Luciano Siqueira
Publicado no Blog da revista
Algomais
Sim, sou do tempo de Flash Gordon, personagem de revista em
quadrinhos criado pelo norte-americano Alex Raymond, que a partir de 1934
(ainda não era meu tempo, esclareço) encantou gerações com aventuras espaciais
que imaginávamos jamais aconteceriam. Eu e minha turma da Lagoa Seca, bairro
periférico de Natal, RN, vibrávamos com as historinhas traduzidas para o
português em “gibis”.
Pensar que um dia foguetes transportariam naves levando
astronautas para explorar lugares distantes anos luz da Terra, jamais! Até
porque a primeira tentativa do nosso herói, ao lado do Dr. Zarkov e Dale Arden,
rumo ao imaginário planeta Mongo, fracassou...
Pois bem. O mundo evoluiu nas asas da ciência e as aventuras
de Flash Gordon se tornaram realidade. E quanto mais se aprimoram as técnicas
de exploração desse imenso universo formado por galáxias mil, mais novidade
surge. A última é a descoberta de uma planeta anão – vejam só! -, batizado Makemake,
visualizado através de uma combinação sofisticada de foguetes e telescópios,
justo no momento em que ele flertava com uma estrela.
O Makemake é um dos cinco planetas anões
pertencentes ao sistema solar. Por deduções engenhosas, sabe-se que o dito cujo
não dispõe de atmosfera consistente, assim como parece carecer de atributos
outros mais significativos. E por aí vai a análise do pequenino planeta.
Tudo bem. Breve mais se
dirá, assim como serventia se encontrará para o achado. Por enquanto, ao lado
dos esforços extraordinários dos cientistas abre-se uma imensa estrada para a
imaginação dos poetas, que sempre enxergam nos corpos celestes mensagens que
tocam a sensibilidade dos enamorados, dos tristes, dos esperançosos, enfim dos
que vivem intensamente a vida cá embaixo.
Cá com meus botões, sem
a verve poética nem a imaginação criadora que instiga cientistas a saberem mais
do mundo material que nos envolve, limito-me a uma singela homenagem a Alex
Raymond e seus colaboradores, que expunham em quadrinhos mágicos a
possibilidade de se ir tão longe na busca de perscrutar o desconhecido.
Mais: com todo respeito
ao arsenal criativo da TV e do cinema da atualidade, rico em efeitos especiais,
hoje imaginar essas coisas é fichinha. Queria ver nos anos 50, quando Flash
Gordon e seus companheiros inventaram – aquilo sim, ousada criatividade! –
aquelas viagens fantásticas.
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