Luciano Siqueira
Publicado no Blog de
Jamildo (Jornal do Commercio Online)
O Jornal do Commercio de hoje noticia que 64% dos recifenses
manifestam expectativa altamente positiva acerca da futura gestão de Geraldo
Julio, somando-se os itens excelente, boa e regular. Natural que assim seja,
tanto pela espetacular vitória alcançada pela Frente Popular no primeiro turno
do pleito, como pelas limitações alcançadas pela atual gestão.
Natural e bom. Todo governante deseja se cercar de boas
expectativas e da confiança da população. Ao mesmo tempo, cumpre agir com
diligência e esmero para corresponder a essas expectativas.
O prefeito Geraldo Julio vem trabalhando nessa direção,
desde a primeira semana subsequente não pleito. O trabalho até agora efetuado
na chamada transição tem sido muito produtivo. O secretariado, escolhido em
tempo político hábil, uma vez anunciado já principiou a trabalhar.
Entretanto, há no senso comum uma componente com a qual todo
novo gestor tem que lidar – e o caso do Recife, agora, não é diferente. O
imediatismo, tão acentuado quanto é o desconhecimento dos procedimentos
administrativos. Os tempos de governo em geral não percebidos pela população.
Primeiro, o tempo de implantação, que leva alguns meses. Não
basta escolher e nomear os integrantes dos escalões superiores, cumpre montar
equipes, formatar projetos, implantar o modelo de gestão. Uma primeira fase
que, a um só tempo, implica evitar solução de continuidade dos serviços
essenciais prestados à população e em tocar a travessia na alteração de
estruturas e alocação de recursos humanos.
Em seguida, quando o governo engrena, sofre inevitáveis influências
do pleito nacional, que neste caso se dará em 2014. Embora não esteja em jogo o
poder local, a campanha desafiará as gestões iniciadas em janeiro a darem
mostras de eficiência via apresentação de resultados concretos.
Só a partir do terceiro ano de governo é que a colheita mais
substancial é feita, resultados de dimensão superior podem ser cotejados.
É possível que uma gestão moderna, operante e ágil encurte
esses tempos. No Recife, tentaremos.
O diálogo esclarecedor junto aos cidadãos e cidadãs, no cotidiano
da gestão, será indispensável para aproximar expectativas e cobranças da
realidade concreta.
Semana passada, tomei três taxis. Em todos, invariavelmente,
antes dos seus condutores me reconhecerem, ao perguntar sobre como anda a praça
neste começo de fim de ano, todos responderam que a tendência é melhorar, porém
o lucro tem sido pequeno porque o trânsito na cidade está insuportável. Mas,
disseram “em janeiro as coisas mudam”, referindo-se ao início do nosso governo.
O jeito é dar duro para não decepcionar – nem os taxistas,
que imaginam que tudo possa acontecer quase que num passe de mágica, nem ao
conjunto da população que almeja uma cidade bem melhor.
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