08 março 2013

Protesto, luta e esperança

Bandeiras erguidas no 8 de Março
Luciano Siqueira

Publicado nos Blogs daFolha e da revista Algomais

Nesta sexta-feira, no Brasil e no mundo inteiro celebra-se o Dia Internacional da Mulher com alegria e protesto. Há muito que cotejar como conquista, mas vivemos ainda num mundo de desigualdades em que a opressão de gênero assume múltiplas faces e continua fortemente entranhada nas relações humanas. Tem força cultural e ideológica milenar.

Cabe otimismo. A luta pela igualdade alcança progresso considerável – em fóruns internacionais, no âmbito institucional e na vida cotidiana. Esse amigo de vocês, feminista convicto e militante, ergue o punho e oferta uma rosa vermelha a cada uma das mulheres que alevanta sua voz altiva para expressar o protesto e a conquista, a revolta e a esperança.

Ressalta-se neste 8 de Março, no Brasil, a bandeira da maior participação da mulher nas esferas de poder político. Dilma é um símbolo, representa um projeto político das forças democráticas que depositaram suas esperanças na capacidade de uma mulher fazer avançar as transformações iniciadas no governo do ex-presidente Lula e reforça o embate contra preconceitos e discriminações.

O protagonismo das mulheres é fator decisivo para alcançarmos um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento e para a edificação de uma sociedade mais democrática, criando condições para que a mulher se realize enquanto sujeito emancipado.

A opressão de gênero é irmã gêmea da exploração e da opressão de classe que no capitalismo assume contornos tão nítidos quanto à luz do dia. Uma não será historicamente superada sem a outra. Daí o entrelaçamento entre a peleja por salários e direitos trabalhistas e a questão de gênero, assim como a conquista do verdadeiro poder reclama mais e mais presença feminina em postos de destaque na esfera pública.

Isso implica debate permanente acerca das raízes culturais, ideológicas e econômicas da desigualdade e da opressão de gênero. Dos primórdios da sociedade humana aos dias que correm. Pois é preciso construir uma consciência coletiva avançada entre mulheres e homens, elemento constitutivo do processo civilizatório. Pois – como assinala a canção – “Mas é preciso ter força/É preciso ter raça/É preciso ter gana sempre/Quem traz no corpo a marca/Maria, Maria/Mistura a dor e a alegria.”

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