02 fevereiro 2013

Arte sofrida

Ciência Hoje Online:
Imagem-testemunho
. A artista plástica Leila Danziger destaca, no sobreCultura, o forte caráter testemunhal dos desenhos produzidos pelas crianças confinadas em um gueto na República Tcheca nazista, onde tinham aulas com a artista austríaca Friedl Dicker-Brandeis.
. Realizada com papéis administrativos do gueto de Theresienstadt – como ficou conhecido o campo de concentração localizado nas imediações de Praga, hoje parte da República Tcheca –, a colagem acima testemunha um encontro breve e improvável. O encontro entre duas pessoas à beira do abismo, pouco antes de fitarem as Górgonas, na certeira expressão do escritor Primo Lévi, sobrevivente do campo de extermínio, ao se referir àqueles que não retornaram de Auschwitz.
. A autora chama-se Sonja Spitzova e os três últimos anos de sua curta vida transcorreram como prisioneira em Theresien. Lá encontrou a artista austríaca Friedl Dicker-Brandeis, egressa da Bauhaus, importante escola de arte e arquitetura que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha, onde foi aluna de Paul Klee e Oskar Schlemmer.
. Deportada para Theresienstadt em 1942, Friedl adaptou sua experiência na Bauhaus à realidade do gueto e passou a ensinar arte a crianças e adolescentes. Sua iniciativa tornou possível a realização de um expressivo conjunto de desenhos. A contemplação desses desenhos nos exorta ao testemunho. Diante dessa tarefa, palavras e comentários parecem inúteis, impotentes, fora de foco. Contudo, não nos resta alternativa senão falar sobre essas imagens, propagá-las, divulgá-las, tentar conferir-lhes sentido, transpondo o choque provocado pelo abismo entre aquilo que dão a ver, seu caráter aparentemente singelo, e o que efetivamente sabemos sobre elas, seus motivos e razões de existir.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/d5fjQ

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