Lula Cardoso Ayres
Novos governos, gestos
marcantesLuciano Siqueira
Publicado no portal Vermelho
www.vermelho.org.br
Governos se comunicam antes de tudo pelo gesto – pelo que é
feito, realizado e que toca na sensibilidade das pessoas. A propaganda
institucional, ainda que importante e decisiva, age como complemento.
Os novos governantes de nossos municípios (e os que se
reelegeram) necessitam, no início da gestão, em janeiro, praticar gestos que
sinalizem a que vieram. A exemplo do que fez Lula, quando assumiu a presidência
da República em 2003. No seu discurso de posse, ao lado de um conjunto de
considerações de natureza estratégica e programática – que norteariam o governo
-, anunciou o Programa Fome Zero, destacado pela grande mídia como principal
novidade. Ali o presidente metalúrgico sinalizava, de um modo simples e
compreensível, que daria prioridade à melhoria da vida dos milhões de
brasileiros em situação de miséria e, por extensão, aos pobres. Uma marca de
governo.
Os novos prefeitos assumirão cercados de uma imensa
expectativa. O sentimento de mudança e de renovação predominou no pleito
recente, diferentemente do ocorrido em 2008, quando 67% dos prefeitos foram
reeleitos, em contraste com os atuais 55%.
Mesmo prefeitos bem situados politicamente, ostentando
programas de governo bem fundamentados e factíveis, já nas primeiras semanas
terão que atender as expectativas da população através de iniciativas que
traduzam mudança. Nesse sentido, o número cabalístico 100 – “os primeiros 100
dias” -, que se tomou como convencional para a avaliação do início dos governos
desde que Kennedy assim se propôs, nos EUA, na década de 60 do século passado,
servirá de referência.
Isto significa que a par de medidas óbvias destinadas a
assegurar a matrícula e o bom funcionamento da rede de escolas municipais, a
contratação da merenda escolar; o funcionamento das unidades de saúde,
devidamente abastecidas de medicamentos; e, no caso do Recife, a realização
exitosa do Carnaval, mais há que ser feito que repercuta positivamente na
opinião pública.
Mas será preciso, concomitantemente, dar passos seguros na
execução do Programa anunciado na campanha. Para tanto, impõe-se um
planejamento estratégico que indique objetivos, metas, cronograma e métodos de
ação.
Serão duas linhas que se cruzam: a das iniciativas
imediatas, ressonantes; a da construção da obra de governo em médio prazo.
Indispensáveis para que se gerem oportunidade de mídia espontânea, positiva; e
para que a comunicação institucional faça a sua parte.
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