonte: Blog de Notícias do Governo de Pernambuco
. Ampliação da participação do movimento estudantil no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU). Realização, em 20 de março, de uma reunião extraordinária do Conselho para discutir a pauta de reivindicações apresentada.
. Foram estas as principais decisões adotadas pelo governador Eduardo Campos ao se reunir nesta quinta-feira (25/01) com 27 líderes estudantis no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas.
.. O encontro se estendeu por duas horas e meia, tempo em que tiveram a palavra várias lideranças. O clima de entendimento prevaleceu em todas as intervenções. Após ouvir as reivindicações dos estudantes, o governador assegurou que a pauta entregue pelo movimento “será uma prioridade do governo”. Como prova, adotou de imediato algumas medidas como a inclusão dos estudantes no CMTU, que deve ter sua composição revista.
. “Com a ajuda de vocês vamos legar às gerações futuras um sistema de transporte diferente”. Eduardo também reiterou o pedido de desculpas por qualquer ação arbitrária cometida pela polícia e afirmou que não vai transigir em caso de excessos cometidos pelos policiais. “Quem garante isso a vocês é o governador que já exonerou mais de 300 maus policiais”.
PAUTA - O encontro de Eduardo com as lideranças estudantis começou com a entrega de uma carta assinada por seis entidades com 15 pontos de reivindicação.
. Entre as propostas elencadas, além da inclusão dos estudantes no CMTU, estava o direito à meia passagem para aqueles que utilizam o transporte intermunicipal; gratuidade para cotistas e estudantes do Prouni e o aumento nos créditos do Cartão VEM, que hoje dá direito a 70 passagens por mês.
. O estudante de psicologia da Unicap, Luciano de Farias, 25, avaliou positivamente a reunião. “A gente conseguiu abrir um canal direto de diálogo. Com o comprometimento do governador, nós retomamos a imagem que a gente tinha de um governo socialista”.
. “Foi uma reunião com um saldo político positivo”. Essa foi a avaliação do presidente da UEP, Thauan Fernandes, 19, estudante de Biomedicina da UFPE. “Saímos daqui com o comprometimento do governador e com a nossa liberdade de expressão assegurada”.
. Participaram da reunião com os estudantes os secretários Danilo Cabral (Cidades), Sileno Guedes (Articulação Social e Regional) e Tadeu Alencar (Casa Civil), Além dos deputados Luciano Siqueira (PCdoB) e Pedro Eugênio (PT).
. Também estiveram no Palácio presidentes e diretores da União Nacional dos Estudantes (UNE), União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), além de integrantes dos Diretórios Centrais de Estudantes da FIR, UFRPE, Unicap, Faculdade Maurício de Nassau e do campus da UPE de Goiana.
Fonte: Blog de Notícias do Governo de Pernambuco
Alianças políticas na realidade concreta
As voltas que a política dá
Luciano Siqueira*
Para o portal Brasil 247
Nem sempre é fácil entender – pelo menos aos olhos dos simples mortais -, mas a política é mesmo a expressão institucional da vida como ela é. Por isso dá muitas voltas, como as voltas que a vida dá. É furta cor, em constante movimento, contraditória se vista apenas pelas aparências, mas nem tanto se compreendida em sua essência.
Alianças políticas tendo em vista o pleito municipal deste ano ocupam o centro das atenções na atual fase pré-eleitoral. Conjecturas, especulações. Partidos e personalidades que se estranhavam ontem admitem convergirem em torno de um mesmo projeto hoje. Interesses díspares, embora sobrevivam, cedem espaço a propósitos comuns, ainda que numa perspectiva apenas mediata. Nada de errado nisso. É o jogo natural das forças políticas.
Ontem o PT, por alguns dos seus próceres, emitiu juízo de valor condenatório em relação ao partido recém-fundado, o PSD. Hoje o virtual candidato petista à prefeitura da maior cidade do país, ex-ministro Fernando Hadad, se declara aberto a uma coligação com o partido do prefeito Kassab.
Da mesma forma, partidos solidamente aliados em plano nacional – como o PCdoB e o PT -, na mesma São Paulo podem marchar separados no primeiro turno. O comunistas empunhando a candidatura do vereador Netinho de Paula, de imenso apelo popular; os petistas apresentando Fernando Hadad. Na segunda volta, como dizem os portugueses, o mais votado pode amealhar o apoio do outro. E o eleitor terá visto decantadas as propostas de ambos.
Errado é quando as alianças se celebram em termos estritamente eleitorais, se é que isso é possível, despidas da explicitação de propostas programáticas. Meros arranjos que, se vitoriosos, estarão fadados ao fracasso. Porque o mínimo que se pode exigir de uma coligação partidária é a convergência em torno de uma plataforma de intenções que venha a servir no futuro como parâmetro para o governo e como crivo aos olhos da sociedade. Não é à toa que composições partidárias vitoriosas se desfaçam nos primeiros seis meses de gestão, mergulhadas em disputas menores. Diferentemente, alianças que inicialmente pareciam esdrúxulas se mantiveram e proporcionaram resultados significativos para a população. Um belo exemplo é a ampla e heterogênea coalizão reunida em torno de Lula e que prossegue como base de sustentação do governa Dilma.
Claro que, na prática, no interior da coalizão partidária e do governo surgem discrepâncias em torno de questões relevantes, algumas contornáveis, outras não. Dá-se a unidade e a luta ao mesmo tempo. Formam-se consenso possíveis ou são tomadas decisões sob a responsabilidade do governante que contrariam interesses abrigados no próprio governo.
Os esforços da presidenta Dilma no sentido de paulatinamente romper com os fundamentos macroeconômicos que travam o crescimento econômico – câmbio sobrevalorizado e juros altos, sobretudo – não recolhem a aprovação unânime no seio da coalização governista. A despeito disso são mantidos e produzem resultados. É da vida – e da política.
Luciano Siqueira*
Para o portal Brasil 247
Nem sempre é fácil entender – pelo menos aos olhos dos simples mortais -, mas a política é mesmo a expressão institucional da vida como ela é. Por isso dá muitas voltas, como as voltas que a vida dá. É furta cor, em constante movimento, contraditória se vista apenas pelas aparências, mas nem tanto se compreendida em sua essência.
Alianças políticas tendo em vista o pleito municipal deste ano ocupam o centro das atenções na atual fase pré-eleitoral. Conjecturas, especulações. Partidos e personalidades que se estranhavam ontem admitem convergirem em torno de um mesmo projeto hoje. Interesses díspares, embora sobrevivam, cedem espaço a propósitos comuns, ainda que numa perspectiva apenas mediata. Nada de errado nisso. É o jogo natural das forças políticas.
Ontem o PT, por alguns dos seus próceres, emitiu juízo de valor condenatório em relação ao partido recém-fundado, o PSD. Hoje o virtual candidato petista à prefeitura da maior cidade do país, ex-ministro Fernando Hadad, se declara aberto a uma coligação com o partido do prefeito Kassab.
Da mesma forma, partidos solidamente aliados em plano nacional – como o PCdoB e o PT -, na mesma São Paulo podem marchar separados no primeiro turno. O comunistas empunhando a candidatura do vereador Netinho de Paula, de imenso apelo popular; os petistas apresentando Fernando Hadad. Na segunda volta, como dizem os portugueses, o mais votado pode amealhar o apoio do outro. E o eleitor terá visto decantadas as propostas de ambos.
Errado é quando as alianças se celebram em termos estritamente eleitorais, se é que isso é possível, despidas da explicitação de propostas programáticas. Meros arranjos que, se vitoriosos, estarão fadados ao fracasso. Porque o mínimo que se pode exigir de uma coligação partidária é a convergência em torno de uma plataforma de intenções que venha a servir no futuro como parâmetro para o governo e como crivo aos olhos da sociedade. Não é à toa que composições partidárias vitoriosas se desfaçam nos primeiros seis meses de gestão, mergulhadas em disputas menores. Diferentemente, alianças que inicialmente pareciam esdrúxulas se mantiveram e proporcionaram resultados significativos para a população. Um belo exemplo é a ampla e heterogênea coalizão reunida em torno de Lula e que prossegue como base de sustentação do governa Dilma.
Claro que, na prática, no interior da coalizão partidária e do governo surgem discrepâncias em torno de questões relevantes, algumas contornáveis, outras não. Dá-se a unidade e a luta ao mesmo tempo. Formam-se consenso possíveis ou são tomadas decisões sob a responsabilidade do governante que contrariam interesses abrigados no próprio governo.
Os esforços da presidenta Dilma no sentido de paulatinamente romper com os fundamentos macroeconômicos que travam o crescimento econômico – câmbio sobrevalorizado e juros altos, sobretudo – não recolhem a aprovação unânime no seio da coalização governista. A despeito disso são mantidos e produzem resultados. É da vida – e da política.
Ministério do Esporte se reforça
No Vermelho http://www.vermelho.com.br/:
Luis Fernandes no Esporte: compromisso com interesses do povo
. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, empossou o novo secretário executivo da Pasta, Luis Fernandes, nesta quarta-feira (25), em Brasília. Luis Fernandes também assume a função de coordenador dos preparativos do País para a Copa do Mundo de 2014. O ministro Aldo Rebelo disse que “Luis Fernandes é um homem de compromisso assentado nos interesses do povo brasileiro” e que a posse dele no cargo “é a reafirmação da honra e do compromisso com os interesses sociais da população brasileira”.
. O ministro confirmou a fala do novo secretário executivo, afirmando que “a Copa é o momento de expor as nossas deficiências e a oportunidade para superá-las”, ao mesmo tempo em que “o momento para mostrarmos ao público o que temos de melhor”.
. Em seu discurso de posse, Fernandes anunciou o foco estratégico na atividade de preparação e organização dos megaeventos esportivos, destacando que “o grande desafio é mobilizar as cadeias produtivas para viabilizar esses eventos”. Ao mesmo tempo, lembrou que “é uma oportunidade para empreendedores e empresas brasileiras apresentarem seus produtos para o mundo”.
. Luis Fernandes anunciou a criação de uma assessoria de coordenação para os megaeventos sob a direção de Eugenius Kaszkurewicz, e de um novo grupo temático voltado para inovação na organização dos jogos da Copa do Mundo de 2014.
. O novo secretário falou também sobre as ações e programas do Ministério, anunciando novas medidas no âmbito do esporte educacional, com foco estratégico na reestruturação do Segundo Tempo, que não será mais operado por Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Com Lula e Dilma - Para Fernandes, que já participou do Governo Lula, “é uma honra servir ao governo Dilma”, afirmou, enfatizando que com Lula e Dilma o Brasil vive a possibilidade de alavancar o casamento entre a questão nacional, democrática e social.
. “Li nas férias a biografia de Steve Jobs e aprendi a focar nos passos estratégicos para conquistar espaço. Essa visão permite casar probidade e eficiência na gestão pública”, disse o novo secretário, acrescentando que “a boa gestão do serviço público é uma premissa, e é isso que será implantado”.
. A solenidade começou com a leitura do perfil do novo secretário. Cientista político com trabalho voltado para a economia política do desenvolvimento, Luis Fernandes foi secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, entre 2004 e 2006, e presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), de 2007 a 2011. É professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
. A cerimônia aconteceu no auditório do Ministério do Esporte e reuniu autoridades esportivas e políticas, além de integrantes do mundo acadêmico. Participaram da posse o novo ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raup; a secretário de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Márcia Lins, representado o governo do estado, Sérgio Cabral; o governador de Alagoas, Teotônio Vilela, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, além do ministro Aldo Rebelo e demais secretários da pasta.
Luis Fernandes no Esporte: compromisso com interesses do povo
. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, empossou o novo secretário executivo da Pasta, Luis Fernandes, nesta quarta-feira (25), em Brasília. Luis Fernandes também assume a função de coordenador dos preparativos do País para a Copa do Mundo de 2014. O ministro Aldo Rebelo disse que “Luis Fernandes é um homem de compromisso assentado nos interesses do povo brasileiro” e que a posse dele no cargo “é a reafirmação da honra e do compromisso com os interesses sociais da população brasileira”.
. O ministro confirmou a fala do novo secretário executivo, afirmando que “a Copa é o momento de expor as nossas deficiências e a oportunidade para superá-las”, ao mesmo tempo em que “o momento para mostrarmos ao público o que temos de melhor”.
. Em seu discurso de posse, Fernandes anunciou o foco estratégico na atividade de preparação e organização dos megaeventos esportivos, destacando que “o grande desafio é mobilizar as cadeias produtivas para viabilizar esses eventos”. Ao mesmo tempo, lembrou que “é uma oportunidade para empreendedores e empresas brasileiras apresentarem seus produtos para o mundo”.
. Luis Fernandes anunciou a criação de uma assessoria de coordenação para os megaeventos sob a direção de Eugenius Kaszkurewicz, e de um novo grupo temático voltado para inovação na organização dos jogos da Copa do Mundo de 2014.
. O novo secretário falou também sobre as ações e programas do Ministério, anunciando novas medidas no âmbito do esporte educacional, com foco estratégico na reestruturação do Segundo Tempo, que não será mais operado por Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Com Lula e Dilma - Para Fernandes, que já participou do Governo Lula, “é uma honra servir ao governo Dilma”, afirmou, enfatizando que com Lula e Dilma o Brasil vive a possibilidade de alavancar o casamento entre a questão nacional, democrática e social.
. “Li nas férias a biografia de Steve Jobs e aprendi a focar nos passos estratégicos para conquistar espaço. Essa visão permite casar probidade e eficiência na gestão pública”, disse o novo secretário, acrescentando que “a boa gestão do serviço público é uma premissa, e é isso que será implantado”.
. A solenidade começou com a leitura do perfil do novo secretário. Cientista político com trabalho voltado para a economia política do desenvolvimento, Luis Fernandes foi secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, entre 2004 e 2006, e presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), de 2007 a 2011. É professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
. A cerimônia aconteceu no auditório do Ministério do Esporte e reuniu autoridades esportivas e políticas, além de integrantes do mundo acadêmico. Participaram da posse o novo ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raup; a secretário de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Márcia Lins, representado o governo do estado, Sérgio Cabral; o governador de Alagoas, Teotônio Vilela, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, além do ministro Aldo Rebelo e demais secretários da pasta.
Trabalho escravo no foco
Do site http://www.lucianosiqueira.com.br/:
Dia de Combate ao Trabalho Escravo será comemorado dia 28
. Fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 2.271 trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão em 2011. O dado é destacado na passagem do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a ser comemorado no próximo dia 28. Vinte e oito de janeiro foi oficializado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo como uma forma de homenagear os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados nesta data em 2004, durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG).
. Assim como em 2010 e 2011, atividades estão programadas em vários estados do País, para chamar a atenção sobre o problema e mobilizar por avanços na erradicação do trabalho escravo contemporâneo. Segundo o Ministério do Trabalho, em 2011, as empresas flagradas como exploradoras da mão de obra escrava foram obrigadas a pagar R$5,4 milhões em rescisões trabalhistas. A fiscalização fez 158 operações de combate à escravidão em 320 estabelecimentos rurais e urbanos.
. Desde 1995, 41.451 trabalhadores foram resgatados, o que resultou no pagamento de indenizações em torno de R$67,7 milhões. Além disso, 3.165 estabelecimentos foram inspecionados, com 35.788 autos de infração lavrados.
Fonte: Em Questão
Dia de Combate ao Trabalho Escravo será comemorado dia 28
. Fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 2.271 trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão em 2011. O dado é destacado na passagem do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a ser comemorado no próximo dia 28. Vinte e oito de janeiro foi oficializado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo como uma forma de homenagear os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados nesta data em 2004, durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG).
. Assim como em 2010 e 2011, atividades estão programadas em vários estados do País, para chamar a atenção sobre o problema e mobilizar por avanços na erradicação do trabalho escravo contemporâneo. Segundo o Ministério do Trabalho, em 2011, as empresas flagradas como exploradoras da mão de obra escrava foram obrigadas a pagar R$5,4 milhões em rescisões trabalhistas. A fiscalização fez 158 operações de combate à escravidão em 320 estabelecimentos rurais e urbanos.
. Desde 1995, 41.451 trabalhadores foram resgatados, o que resultou no pagamento de indenizações em torno de R$67,7 milhões. Além disso, 3.165 estabelecimentos foram inspecionados, com 35.788 autos de infração lavrados.
Fonte: Em Questão
Ministério Público X operadoras de telefonia móvel
MPF quer anulação de norma da Anatel que viola direitos do consumidor
. O Ministério Público Federal (MPF) quer obter, na Justiça Federal, a anulação de norma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que possibilita às prestadoras de serviços de comunicação multimídia a cobrança integral das assinaturas mensais, mesmo nos casos de interrupção ou degradação da qualidade do serviço por motivos de caso fortuito ou força maior.
. O autor da ação, ajuizada com pedido de liminar, é o procurador da República Edson Virgínio Cavalcante. Caso a Justiça atenda o pedido do MPF, a decisão terá validade em todo o país.
. Os serviços de comunicação multimídia englobam acesso à internet via radiofrequência, serviço de voz sobre IP, além de monitoramento de alarmes e câmeras, entre outros. De acordo com norma prevista no §3° do art. 54 da Resolução n° 272/2001 da Anatel, as prestadoras podem cobrar a mensalidade dos consumidores integralmente, sem desconto proporcional, quando o serviço deixar de ser prestado por motivo de caso fortuito ou força maior.
. O MPF entende que se o consumidor deixa de ter acesso aos serviços, também deve ser dispensado da obrigação de pagar as assinaturas mensais, proporcionalmente ao período em que houve a interrupção. Essa dispensa do pagamento deve se dar mesmo que o problema seja decorrente de eventos extraordinários.
. Conforme consta da ação, a norma estabelecida pela Anatel é contrária ao que estabelecem o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor. Para o procurador da República, a prestadora do serviço de comunicação multimídia não pode exigir do consumidor a contraprestação por um serviço não executado, sob pena de enriquecimento ilícito e afronta ao equilíbrio e justiça contratual.
Fonte: Blog de Jamildo (JC Online).
. O Ministério Público Federal (MPF) quer obter, na Justiça Federal, a anulação de norma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que possibilita às prestadoras de serviços de comunicação multimídia a cobrança integral das assinaturas mensais, mesmo nos casos de interrupção ou degradação da qualidade do serviço por motivos de caso fortuito ou força maior.
. O autor da ação, ajuizada com pedido de liminar, é o procurador da República Edson Virgínio Cavalcante. Caso a Justiça atenda o pedido do MPF, a decisão terá validade em todo o país.
. Os serviços de comunicação multimídia englobam acesso à internet via radiofrequência, serviço de voz sobre IP, além de monitoramento de alarmes e câmeras, entre outros. De acordo com norma prevista no §3° do art. 54 da Resolução n° 272/2001 da Anatel, as prestadoras podem cobrar a mensalidade dos consumidores integralmente, sem desconto proporcional, quando o serviço deixar de ser prestado por motivo de caso fortuito ou força maior.
. O MPF entende que se o consumidor deixa de ter acesso aos serviços, também deve ser dispensado da obrigação de pagar as assinaturas mensais, proporcionalmente ao período em que houve a interrupção. Essa dispensa do pagamento deve se dar mesmo que o problema seja decorrente de eventos extraordinários.
. Conforme consta da ação, a norma estabelecida pela Anatel é contrária ao que estabelecem o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor. Para o procurador da República, a prestadora do serviço de comunicação multimídia não pode exigir do consumidor a contraprestação por um serviço não executado, sob pena de enriquecimento ilícito e afronta ao equilíbrio e justiça contratual.
Fonte: Blog de Jamildo (JC Online).
25 janeiro 2012
Bom dia, Carlos Drummond de Andrade
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
As voltas que a História dá
The Economist e o capitalismo de Estado
Renato Rabelo*
Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br
Pode parecer incrível, mas o número especial desta semana da revista inglesa The Economist -- dedicado à ascensão do capitalismo de Estado - estampou a figura de Vladimir Illych Lênin em sua capa e assume em editorial que existe uma crise deliberada do “capitalismo de livre mercado”, lançando luzes e números sobre um fenômeno nada novo, mas que a crise se encarregou de revelar.
O Estado é mais que um empresário em países como a China, Rússia e Brasil. Uma quase centena de dados e alguns gráficos bem postados, buscam demonstrar que o novo “inimigo principal” se reciclou, está mais sofisticado. Aprendeu com a história. Está menos pesado, pensando de forma empresarial. Com ares de eficiência impressionantes.
É um “leviatã” (o poder estatal, na visão de Thomas Hobbes) que pode colocar em risco os alicerces da Economia Política inglesa. Um monstro com grande poder de persuasão. Um inimigo a ser enfrentado, sobretudo, no debate de ideias. O anti-Leviatã ainda precisa ser gestado. Assim reconhecem a derrota de caráter “quase estratégica”.
Marx transformou a Economia Política que herda de Adam Smith e David Ricardo num poderoso corpo científico capaz de compreender os grandes movimentos da humanidade a partir do reflexo das leis econômicas no âmbito de cada formação social. Enquanto isso, os “economistas vulgares” sucessores de Smith e Ricardo reduziram este pensamento em uma mera “ciência do comportamento”.
Daí, grandes discussões e contendas quase sempre se encerrarem em argumentos de cunho moral. Este DNA é o grande limite da edição especial da citada revista. Os limites do capitalismo de Estado contemporâneo residem, sobretudo, na “corrupção” engendrada em relações sociais onde o Estado detém o controle do processo. Faltou explicar qual “moral” explica a “não-corrupção” do sistema financeiro e de suas “agências de risco”. Se o sistema que advogam é tão perfeito assim, qual a razão deste mundo “de cabeça para baixo”?
Somos materialistas históricos. Nossa cultura não permite ter respostas prontas e simples para problemas complexos. A história trata de demonstrar as possibilidades e os limites de cada “modelo”. A história e as crises do capitalismo, demonstraram que o equilíbrio econômico, em qualquer regime social, demanda controle estatal sobre os meios estratégicos de produção e principalmente sobre o sistema financeiro. Isso não significa cultivar uma chamada “estatolatria” que nunca esteve presente nem em Marx, nem tampouco em Lênin.
O que significa que complexas relações de complementaridade e competição entre Estado, mercado, livre iniciativa e planejamento demandam abordagens que levem em conta a estrutura social de cada formação social. As coisas não são tão simples assim.
Fica cada vez mais claro perceber que Lênin indicou o caminho certo...
*Presidente nacional do PCdoB
Renato Rabelo*
Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br
Pode parecer incrível, mas o número especial desta semana da revista inglesa The Economist -- dedicado à ascensão do capitalismo de Estado - estampou a figura de Vladimir Illych Lênin em sua capa e assume em editorial que existe uma crise deliberada do “capitalismo de livre mercado”, lançando luzes e números sobre um fenômeno nada novo, mas que a crise se encarregou de revelar.
O Estado é mais que um empresário em países como a China, Rússia e Brasil. Uma quase centena de dados e alguns gráficos bem postados, buscam demonstrar que o novo “inimigo principal” se reciclou, está mais sofisticado. Aprendeu com a história. Está menos pesado, pensando de forma empresarial. Com ares de eficiência impressionantes.
É um “leviatã” (o poder estatal, na visão de Thomas Hobbes) que pode colocar em risco os alicerces da Economia Política inglesa. Um monstro com grande poder de persuasão. Um inimigo a ser enfrentado, sobretudo, no debate de ideias. O anti-Leviatã ainda precisa ser gestado. Assim reconhecem a derrota de caráter “quase estratégica”.
Marx transformou a Economia Política que herda de Adam Smith e David Ricardo num poderoso corpo científico capaz de compreender os grandes movimentos da humanidade a partir do reflexo das leis econômicas no âmbito de cada formação social. Enquanto isso, os “economistas vulgares” sucessores de Smith e Ricardo reduziram este pensamento em uma mera “ciência do comportamento”.
Daí, grandes discussões e contendas quase sempre se encerrarem em argumentos de cunho moral. Este DNA é o grande limite da edição especial da citada revista. Os limites do capitalismo de Estado contemporâneo residem, sobretudo, na “corrupção” engendrada em relações sociais onde o Estado detém o controle do processo. Faltou explicar qual “moral” explica a “não-corrupção” do sistema financeiro e de suas “agências de risco”. Se o sistema que advogam é tão perfeito assim, qual a razão deste mundo “de cabeça para baixo”?
Somos materialistas históricos. Nossa cultura não permite ter respostas prontas e simples para problemas complexos. A história trata de demonstrar as possibilidades e os limites de cada “modelo”. A história e as crises do capitalismo, demonstraram que o equilíbrio econômico, em qualquer regime social, demanda controle estatal sobre os meios estratégicos de produção e principalmente sobre o sistema financeiro. Isso não significa cultivar uma chamada “estatolatria” que nunca esteve presente nem em Marx, nem tampouco em Lênin.
O que significa que complexas relações de complementaridade e competição entre Estado, mercado, livre iniciativa e planejamento demandam abordagens que levem em conta a estrutura social de cada formação social. As coisas não são tão simples assim.
Fica cada vez mais claro perceber que Lênin indicou o caminho certo...
*Presidente nacional do PCdoB
24 janeiro 2012
Entrevista à TV Jornal
O PCdoB e a sucessão do Recife. Em vídeo minha entrevista a Aldo Vilela no programa Ponto Final, na TV Jornal http://goo.gl/tQRLs
Uma distinção necessária
Nas pesquisas, duas coisas diferentes
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha
Aqui vale aquela expressão “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Nas sondagens de opinião pública feitas nesta fase pré-eleitoral, destinadas a prospectar tendências num cenário ainda em formação, há que separar duas coisas distintas – que se entrelaçam, é verdade, mas têm curso próprio. Refiro-me à avaliação da gestão e à avaliação do gestor como possível candidato à reeleição.
É evidente que uma gestão que apresente, na pesquisa, um saldo positivo consistente pelo somatório dos itens regular, bom e ótimo reforça as possibilidades do gestor, caso venha a se candidatar. Um saldo negativo atrapalha.
Mas a vida tem sido rica em situações em que mesmo com uma gestão bem avaliada aos olhos da população, o gestor não recolhe índices semelhantes. Não é bem aceito, nem desperta entusiasmo como possível candidato.
De outra parte, registram-se situações em que o saldo nas pesquisas era negativo, porém a imagem do gestor crescentemente positiva. Em Olinda, por exemplo, nos seus dois mandatos consecutivos, a então prefeita Luciana Santos amargou saldos negativos nas pesquisas quase que até o fim da gestão, refletindo-se nisso a contradição marcante entre o volume de problemas sociais e físicos da cidade e os recursos organizacionais e financeiros disponíveis. Problemas de cidade grande, arrecadação própria de cidade pequena. No entanto, a prefeita se reelegeu muito bem no primeiro turno e elegeu o seu sucessor, o atual prefeito Renildo Calheiros, com votação histórica também no primeiro turno.
A explicação está em que, a despeito dos muitos problemas e da natural e compreensível insatisfação da população, a prefeita adotou sempre uma postura política ousada, em contato permanente com as áreas problemáticas da cidade, debatendo in loco as soluções e os limites financeiros do governo, assim como sempre se relacionou amplamente com os mais diversos segmentos da cidade – do movimento social organizado ao empresariado e as igrejas. Olhos nos olhos, a sinceridade a flor da pele. E credibilidade sempre em alta.
Ou seja, correm juntas, separadas ou articuladas, a gestão administrativa e a postura política. Daí porque me parece correta a assertiva de que o governante governa e a equipe de secretários e dirigentes administra. Cabe à equipe, sob orientação do governante, otimizar os recursos humanos e materiais e fazer o melhor possível. Cabe ao governante acompanhar e controlar, enquanto se relaciona amplamente com todos os atores em presença, internamente à gestão e sobretudo na sociedade, incluindo o diálogo com partidos e forças sociais que lhe dão sustentação.
Por mais complexa e exigente que seja a gestão administrativa, a política há sempre que estar no posto de comando – para bem governar e para liderar a coalizão partidária e social que sustenta o governo.
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha
Aqui vale aquela expressão “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Nas sondagens de opinião pública feitas nesta fase pré-eleitoral, destinadas a prospectar tendências num cenário ainda em formação, há que separar duas coisas distintas – que se entrelaçam, é verdade, mas têm curso próprio. Refiro-me à avaliação da gestão e à avaliação do gestor como possível candidato à reeleição.
É evidente que uma gestão que apresente, na pesquisa, um saldo positivo consistente pelo somatório dos itens regular, bom e ótimo reforça as possibilidades do gestor, caso venha a se candidatar. Um saldo negativo atrapalha.
Mas a vida tem sido rica em situações em que mesmo com uma gestão bem avaliada aos olhos da população, o gestor não recolhe índices semelhantes. Não é bem aceito, nem desperta entusiasmo como possível candidato.
De outra parte, registram-se situações em que o saldo nas pesquisas era negativo, porém a imagem do gestor crescentemente positiva. Em Olinda, por exemplo, nos seus dois mandatos consecutivos, a então prefeita Luciana Santos amargou saldos negativos nas pesquisas quase que até o fim da gestão, refletindo-se nisso a contradição marcante entre o volume de problemas sociais e físicos da cidade e os recursos organizacionais e financeiros disponíveis. Problemas de cidade grande, arrecadação própria de cidade pequena. No entanto, a prefeita se reelegeu muito bem no primeiro turno e elegeu o seu sucessor, o atual prefeito Renildo Calheiros, com votação histórica também no primeiro turno.
A explicação está em que, a despeito dos muitos problemas e da natural e compreensível insatisfação da população, a prefeita adotou sempre uma postura política ousada, em contato permanente com as áreas problemáticas da cidade, debatendo in loco as soluções e os limites financeiros do governo, assim como sempre se relacionou amplamente com os mais diversos segmentos da cidade – do movimento social organizado ao empresariado e as igrejas. Olhos nos olhos, a sinceridade a flor da pele. E credibilidade sempre em alta.
Ou seja, correm juntas, separadas ou articuladas, a gestão administrativa e a postura política. Daí porque me parece correta a assertiva de que o governante governa e a equipe de secretários e dirigentes administra. Cabe à equipe, sob orientação do governante, otimizar os recursos humanos e materiais e fazer o melhor possível. Cabe ao governante acompanhar e controlar, enquanto se relaciona amplamente com todos os atores em presença, internamente à gestão e sobretudo na sociedade, incluindo o diálogo com partidos e forças sociais que lhe dão sustentação.
Por mais complexa e exigente que seja a gestão administrativa, a política há sempre que estar no posto de comando – para bem governar e para liderar a coalizão partidária e social que sustenta o governo.
Atenção à política nacional de mobilidade urbana
Transporte público, um nó a ser desatado
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Revista Algomais
Mobilidade urbana é um conceito abrangente, que inclui até o estado das caçadas por onde transita parte considerável da população que se desloca a pé. E tem como nó górdio o transporte sobre rodas da imensa maioria dos habitantes das grandes e médias cidades do país.
Quem não se aflige com o transporte que atire a primeira pedra. Os que trafegam de ônibus, metrô, taxi; e os que conduzem seus automóveis, motos, bicicletas. O caos é a marca do roteiro diário de cada um e de todos. Sobretudo porque historicamente se tem privilegiado o transporte individual ao coletivo, um equívoco que vem desde a implantação da indústria automotiva, no final dos anos cinquenta e início dos anos sessenta. Trem, navio, barco viraram démodé; ônibus e principalmente carro ocuparam o trono.
Isso no ambiente urbano conturbado pela ocupação anárquica do território, pela carência de serviços de qualidade, pela morfologia irregular e irracional marcada por ruas estreitas e cruzamentos inadequados.
Recentemente, quando eclodiu a crise global – hoje em sua segunda fase aguda -, o então presidente Lula reduziu tributos e estimulou o crédito e facilitou a compra de veículos individuais, carros e motos, como forma de manter esse setor industrial nodal em pé e evitar um tsunami sobre os postos de trabalho. Mais carro e mais moto em nossas ruas. Efeito colateral de uma medida heroica, tal como se faz com o emprego de cortisona em certas situações clínicas, mesmo sabendo que alguns órgãos do paciente serão afetados. É o jeito de prolongar a vida e é pegar ou largar.
Abrem grandes avenidas, criam-se corredores de transporte, constroem-se viadutos – tudo para amenizar o problema, sem que se resolva a sua raiz: a inversão da equação transporte coletivo/transporte individual. Como o transporte coletivo – público ou privado subsidiado – é em geral de má qualidade, você, eu e os nossos vizinhos optaremos sempre, se pudermos, por sair de casa para o trabalho dirigindo o próprio veículo.
Sondagem recém-realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou que 41% da população brasileira acha que o serviço de transporte público é ruim no país e 30% que o serviço é bom, dados relativos a municípios com mais de 100 mil habitantes. Nos municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, o julgamento da população é mais brando: 39% avalia que o serviço de transporte coletivo é bom, e 27% considera ruim.
Apenas a comprovação do óbvio. O que sugere a partidos, parlamentares, lideranças populares e personalidades influentes envolvidas com o assunto a possibilidade de levantarem a bandeira da implantação da nova política nacional de mobilidade urbana, sancionada pela presidenta Dilma dia 4 último e que deve vigorar dentro de pouco mais de 90 dias – tão necessária quanto estratégica, pois que inserida no bojo de imprescindível e inadiável reforma urbana.
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Revista Algomais
Mobilidade urbana é um conceito abrangente, que inclui até o estado das caçadas por onde transita parte considerável da população que se desloca a pé. E tem como nó górdio o transporte sobre rodas da imensa maioria dos habitantes das grandes e médias cidades do país.
Quem não se aflige com o transporte que atire a primeira pedra. Os que trafegam de ônibus, metrô, taxi; e os que conduzem seus automóveis, motos, bicicletas. O caos é a marca do roteiro diário de cada um e de todos. Sobretudo porque historicamente se tem privilegiado o transporte individual ao coletivo, um equívoco que vem desde a implantação da indústria automotiva, no final dos anos cinquenta e início dos anos sessenta. Trem, navio, barco viraram démodé; ônibus e principalmente carro ocuparam o trono.
Isso no ambiente urbano conturbado pela ocupação anárquica do território, pela carência de serviços de qualidade, pela morfologia irregular e irracional marcada por ruas estreitas e cruzamentos inadequados.
Recentemente, quando eclodiu a crise global – hoje em sua segunda fase aguda -, o então presidente Lula reduziu tributos e estimulou o crédito e facilitou a compra de veículos individuais, carros e motos, como forma de manter esse setor industrial nodal em pé e evitar um tsunami sobre os postos de trabalho. Mais carro e mais moto em nossas ruas. Efeito colateral de uma medida heroica, tal como se faz com o emprego de cortisona em certas situações clínicas, mesmo sabendo que alguns órgãos do paciente serão afetados. É o jeito de prolongar a vida e é pegar ou largar.
Abrem grandes avenidas, criam-se corredores de transporte, constroem-se viadutos – tudo para amenizar o problema, sem que se resolva a sua raiz: a inversão da equação transporte coletivo/transporte individual. Como o transporte coletivo – público ou privado subsidiado – é em geral de má qualidade, você, eu e os nossos vizinhos optaremos sempre, se pudermos, por sair de casa para o trabalho dirigindo o próprio veículo.
Sondagem recém-realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou que 41% da população brasileira acha que o serviço de transporte público é ruim no país e 30% que o serviço é bom, dados relativos a municípios com mais de 100 mil habitantes. Nos municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, o julgamento da população é mais brando: 39% avalia que o serviço de transporte coletivo é bom, e 27% considera ruim.
Apenas a comprovação do óbvio. O que sugere a partidos, parlamentares, lideranças populares e personalidades influentes envolvidas com o assunto a possibilidade de levantarem a bandeira da implantação da nova política nacional de mobilidade urbana, sancionada pela presidenta Dilma dia 4 último e que deve vigorar dentro de pouco mais de 90 dias – tão necessária quanto estratégica, pois que inserida no bojo de imprescindível e inadiável reforma urbana.
História: 24 de janeiro de 1835
Negros do Recôncavo no s. 19;capoeira?
Grande insurreição dos escravos malês une haussás, jejes e tapas em Salvador, BA. Conexão, frustrada, com os cativos dos engenhos. Combate em Água de Meninos: 100 mortos, 281 presos. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
22 janeiro 2012
Elementos para análise
A pesquisa do Jornal do Commercio, hoje, sobre o pleito no Recife contém dados importantes. Revela tendências a serem consideradas.
Apesar do cerco da grande mídia
Folha de S. Paulo reconhece a contragosto: a presidente Dilma atingiu no fim do primeiro ano de seu governo um índice de aprovação recorde.
Bom dia, Cecília Meireles
Canção de alta noite
Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.
Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.
Andar... Perder o seu passo
na noite, também perdida.
Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.
Andar... — enquanto consente
Deus que a noite seja andada.
Porque o poeta, indiferente,
anda por andar — somente.
Não necessita de nada.
Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.
Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.
Andar... Perder o seu passo
na noite, também perdida.
Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.
Andar... — enquanto consente
Deus que a noite seja andada.
Porque o poeta, indiferente,
anda por andar — somente.
Não necessita de nada.
Bate-papo por e-mail
Confusão geral?
De José Honório: “Passei a vista nos jornais do sul e vi que a confusão não é aqui no Recife, apenas, é também pelo Brasil afora, haja vista São Paulo, capital. O partido mais forte que é o PSDB está que nem o PT de Recife, pois Serra é o nome mais forte para disputar e parece que nem ele topa nem a maioria do partido quer. Por que tanta confusão?”
.
Não se trata de confusão, Honório. Todo período pré-eleitoral é assim. Há muito debate, especulação, manifestação de intenções díspares, tanto nos partidos que governam como nos que estão na oposição. Devemos entender isso como algo natural, desde que, em tempo hábil, se discuta o que se deve discutir e se chegue a bom termo na busca da união de forças.
*
EUA precisam do dinheiro dos brasileiros?
De Edmilson Araújo Jr.: “Até recentemente ir aos EUA era uma dificuldade danada, o cara tinha que se submeter a filas homéricas e a perguntas incômodas nos consulados ianques. Na TV e nos jornais está a notícia de que os americanos abriram as portas para quem viajar aos EUA, de olho no dinheiro que nossos turistas gastam lá e que podem ajudar na crise que eles estão sofrendo.”
.
Verdade, Edmilson. Os consulados afrouxaram as exigências e o que se noticia é isso mesmo: facilitar a ida de turistas como forma de aquecer a combalida economia deles. Sinal dos tempos...
De José Honório: “Passei a vista nos jornais do sul e vi que a confusão não é aqui no Recife, apenas, é também pelo Brasil afora, haja vista São Paulo, capital. O partido mais forte que é o PSDB está que nem o PT de Recife, pois Serra é o nome mais forte para disputar e parece que nem ele topa nem a maioria do partido quer. Por que tanta confusão?”
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Não se trata de confusão, Honório. Todo período pré-eleitoral é assim. Há muito debate, especulação, manifestação de intenções díspares, tanto nos partidos que governam como nos que estão na oposição. Devemos entender isso como algo natural, desde que, em tempo hábil, se discuta o que se deve discutir e se chegue a bom termo na busca da união de forças.
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EUA precisam do dinheiro dos brasileiros?
De Edmilson Araújo Jr.: “Até recentemente ir aos EUA era uma dificuldade danada, o cara tinha que se submeter a filas homéricas e a perguntas incômodas nos consulados ianques. Na TV e nos jornais está a notícia de que os americanos abriram as portas para quem viajar aos EUA, de olho no dinheiro que nossos turistas gastam lá e que podem ajudar na crise que eles estão sofrendo.”
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Verdade, Edmilson. Os consulados afrouxaram as exigências e o que se noticia é isso mesmo: facilitar a ida de turistas como forma de aquecer a combalida economia deles. Sinal dos tempos...
China precisa cada vez mais de minério brasileiro
. Desde que iniciaram uma sequência de aumento, os estoques do minério do País nos principais portos da China já subiram quase 13%, noticiam o site Ig Ultimo Segundo.
. Os estoques de minério de ferro importado do Brasil nos principais portos da China voltaram a aumentar nesta semana, algo que vem ocorrendo semanalmente desde o início de dezembro. Nesta semana, os estoques do produto brasileiro no maior importador mundial de minério aumentaram 1,42%, na comparação com o período anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela consultoria industrial Mysteel.
. Os estoques do Brasil totalizaram 26,39 milhões de toneladas na semana. Desde que iniciaram uma sequência de aumento, os estoques do minério do Brasil nos principais portos da China já subiram quase 13%, segundo a consultoria.
. Em dezembro, as exportações de minério de ferro do Brasil atingiram 34 milhões de toneladas, um volume perto de um recorde histórico. No entanto, alguma redução das entregas do Brasil ao país asiático pode ocorrer no próximo mês, por conta das chuvas que afetaram as atividades em minas e ferrovias do Sudeste, na semana passada.
Na última quarta-feira, sindicados de trabalhadores de Minas Gerais disseram que as operações de mineração voltaram à normalidade. Os estoques totais de minério de ferro importado nos portos chineses subiu 1,06 por cento nesta semana, para 98,41 milhões de toneladas, no terceiro aumento semanal consecutivo, segundo a Mysteel.
. Os preços do spot na China, maior consumidor de minério do mundo, caíram esta semana, com a desaceleração das atividades de trading antes o feriado do Ano Novo Lunar. O minério com 62 por cento de ferro recuou 0,1%, para 139,70 dólares por tonelada na quinta-feira, menor valor desde 4 de janeiro, de acordo com o Steel Index.
. Os estoques de minério de ferro importado do Brasil nos principais portos da China voltaram a aumentar nesta semana, algo que vem ocorrendo semanalmente desde o início de dezembro. Nesta semana, os estoques do produto brasileiro no maior importador mundial de minério aumentaram 1,42%, na comparação com o período anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela consultoria industrial Mysteel.
. Os estoques do Brasil totalizaram 26,39 milhões de toneladas na semana. Desde que iniciaram uma sequência de aumento, os estoques do minério do Brasil nos principais portos da China já subiram quase 13%, segundo a consultoria.
. Em dezembro, as exportações de minério de ferro do Brasil atingiram 34 milhões de toneladas, um volume perto de um recorde histórico. No entanto, alguma redução das entregas do Brasil ao país asiático pode ocorrer no próximo mês, por conta das chuvas que afetaram as atividades em minas e ferrovias do Sudeste, na semana passada.
Na última quarta-feira, sindicados de trabalhadores de Minas Gerais disseram que as operações de mineração voltaram à normalidade. Os estoques totais de minério de ferro importado nos portos chineses subiu 1,06 por cento nesta semana, para 98,41 milhões de toneladas, no terceiro aumento semanal consecutivo, segundo a Mysteel.
. Os preços do spot na China, maior consumidor de minério do mundo, caíram esta semana, com a desaceleração das atividades de trading antes o feriado do Ano Novo Lunar. O minério com 62 por cento de ferro recuou 0,1%, para 139,70 dólares por tonelada na quinta-feira, menor valor desde 4 de janeiro, de acordo com o Steel Index.
Cuidado com a lista do material escolar
. Com a proximidade do fim das férias, as papelarias já estão cheias de pais com listas de material escolar em mãos e muita dúvida na hora de comprar os itens que serão utilizados neste ano letivo – informa a Agência Brasil. Algumas exigências não podem ser feitas pelas escolas, mas continuam sendo incluídas entre os pedidos. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta os consumidores sobre as práticas consideradas abusivas, como determinar em qual estabelecimento deve ser feita a compra ou pedir produtos de marcas específicas.
. “Dizer onde os pais devem comprar os materiais é uma prática equivalente à venda casada. Não pode haver indicação específica quando um produto está disponível em diversos estabelecimentos comerciais. O direito de escolha do consumidor precisa ser preservado”, explica Mariana Ferraz, advogada do Idec. Segundo ela, o local onde a compra deverá ser feita só poder ser determinado pela escola quando se trata de um produto que não está disponível em outras lojas, como apostilas que são produzidas pelo colégio.. Na lista de material dos filhos da digitadora Áurea Elias Carneiro, de 36 anos, a escola incluiu sugestões de papelarias e indicações de marcas específicas dos itens a serem comprados, o que ela considera um abuso. “Acho abusiva porque escola particular pede muita coisa. Alguns itens vêm até com a recomendação da marca”, disse. Segundo a advogada do Idec, os produtos devem ser indicados de forma genérica, sem citar marcas específicas.
. De acordo com o instituto, as escolas também não podem pedir materiais de uso coletivo, como produtos de limpeza. “Os itens solicitados devem ser aqueles que o estudante vai usar individualmente para o estudo em si. Os outros dizem respeito à prestação de serviço daquele estabelecimento e a escola precisa garantir”, alerta Mariana. No caso de escolas públicas, produtos como papel higiênico ou copos descartáveis podem ser solicitados como uma contribuição, mas não como obrigatórios.
Ao pé do ouvido
A sugestão de domingo é de Tom: “Chega perto, vem sem medo/Chega mais meu coração/Vem ouvir esse segredo/Escondido num choro canção...”
Uma crônica de Luis Fernando Verissimo
Emoções em vivi
publicado na Gazeta de Alagoas
De todas as histórias que estão vindo à tona depois do acidente com o Costa Concordia a minha favorita é a da moça que estava dentro de uma caixa, presumo que participando de um número de mágica, quando se deu o choque com as pedras e o navio começou a adernar. Não sei se ela era ajudante do mágico ou se tinha sido convocada da plateia para entrar na caixa. Na verdade, como não me lembro onde li a história e não ouvi mais nada a respeito, não posso garantir que não a esteja imaginando.
Mas pense no que teria passado pela cabeça da moça dentro da caixa. Era para ela desaparecer e, provavelmente, reaparecer dentro de outra caixa. E de repente sente que está sendo deslocada dentro daquele espaço apertado, que está realmente sendo transportada para outro espaço, talvez para outra dimensão, da qual pode nem voltar se a mágica não der certo. E imagine o alívio dela quando consegue sair da caixa e ver que todo o mundo está deslizando, junto com pratos e copos. Ufa. De volta à normalidade, pensa ela, antes de também começar a deslizar.
Muita gente que não estava lá tem histórias para contar das suas experiências em navios, e está aproveitando o desastre para contá-las. Eu, modéstia à parte, tenho várias. Minha mãe não gostava de avião, o que significa que a família tem um longo passado marinheiro. Estávamos no primeiro navio que saiu de Nova York para a América do Sul no fim da Segunda Guerra Mundial. Um pequeno cargueiro argentino que corcoveava sobre as ondas. A viagem levou um mês, no qual passei uma semana vomitando e três aproveitando a aventura. Durante anos fomos fregueses dos navios da Moore McCormick na linha Rio-Nova York-Rio, e a melhor lembrança que guardo deles é das cinco refeições por dia, não contando o caldinho quente no meio da manhã e o lanche no fim da noite. Cruzamos de Southampton para Nova York no United States, na época o maior do mundo. E – não podia deixar meus dezessete leitores sem esta informação fascinante – fiz aniversário três vezes em alto mar. Não sei qual é o recorde mundial.
O que tudo isso tem a ver com o desastre do Costa Concordia? Absolutamente nada. As maiores emoções em todas estas viagens eram os ensaios para emergências, que serviam para as pessoas se fotografarem vestindo coletes salva-vidas. E os céus estrelados, os peixes-voadores e, claro, o caldinho quente no meio da manhã.
publicado na Gazeta de Alagoas
De todas as histórias que estão vindo à tona depois do acidente com o Costa Concordia a minha favorita é a da moça que estava dentro de uma caixa, presumo que participando de um número de mágica, quando se deu o choque com as pedras e o navio começou a adernar. Não sei se ela era ajudante do mágico ou se tinha sido convocada da plateia para entrar na caixa. Na verdade, como não me lembro onde li a história e não ouvi mais nada a respeito, não posso garantir que não a esteja imaginando.
Mas pense no que teria passado pela cabeça da moça dentro da caixa. Era para ela desaparecer e, provavelmente, reaparecer dentro de outra caixa. E de repente sente que está sendo deslocada dentro daquele espaço apertado, que está realmente sendo transportada para outro espaço, talvez para outra dimensão, da qual pode nem voltar se a mágica não der certo. E imagine o alívio dela quando consegue sair da caixa e ver que todo o mundo está deslizando, junto com pratos e copos. Ufa. De volta à normalidade, pensa ela, antes de também começar a deslizar.
Muita gente que não estava lá tem histórias para contar das suas experiências em navios, e está aproveitando o desastre para contá-las. Eu, modéstia à parte, tenho várias. Minha mãe não gostava de avião, o que significa que a família tem um longo passado marinheiro. Estávamos no primeiro navio que saiu de Nova York para a América do Sul no fim da Segunda Guerra Mundial. Um pequeno cargueiro argentino que corcoveava sobre as ondas. A viagem levou um mês, no qual passei uma semana vomitando e três aproveitando a aventura. Durante anos fomos fregueses dos navios da Moore McCormick na linha Rio-Nova York-Rio, e a melhor lembrança que guardo deles é das cinco refeições por dia, não contando o caldinho quente no meio da manhã e o lanche no fim da noite. Cruzamos de Southampton para Nova York no United States, na época o maior do mundo. E – não podia deixar meus dezessete leitores sem esta informação fascinante – fiz aniversário três vezes em alto mar. Não sei qual é o recorde mundial.
O que tudo isso tem a ver com o desastre do Costa Concordia? Absolutamente nada. As maiores emoções em todas estas viagens eram os ensaios para emergências, que serviam para as pessoas se fotografarem vestindo coletes salva-vidas. E os céus estrelados, os peixes-voadores e, claro, o caldinho quente no meio da manhã.
Viagem virtual pelo Capibaribe
Belíssima sequencia de fotos de Tuca Siqueira, textos e poemas no Museu Capibaribe http://goo.gl/QwgZ6 Confira.
Gente pernambucana
As sandálias
por Inácio França, na Interpoética http://www.interpoetica.com/
Valdenice era a secretária de Educação de Orobó e filha do prefeito Manoel João. Dito assim, até parece se tratar de mais um caso típico de nepotismo, o pai arrumando um emprego fácil para a filha querida. Só parece: Valdenice, que todos na cidade chamam de Valdinha, é daquelas que não conseguem se desligar do trabalho um só instante, uma workaholic do agreste.
Na época em que empregar filhos e outros parentes nas prefeituras se tornou proibido por lei, até o juiz da comarca se movimentou para garantir Valdinha na secretaria, mas com o auxílio inestimável de Mr. Google, descubro que ela deixou o cargo em 2009. Só não sei por quê.
Sei de tudo isso por causa do meu trabalho, na época em que tentava fazer a comunicação do Unicef em Pernambuco, mas acabei mesmo foi aprendendo um pouco sobre avaliação de políticas públicas. E em cidades como Orobó havia muito o que aprender e avaliar.
Orobó acabou sendo premiada pelo Unicef. Havia razões objetivas e indicadores para isso, números frios que comprovavam o esforço, mas não contavam a história toda.
Valdinha não fazia as coisas que lhe davam na telha. Na equipe da Educação – coordenadores, diretores de escola ou de departamento – não faltavam profissionais com mestrado e até doutorado. Essa equipe discutia tudo, participava das decisões, inclusive a que foi tomada para reduzir o abandono e a evasão escolar, ainda enorme apesar dos muitos anos de programas de erradicação do trabalho infantil. Numa revista online sobre escolas públicas, encontrei esse dado: em 2004, um ano antes de Manoel João ser eleito prefeito, 1.170 adolescentes abandonaram as salas de aula. Muita gente para uma cidade tão pequena.
O pessoal da secretaria fez uma pesquisa, indo de escola em escola, encontraram uma explicação ao mesmo tempo óbvia e surpreendente: muitos meninos e meninas não tinham calçado de espécie alguma, sapato, sandália, alpercata, nem tamanco, nada. Se recusavam a ir à escola porque sentiam vergonha de ir às aulas com os pés no chão.
O que Valdinha fez? Arrumou um dinheiro da Educação e foi até a uma fábrica de sandálias de dedo, as boas japonesas, e comprou mais de 1.000 pares para distribuir para a moçada. Deu certo. Em 2006, 688 alunos largaram os estudos. Caiu quase pela metade.
No ano seguinte ao prêmio, uma equipe do Diário de Pernambuco percorreu algumas cidades reconhecidas pelo Unicef para descobrir o que havia de bom em cada uma delas. De Orobó, o editor Sérgio Miguel Buarque, amigo e quase-irmão há 30 anos, e a fotógrafa Inês Campelo trouxeram essa história e a foto que ilustra esse texto.
As coisas melhoraram, mas outro problema surgiu. As crianças que chegavam na escola com sandálias japonesas viraram alvo de chacota dos colegas. Diziam que eram as sandálias “da prefeitura”. Crianças são assim: inocentes sim, cruéis também.
Uma nova providência foi tomada para evitar que os mais pobres fossem estigmatizados. A nova medida foi, essa sim, ainda mais ousada. A secretaria de Educação decidiu que a sandália japonesa era item obrigatório do uniforme escolar. A partir daí, só entrava em sala de aula com sandálias de dedo. Alunos com tênis caros, coloridos e modernos, tinham que voltar para casa. De um momento para outro, todos se tornaram iguais. Uma medida simples e extremamente inclusiva.
Até hoje lembro das circunstâncias em que escutei esse relato, numa tarde abafada em Orobó.
Da última vez que conversei com a então secretária Valdinha, ela me disse que estava preparando uma compra de colchões para reduzir ainda mais a repetência e a evasão, melhorando o desempenho dos estudantes que dormiam – mal – no chão úmido da zona rural e, insones, enfrentavam horas de matemática, português, geografia e história.
O problema era comprar colchões sem que os obtusos burocratas do Ministério e, principalmente, do Tribunal de Contas ficassem pensando besteira.
Não tenho a menor ideia se os colchões foram comprados e distribuídos, mas em 2009, 471 crianças e adolescentes abandonaram a escola, praticamente 1/3 do número que abandonavam as aulas antes da compra do primeiro chinelo.
por Inácio França, na Interpoética http://www.interpoetica.com/
Valdenice era a secretária de Educação de Orobó e filha do prefeito Manoel João. Dito assim, até parece se tratar de mais um caso típico de nepotismo, o pai arrumando um emprego fácil para a filha querida. Só parece: Valdenice, que todos na cidade chamam de Valdinha, é daquelas que não conseguem se desligar do trabalho um só instante, uma workaholic do agreste.
Na época em que empregar filhos e outros parentes nas prefeituras se tornou proibido por lei, até o juiz da comarca se movimentou para garantir Valdinha na secretaria, mas com o auxílio inestimável de Mr. Google, descubro que ela deixou o cargo em 2009. Só não sei por quê.
Sei de tudo isso por causa do meu trabalho, na época em que tentava fazer a comunicação do Unicef em Pernambuco, mas acabei mesmo foi aprendendo um pouco sobre avaliação de políticas públicas. E em cidades como Orobó havia muito o que aprender e avaliar.
Orobó acabou sendo premiada pelo Unicef. Havia razões objetivas e indicadores para isso, números frios que comprovavam o esforço, mas não contavam a história toda.
Valdinha não fazia as coisas que lhe davam na telha. Na equipe da Educação – coordenadores, diretores de escola ou de departamento – não faltavam profissionais com mestrado e até doutorado. Essa equipe discutia tudo, participava das decisões, inclusive a que foi tomada para reduzir o abandono e a evasão escolar, ainda enorme apesar dos muitos anos de programas de erradicação do trabalho infantil. Numa revista online sobre escolas públicas, encontrei esse dado: em 2004, um ano antes de Manoel João ser eleito prefeito, 1.170 adolescentes abandonaram as salas de aula. Muita gente para uma cidade tão pequena.
O pessoal da secretaria fez uma pesquisa, indo de escola em escola, encontraram uma explicação ao mesmo tempo óbvia e surpreendente: muitos meninos e meninas não tinham calçado de espécie alguma, sapato, sandália, alpercata, nem tamanco, nada. Se recusavam a ir à escola porque sentiam vergonha de ir às aulas com os pés no chão.
O que Valdinha fez? Arrumou um dinheiro da Educação e foi até a uma fábrica de sandálias de dedo, as boas japonesas, e comprou mais de 1.000 pares para distribuir para a moçada. Deu certo. Em 2006, 688 alunos largaram os estudos. Caiu quase pela metade.
No ano seguinte ao prêmio, uma equipe do Diário de Pernambuco percorreu algumas cidades reconhecidas pelo Unicef para descobrir o que havia de bom em cada uma delas. De Orobó, o editor Sérgio Miguel Buarque, amigo e quase-irmão há 30 anos, e a fotógrafa Inês Campelo trouxeram essa história e a foto que ilustra esse texto.
As coisas melhoraram, mas outro problema surgiu. As crianças que chegavam na escola com sandálias japonesas viraram alvo de chacota dos colegas. Diziam que eram as sandálias “da prefeitura”. Crianças são assim: inocentes sim, cruéis também.
Uma nova providência foi tomada para evitar que os mais pobres fossem estigmatizados. A nova medida foi, essa sim, ainda mais ousada. A secretaria de Educação decidiu que a sandália japonesa era item obrigatório do uniforme escolar. A partir daí, só entrava em sala de aula com sandálias de dedo. Alunos com tênis caros, coloridos e modernos, tinham que voltar para casa. De um momento para outro, todos se tornaram iguais. Uma medida simples e extremamente inclusiva.
Até hoje lembro das circunstâncias em que escutei esse relato, numa tarde abafada em Orobó.
Da última vez que conversei com a então secretária Valdinha, ela me disse que estava preparando uma compra de colchões para reduzir ainda mais a repetência e a evasão, melhorando o desempenho dos estudantes que dormiam – mal – no chão úmido da zona rural e, insones, enfrentavam horas de matemática, português, geografia e história.
O problema era comprar colchões sem que os obtusos burocratas do Ministério e, principalmente, do Tribunal de Contas ficassem pensando besteira.
Não tenho a menor ideia se os colchões foram comprados e distribuídos, mas em 2009, 471 crianças e adolescentes abandonaram a escola, praticamente 1/3 do número que abandonavam as aulas antes da compra do primeiro chinelo.
21 janeiro 2012
Transpondo obstáculos
Taxa de juros e correlação de forças
Luciano Siqueira
Publicado no portal Brasil 247
Não há como construir um Brasil efetivamente democrático sem a voz de todos os segmentos da sociedade. Daí a necessidade de democratizar a mídia. E a importância da presença nas ruas dos trabalhadores sob o comando das centrais sindicais.
A grande mídia fomenta de múltiplas formas a cantilena de que não se deve mexer na política macroeconômica para não comprometer a estabilidade monetária num ambiente de crise internacional. E acresce o fantasma (sic) da inflação. É o seu jeito de pressionar o governo, cumprindo o papel que a oposição – anêmica e sem rumo – não cumpre.
As centrais sindicais, por seu turno, sem a ressonância da grande mídia, mas com determinação e discurso consistente, manifesta-se peleja no sentido contrário – o de romper com os fundamentos macroeconômicos caducos diante da crise global e das potencialidades do país.
Ontem o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu a taxa de juros do país em 0,5% - pela quarta vez consecutiva, dando sequencia a implementação de orientação emanada da própria presidenta Dilma, que reiteradamente tem afirmado o propósito de manter a trilha do crescimento econômico.
Ponto para os trabalhadores e para os segmentos produtivos da economia. Derrota do grande capital financeiro especulativo e da mídia que lhe serve e se opõe o governo.
Uma das centrais, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que juntamente com a CUT e congêneres realizou manifestação defronte ao Banco Central em prol do abaixamento da taxa básica de juros, de pronto saudou a nova conquista como positiva. Mas ponderou – corretamente - que a redução da taxa de juros se iniciou tardiamente, a partir do segundo semestre do ano passado, e os juros reais cobrados no Brasil ainda são os maiores do mundo. Mais: “esse cenário, somado a uma política cambial inadequada e à manutenção do pagamento de um gigantesco superávit primário, tem se refletido na queda de investimentos produtivos no país. A perspectiva de crescimento para 2012 é tímida e a desindustrialização é a maior consequência dessas escolhas inapropriadas.”
Porém é preciso anotar que os avanços, ainda que ainda insuficientes, traduzem o esforço real do governo compatível com a força real de que dispõe. O setor rentista da economia, associado à grande mídia e aos seus barulhentos porta vozes no parlamento ainda influenciam parte da base governista e do próprio governo. Cabe, portanto, valorizar a tendência – esta sim evidentemente positiva, que a realidade haverá de chancelar e de contribuir para a melhoria progressiva da correlação de forças em favor de orientação macroeconômica compatível com o desenvolvimento.
Luciano Siqueira
Publicado no portal Brasil 247
Não há como construir um Brasil efetivamente democrático sem a voz de todos os segmentos da sociedade. Daí a necessidade de democratizar a mídia. E a importância da presença nas ruas dos trabalhadores sob o comando das centrais sindicais.
A grande mídia fomenta de múltiplas formas a cantilena de que não se deve mexer na política macroeconômica para não comprometer a estabilidade monetária num ambiente de crise internacional. E acresce o fantasma (sic) da inflação. É o seu jeito de pressionar o governo, cumprindo o papel que a oposição – anêmica e sem rumo – não cumpre.
As centrais sindicais, por seu turno, sem a ressonância da grande mídia, mas com determinação e discurso consistente, manifesta-se peleja no sentido contrário – o de romper com os fundamentos macroeconômicos caducos diante da crise global e das potencialidades do país.
Ontem o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu a taxa de juros do país em 0,5% - pela quarta vez consecutiva, dando sequencia a implementação de orientação emanada da própria presidenta Dilma, que reiteradamente tem afirmado o propósito de manter a trilha do crescimento econômico.
Ponto para os trabalhadores e para os segmentos produtivos da economia. Derrota do grande capital financeiro especulativo e da mídia que lhe serve e se opõe o governo.
Uma das centrais, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que juntamente com a CUT e congêneres realizou manifestação defronte ao Banco Central em prol do abaixamento da taxa básica de juros, de pronto saudou a nova conquista como positiva. Mas ponderou – corretamente - que a redução da taxa de juros se iniciou tardiamente, a partir do segundo semestre do ano passado, e os juros reais cobrados no Brasil ainda são os maiores do mundo. Mais: “esse cenário, somado a uma política cambial inadequada e à manutenção do pagamento de um gigantesco superávit primário, tem se refletido na queda de investimentos produtivos no país. A perspectiva de crescimento para 2012 é tímida e a desindustrialização é a maior consequência dessas escolhas inapropriadas.”
Porém é preciso anotar que os avanços, ainda que ainda insuficientes, traduzem o esforço real do governo compatível com a força real de que dispõe. O setor rentista da economia, associado à grande mídia e aos seus barulhentos porta vozes no parlamento ainda influenciam parte da base governista e do próprio governo. Cabe, portanto, valorizar a tendência – esta sim evidentemente positiva, que a realidade haverá de chancelar e de contribuir para a melhoria progressiva da correlação de forças em favor de orientação macroeconômica compatível com o desenvolvimento.
Boa noite, Pablo Neruda
Picasso
Querer Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
Silêncio para ler, entender, sentir
No Terra Magazine, por Ronaldo Correia de Brito
O barulho nas festas de livros
Os livros pedem silêncio para escutarmos as vozes que falam neles. Há barulho em excesso, ameaçando calar as falas dos personagens de romances, contos, novelas e peças de teatro. Algumas vozes parecem sussurros, de tão delicadas. Como ouvi-las, com tanto barulho? Os poemas dos chineses Li Po e Tu Fu, traduzidos por Cecília Meireles, parecem água correndo nos regatos ou folhas arrastadas pelo vento, em noite de lua cheia. Como ouvi-los, com tanto barulho? Mesmo os cantos elétricos de Walt Whitman são abafados pelas caixas sonoras repetindo anúncios e comerciais. E o "Son de negros em Cuba", na voz de Federico Garcia Lorca - calor branco, fruta morta, curva de suspiro e barro -, emudecem em meio à algazarra de maracatus e sambas do Recife.
O silêncio é aonde resvalam ecos e vales, diz um verso do poeta andaluz. Os escritores necessitam dele para escutarem suas próprias vozes e se fazerem ouvir. Porém tudo conspira contra o silêncio e ninguém ouve quem escreve, lê poemas ou conta histórias. Muitas vozes falam alto nos microfones, os tambores percutem o couro e as festas para os escritores ameaçam transformar-se em carnavais e shows.
Contam que Demócrito de Abdera cegou os próprios olhos para desse modo pensar melhor. Como poderemos pensar em meio ao barulho? Os ruídos embotam os pensamentos e a poesia, nos tornam surdos à voz que brota dos livros. Por favor, façam silêncio e escutem o que os livros desejam falar. Já existem festas em excesso nesse país, três meses de carnaval, shows para milhões, jogos de futebol, rádios, televisões e aparelhos de som ligados nas casas. Quando o livro pedir silêncio, uma pausa em meio aos caos sonoro, por favor, silenciem. Um minuto que seja. Aquele minuto que pedem em reverência aos mortos. Aquele minuto pelo menos.
Mas os livros não morreram ainda, eu juro. Eles teimam em continuar vivos e pulsantes. Porém se ninguém fizer silêncio para que eles falem, com certeza calarão de vez.
Nem é preciso o silêncio absoluto das pedras, de que fala a poesia de João Cabral. Basta silêncio com menos aridez. Silêncio de escutar em silêncio a música das palavras, o engenho dos artistas, o ritmo das estrofes e parágrafos na sua música plena, sem acompanhamento de tambores, nem caixas ou gonguês. Silêncio para ouvir os que trabalham calados e um dia resolvem falar de voz viva.
O poeta Everardo Norões escreveu sobre ler cada saliência das coisas. Precisamos ler todas as palavras dos livros, com o peso que elas possuem e nos comunicam. Mas, para tanto, é necessário silêncio.
O barulho nas festas de livros
Os livros pedem silêncio para escutarmos as vozes que falam neles. Há barulho em excesso, ameaçando calar as falas dos personagens de romances, contos, novelas e peças de teatro. Algumas vozes parecem sussurros, de tão delicadas. Como ouvi-las, com tanto barulho? Os poemas dos chineses Li Po e Tu Fu, traduzidos por Cecília Meireles, parecem água correndo nos regatos ou folhas arrastadas pelo vento, em noite de lua cheia. Como ouvi-los, com tanto barulho? Mesmo os cantos elétricos de Walt Whitman são abafados pelas caixas sonoras repetindo anúncios e comerciais. E o "Son de negros em Cuba", na voz de Federico Garcia Lorca - calor branco, fruta morta, curva de suspiro e barro -, emudecem em meio à algazarra de maracatus e sambas do Recife.
O silêncio é aonde resvalam ecos e vales, diz um verso do poeta andaluz. Os escritores necessitam dele para escutarem suas próprias vozes e se fazerem ouvir. Porém tudo conspira contra o silêncio e ninguém ouve quem escreve, lê poemas ou conta histórias. Muitas vozes falam alto nos microfones, os tambores percutem o couro e as festas para os escritores ameaçam transformar-se em carnavais e shows.
Contam que Demócrito de Abdera cegou os próprios olhos para desse modo pensar melhor. Como poderemos pensar em meio ao barulho? Os ruídos embotam os pensamentos e a poesia, nos tornam surdos à voz que brota dos livros. Por favor, façam silêncio e escutem o que os livros desejam falar. Já existem festas em excesso nesse país, três meses de carnaval, shows para milhões, jogos de futebol, rádios, televisões e aparelhos de som ligados nas casas. Quando o livro pedir silêncio, uma pausa em meio aos caos sonoro, por favor, silenciem. Um minuto que seja. Aquele minuto que pedem em reverência aos mortos. Aquele minuto pelo menos.
Mas os livros não morreram ainda, eu juro. Eles teimam em continuar vivos e pulsantes. Porém se ninguém fizer silêncio para que eles falem, com certeza calarão de vez.
Nem é preciso o silêncio absoluto das pedras, de que fala a poesia de João Cabral. Basta silêncio com menos aridez. Silêncio de escutar em silêncio a música das palavras, o engenho dos artistas, o ritmo das estrofes e parágrafos na sua música plena, sem acompanhamento de tambores, nem caixas ou gonguês. Silêncio para ouvir os que trabalham calados e um dia resolvem falar de voz viva.
O poeta Everardo Norões escreveu sobre ler cada saliência das coisas. Precisamos ler todas as palavras dos livros, com o peso que elas possuem e nos comunicam. Mas, para tanto, é necessário silêncio.
Peculiaridades do Brasil na cena mundial
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Brasil, governo e civilização
Apesar da crise sistêmica do capitalismo o Brasil continua a crescer economicamente, o que vai consolidando o fato de que essa nova realidade veio para ficar e faz parte de nova configuração do tabuleiro geopolítico global.
O País tem quase todas as características que são comuns aos gigantes emergentes: extensão territorial, mercado interno em crescimento, liderança econômica regional ascendente, parque industrial complexo etc.
Além disso, é detentor de potencialidades distintas aos demais componentes dos chamados BRICS. Possui a maior reserva florestal, o maior manancial de água doce, a maior extensão de terras agricultáveis do planeta.
Por outro lado é insuficiente a infra-estrutura do País em relação às estradas de rodagem, portos, ferrovias de interligação com o território nacional, hidrovias e por aí vai.
O crescimento econômico da última década não foi acompanhado por um plano nacional de desenvolvimento com metas e objetivos a serem alcançados, mostrando que as heranças da doutrina neoliberal dos anos noventa e início do milênio não foram de todo superadas.
Porque as estratégias, os planos estruturais, o papel do Estado como indutor central ao desenvolvimento não só foram descartados nos governos FHC como a nova ordem mundial continua difundindo esses pré-requisitos ao desenvolvimento do País como abomináveis.
Na verdade os preceitos neoliberais mantêm-se hegemônicos no planeta sob a batuta do complexo midiático mundial, do capital financeiro global.
No Brasil as forças neoliberais estão tensionadas para que não se constituam novos caminhos tanto ao crescimento econômico quanto ao desenvolvimento soberano, coisas complementares porém diferentes.
Por outro lado, além de pelejarmos pela construção da riqueza nacional, da emancipação social, devemos lutar pelo resgate e desenvolvimento dos grandes valores humanos universais esmagados pela "globalização", o que já implica em tremenda resistência ideológica e política.
Valores esses resgatados, desenvolvidos e mesclados ao nosso rico processo de nação tropical. Mas não devemos perseguir, como objetivo último, alguma coisa como se fossemos uma espécie de "esquerda" da própria globalização capitalista.
Os nossos desafios devem nos confrontar como alternativa econômica, social, cultural e de civilização a essa nova ordem mundial do capital.
Brasil, governo e civilização
Apesar da crise sistêmica do capitalismo o Brasil continua a crescer economicamente, o que vai consolidando o fato de que essa nova realidade veio para ficar e faz parte de nova configuração do tabuleiro geopolítico global.
O País tem quase todas as características que são comuns aos gigantes emergentes: extensão territorial, mercado interno em crescimento, liderança econômica regional ascendente, parque industrial complexo etc.
Além disso, é detentor de potencialidades distintas aos demais componentes dos chamados BRICS. Possui a maior reserva florestal, o maior manancial de água doce, a maior extensão de terras agricultáveis do planeta.
Por outro lado é insuficiente a infra-estrutura do País em relação às estradas de rodagem, portos, ferrovias de interligação com o território nacional, hidrovias e por aí vai.
O crescimento econômico da última década não foi acompanhado por um plano nacional de desenvolvimento com metas e objetivos a serem alcançados, mostrando que as heranças da doutrina neoliberal dos anos noventa e início do milênio não foram de todo superadas.
Porque as estratégias, os planos estruturais, o papel do Estado como indutor central ao desenvolvimento não só foram descartados nos governos FHC como a nova ordem mundial continua difundindo esses pré-requisitos ao desenvolvimento do País como abomináveis.
Na verdade os preceitos neoliberais mantêm-se hegemônicos no planeta sob a batuta do complexo midiático mundial, do capital financeiro global.
No Brasil as forças neoliberais estão tensionadas para que não se constituam novos caminhos tanto ao crescimento econômico quanto ao desenvolvimento soberano, coisas complementares porém diferentes.
Por outro lado, além de pelejarmos pela construção da riqueza nacional, da emancipação social, devemos lutar pelo resgate e desenvolvimento dos grandes valores humanos universais esmagados pela "globalização", o que já implica em tremenda resistência ideológica e política.
Valores esses resgatados, desenvolvidos e mesclados ao nosso rico processo de nação tropical. Mas não devemos perseguir, como objetivo último, alguma coisa como se fossemos uma espécie de "esquerda" da própria globalização capitalista.
Os nossos desafios devem nos confrontar como alternativa econômica, social, cultural e de civilização a essa nova ordem mundial do capital.
Neste domingo, no Catamarã
Amig@s, estou contando que a gente se encontra no aniversário de George Braga. No Catamarã (ao lado do Forte das Cinco Pontas), neste domingo, das 11 horas em diante.
Um momento de descontração e de reencontro, para honrar os versos do poeta Drummond:
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial,
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente
Você chega, pega sua comanda, consome o que quiser e se resolve.
A boa música e a amizade é por nossa conta.
Um momento de descontração e de reencontro, para honrar os versos do poeta Drummond:
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial,
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente
Você chega, pega sua comanda, consome o que quiser e se resolve.
A boa música e a amizade é por nossa conta.
Por e-mail, mais opiniões
Chance para quem é competente
De Maria José Feitosa: “Todo dia a gente vê falar que Pernambuco está bombando e vai ter oportunidade para todos, mas a verdade é que só tem vez quem é considerado ‘qualificado’, que já passou por outros empregos ou que tem diploma de curso técnico. Acho isso uma injustiça.”
.
Injustiça não é bem o termo, Maria José. Na verdade, estamos pagando caro pelas mais de duas décadas perdidas em nossa economia, que começamos a superar a partir do governo Lula. Deixávamos de formar mão de obra qualificada porque não havia projeto de desenvolvimento que se apoiasse em nossas próprias potencialidades. Agora há um grande esforço de capacitar as pessoas, inclusive aqui em Pernambuco. Mesmo assim, há também uma faixa de oportunidades para o primeiro emprego.
*
Educação em primeiro lugar
De Angela Carneiro: “Educação, meu caro deputado, para mim é a solução para fazer o Brasil de verdade uma grande nação e com apenas pouco mais de 5% do PIB investido na área ficamos a ver navios...”.
.
Angela, nossa luta é de imediato 10% do PIB para a educação. E quando tivermos aferindo recursos provenientes da exploração do petróleo e gás da camada do pré-sal, chegar próximo de 50% para educação, ciência e tecnologia.
De Maria José Feitosa: “Todo dia a gente vê falar que Pernambuco está bombando e vai ter oportunidade para todos, mas a verdade é que só tem vez quem é considerado ‘qualificado’, que já passou por outros empregos ou que tem diploma de curso técnico. Acho isso uma injustiça.”
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Injustiça não é bem o termo, Maria José. Na verdade, estamos pagando caro pelas mais de duas décadas perdidas em nossa economia, que começamos a superar a partir do governo Lula. Deixávamos de formar mão de obra qualificada porque não havia projeto de desenvolvimento que se apoiasse em nossas próprias potencialidades. Agora há um grande esforço de capacitar as pessoas, inclusive aqui em Pernambuco. Mesmo assim, há também uma faixa de oportunidades para o primeiro emprego.
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Educação em primeiro lugar
De Angela Carneiro: “Educação, meu caro deputado, para mim é a solução para fazer o Brasil de verdade uma grande nação e com apenas pouco mais de 5% do PIB investido na área ficamos a ver navios...”.
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Angela, nossa luta é de imediato 10% do PIB para a educação. E quando tivermos aferindo recursos provenientes da exploração do petróleo e gás da camada do pré-sal, chegar próximo de 50% para educação, ciência e tecnologia.
O calendário de nossas vidas
O ano de 2012 é bissexto, ou seja, tem um dia a mais – 29 de fevereiro. O acréscimo acontece a cada quatro anos, com algumas exceções. Vários ajustes já foram feitos aos nossos calendários, por razões científicas e culturais.
A invenção do tempo . Os calendários, criação humana usada para marcar a passagem do tempo, é o tema da coluna do físico Adilson de Oliveira. Na ‘Física sem mistério’ de janeiro, ele conta a história por trás de nossas agendas e fala sobre a ideia de Carl Sagan de construir um calendário cósmico.
. A necessidade da utilização de calendários começou na época em que a humanidade iniciou o desenvolvimento da agricultura. Como a maioria das culturas agrícolas segue os ciclos das estações do ano, saber quando dar início ao plantio e à colheita é de fundamental importância.
. Para marcar a passagem do tempo, foram escolhidos como referência os movimentos das estrelas e planetas no céu. A periodicidade de eventos astronômicos era ideal para isso. Por exemplo, os sacerdotes egípcios sabiam que haveria uma cheia no rio Nilo, que ajudaria na irrigação das suas margens, quando a estrela Seped – conhecida hoje como Sírio, a mais brilhante do céu – surgia pouco antes do amanhecer ao leste.
. . Leria a matéria completa http://goo.gl/WBGos