10 março 2013

De Betânia, para a Mostra no Paço Alfândega

Lula Cardoso Ayres
O RECIFE
NO FIO DO PASSO


Homenagem do Museu da Cidade aos 476 anos
da Cidade do Recife

No começo era assim.
Um povoado de pescadores em volta de uma igrejinha,
na ribeira do mar dos arrecifes dos navios.
Duzentas almas e quarenta quintais.

De lá pra cá ,
crescemos tanto que encurtamos o mar.
O mangue virou solo firme e a cidade se espalhou morro acima
ou, pretensiosamente,em direção ao céu.
Hoje, somos mais de um milhão e meio de almas.

Para Josué de Castro, devemos O RECIFE
aos arrecifes e aos holandeses.
Ao Conde Nassau que, planejando uma ponte,
ligou o istmo de areia com a ilha de António Vaz
e construiu a Maurícia,
talvez a melhor cidade do continente na época.
E aos arrecifes que defenderam nossas terras baixas
da força do mar Atlântico.

Depois de quase meio milênio
de uma historia recheada de lutas,
algumas gloriosas, outras inglórias,
temos um bocado a comemorar.
Construímos pontes, portos, mercados, palácios,
ruas, teatros, avenidas, canais, praças, fortes, igrejas,
shopping centers e museus.
Cavamos cacimbas, demolimos becos e igrejas.
Canalizamos água, instalamos luz elétricca e redes de fibra óptica.
Fizemos festas, poesias e revoluções memoráveis.
Inventamos o frevo, o maracatu ,o bolo Souza Leão
e o manguebeat.

Com inspiração e muita transpiração,
o RECIFE caminha.
Às vezes, até, em ritmo de frevo,
mas sem perder o fio do passo.

Betânia Corrêa de Araújo

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