Luciano Siqueira
E assim esse leitor, ouvinte e
observador nada sofisticado seguiu a vida cultivando um prazer quase ingênuo,
em matéria de arte. Críticos e analistas são outra espécie de gente.
Daí a surpresa ao ver a telemática
invadir o modo de se expressar de todos nós, incluindo os artistas, agregando
formas e técnicas nunca antes imaginadas. Como a tal da nanoarte, que manipula
elementos em escala atômica, explorando ondas provocadas pelo som da voz,
espécie de coreografia molecular – segundo reportagem do jornal O Globo.
Tem também a bioarte e a arte transgênica, que propõem experiências incríveis, como modificar geneticamente um coelho para que, dependendo do nível de exposição à luz, torne-se fluorescente. Arre!
E a arte da política? Essa, ao
contrário, não comporta ingenuidades. Se levada a sério, exige uma boa formação
cultural e teórica, além da intuição e da sensibilidade que se adquire com a
vivência. Aqui a coreografia é a das vaidades; e mais do que das vaidades, dos
interesses de classe, velados ou explícitos. Nada ocorre por mero acaso. A
política é a face institucional da vida como ela é – e a vida, numa sociedade
como a brasileira, é movida pelos conflitos de classes, por mais camuflados que
estes se apresentem. Por isso, é preciso ir além das aparências; perscrutar as
verdadeiras intenções de cada um dos atores e grupos envolvidos numa batalha
política – como o pleito do próximo ano, por exemplo.
Serão eleições gerais, de irrecusável
sentido nacional – pelo conteúdo do debate e pelos resultados das urnas. Os
brasileiros e brasileiras terão que escolher, mais uma vez, dentre projetos de
sociedade díspares e conflitantes.
Daí a necessidade de se distinguir o
joio e o trigo. Quem propõe o quê para o enfrentamento dos problemas centrais
do País e de que lado cada um se posiciona acerca de distintos projetos de
desenvolvimento.
Aos que pelejam por mudanças reais,
que avancem no sentido do crescimento econômico com distribuição de renda, valorização
do trabalho e sustentabilidade ambiental, cabe enfrentar a batalha com muita
ciência e arte. Para vencer no embate das ideias e continuar empolgando o povo.
Leia
mais sobre ciência, arte, humor, política, economia e cultura clicando aqui http://migre.me/dUHJr
Nenhum comentário:
Postar um comentário