26 maio 2013

Mórbido legado neoliberal

A economia da náusea
Eduardo Bomfim, no Vermelho www.vermelho.org.br

 
Quando as condições reais estiverem amadurecidas, será uma necessidade histórica a investigação dos crimes cometidos durante a vigência hegemônica da doutrina neoliberal no mundo escudada sob a proteção da guarda pretoriana norte-americana.

Um sistema financeiro promotor da mais intensa concentração de riquezas e acumulação ilícita de capital jamais presenciadas às custas da fome, agressões militares, massacres de populações, desemprego, pilhagens de riquezas naturais, guerra psicológica, alienação midiática, sistemáticos.

Nos últimos vinte anos não houve um só dia em que alguma agressão militar não estivesse em andamento ou em vias de se iniciar e passo a passo através da mídia global associada a esse capital, aos Estados Unidos da América do Norte, impõem às populações uma espécie de torpor mental pela via da televisão ou da tela de um computador.

O nojo, a náusea, justificáveis nessas circunstâncias, transformaram-se em estado psicológico rotineiro ao tempo em que instituições de saúde respeitáveis alertam para o fato de que nessa segunda década do milênio a principal patologia do mundo será a depressão que deverá atingir crianças, adolescentes e adultos no mesmo momento que reaparecem doenças sanitárias elementares que já haviam sido controladas em meados do século vinte.

Num cenário onde a grande mídia enaltece em propaganda massiva a morte das grandes causas e celebra com desdém o individualismo antagonista usufruído por uma ínfima minoria consumista espetacularmente abonada em relação ao conjunto da população global, não é de admirar que os responsáveis da saúde pública europeia e norte-americana alertem para o crescimento assustador de suicídios nessas duas regiões do primeiro mundo.

Já a disseminação das drogas pesadas, como o crack, cujo lucro corre como um rio caudaloso para os grandes conglomerados financeiros mundiais transforma-se em incrível pandemia internacional, cuja natureza é analisada dissociada da sua essência e, portanto, o combate transforma-se em algo inevitavelmente paliativo que não consegue sustar o avanço desse flagelo.

Assim, nunca tantos crimes hediondos foram cometidos, e acobertados, em nome da economia capitalista neoliberal, imersa em profunda crise estrutural e que mais cedo ou mais tarde precisam ser estudados, compreendidos e superados para que a humanidade possa seguir adiante em busca de um mundo melhor.

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