06 janeiro 2012

Papel aceita tudo na ausência de notícias reais

As “flores” de Thales nunca estiveram tão viçosas
Inaldo Sampaio, na Folha de Pernambuco e em seu blog

Se o deputado Thales Ramalho fosse vivo, estaria dando boas gargalhadas ao ver vicejar em Brasília com um vigor nunca visto, anteriormente, as chamadas “flores do recesso”. Foi ele quem cunhou esta expressão para denominar as falsas notícias, notícias requentadas, meias verdades e crises políticas artificiais que a mídia brasiliense costuma criar nesta época do ano quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e os Tribunais Superiores param momentaneamente de funcionar.

O caso envolvendo o ministro Fernando Bezerra é um exemplo típico de crise política artificial. O ministro está sendo acusado, em tom de escândalo, de favorecer o seu Estado de origem, Pernambuco, na liberação de verbas do seu ministério destinadas à prevenção de catástrofes naturais. Ora, quem autorizou a liberação desses recursos foi a presidente Dilma Rousseff após acertar uma parceria com o governador Eduardo Campos para a construção de barragens de contenção na Mata Sul.

Se a ordem foi dada pela presidente e o Estado agilizou o início das obras porque os projetos estavam prontos, onde está o favorecimento? Nada obstante, um jornalista inventou que a presidente decretara “intervenção branca” na pasta de FBC, que a partir de agora não teria mais autonomia para manusear os recursos de sua pasta. A notícia, sabidamente mentirosa, foi desmentida de pronto pela ministra Gleisi Hoffmann. Mas a “antinotícia” gerou um desmentido para manter as “flores” vivas.

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