31 janeiro 2013

A palavra certeira de Jomard

AQUELAS FOLIAS NÃO ME ILUDEM MAIS
Jomard Muniz de Britto, jmb

Aquelas folias, livros, máscaras?
No troca-troça dos carnavais, roubar
do escritor Cícero Belmar é bem melhor.
O jogo das ilusões tanto nos coMOVE
quanto nos impulsiona o AVAL da CARNE.
Insegurando as coisas e acasos,
portas da nudez e porteiras do inferno.
Blocos do EU ACHO É POUCO ao N A D A.
Mas "belo é o Recife pegando fogo na
pisada do maracatu", ó Gonzaguinha!
Na pegada, na pancada, nas passagens
dos maracaTUDOS, atônitos e atômicos.
Leões e leoas, dragões e serpentes aladas.
Tudo tão bem programado e desnorteador.
Tudo com máxima licitação
e mínima libertinagem? Ledos enganos.
Aval da carne é luxúria e dissipação?
Para confrontar tempos lógicos e digitais.
Mas essas frevanças não nos iludem mais.
Para nada salvar? Nem mesmo a picardia?
Tudo pela amorosidade de Paulinho da Viola.
Todo carnaval é uma CONSTELAÇÃO?
Bem dentro das perspectivas antropológicas,
por que Naná Vasconcelos não solicita,
com sua legítima realeza, ao Caetano celebrar
o mesmo outro maracá do vasto mundo
pelo mulato baiano tão belo quanto?
Para nítida alegria dos Siqueira
em nossos corações brasilíricos.
OS COMUNISTAS GUARDAVAM O SONHO.
E o que mais poderia nos deslumbrar?
TÉDIO, HORROR e MARAVILHA.
Os sobreviventes ainda experimentam
a morte KISS sem saída.
Aval da carne nas tragédias bizarras.
Multiculturalismo e interculturalismo
entre jogos nominalistas de sempre.
Porém, ai porém, na voz límpida de Paulinho,
Joaquim Barbosa pela coragem de ser um
NEON ZUMBI dos PALMARES.
Pela encenação em arte pública de
Fernando Augusto para Olinda em fulguração
de Pernambuco ao mundo imaginário.
Belo é o Recife pegando fôlego em busca
de carnavais da contemporaneidade.
Todas as bençãos do paganismo para
Thiago Amorim deflagrando
chão de utopias, folias, fantasmagorias.
Recife, fevereiro 2013.
atentadospoeticos@yahoo.com.br

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