Luciano Siqueira
Publicado no Blog de Jamildo
(Jornal do Commercio Online)
Celebra-se hoje o Dia Mundial do Meio Ambiente com
iniciativas as mais diversas, promovidas por inúmeras instituições, aqui e
mundo afora.
Cá na província, se destacam a Prefeitura do Recife e a
Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), combinando ciência e
tecnologia com a arte e a poesia – sinais de empreendedorismo inovador e de fé
no desenvolvimento com sustentabilidade ambiental.
A Fiepe promove o mapeamento de gases do efeito estufa e estudos para redução dos
impactos ambientais gerados pelo setor produtivo. Anuncia que já são 15
empresas participantes do inventário de emissões de gases de efeitos estufa,
utilizando a metodologia GHG Protocol Brasil, chancelada pela Fundação Getúlio
Vargas para medir os impactos originados pela atividade industrial. Semana
passada, 11 empresas do setor de cerâmica e materiais de construção situadas
nas regiões Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife, foram
certificadas com o inventário, condição prévia para que as indústrias possam
elaborar projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, da Organização das
Nações Unidas (ONU). Além disso, está em curso o inventário em outras quatro
empresas dos setores de cerâmica e gesso no estado.
Já a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio
Ambiente e Sustentabilidade, promove o plantio de 200 mudas nos bairros da Iputinga e Cordeiro, que
recebem tratamento paisagístico com
grama e Palmeiras de Manila. À noite,
no Teatro de Santa Isabel, dá o ponto de partida da 2ª Conferência
Municipal de Meio Ambiente, com apresentação
especial da Banda Sinfônica do Recife e recital de poesia.
A 2ª. Conferência Municipal de Meio ambiente tem como tema “Resíduos Sólidos e Sustentabilidade”. Durante junho e
julho, acontecerão oito reuniões preparatórias entre os meses de junho e julho,
incluindo dois debates com ONGs e empresas. Em cada uma das seis Regiões
Político-Administrativas (RPA) da cidade será realizada uma pré-conferência, de
modo a mobilizar parcelas as mais amplas da população na discussão do tema. O
ciclo de se concluirá com a plenária conclusiva, em 30 e 31 de julho.
A questão de fundo é a
possibilidade do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental. Numa visão transformadora,
desde Marx e Engels, em meados do
século 19, já se discutia que o homem, como matéria racional, é parte
integrante e indissociável da natureza e por isso mesmo tem o dever de
preservá-la e transmiti-la às gerações futuras, em bases mais elevadas do que
as da atualidade. A degradação da natureza não é intrínseca e inexorável, um
mal da Humanidade em si; tem tudo a ver com o modo de produção dominante,
orientado para o lucro máximo. A busca da sustentabilidade como parte de um
projeto nacional de desenvolvimento se impõe no atual estágio da sociedade
brasileira, livre do preservacionismo estéril e da desregulação destrutiva. Com
um olhar num futuro de verdadeiro progresso econômico e social.
Bandeira de
luta que deve ser exaltada sim, com música e poesia – além do debate
esclarecedor e da tomada de decisões consequentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário