Nas ruas
com democracia e vitória
Jandira Feghalli, no Vermelho
Os milhares de tênis que marcham pelo asfalto
das mais diversas ruas e avenidas das metrópoles brasileiras tem um objetivo. É
injusto declarar que a multidão plural e diversificada não tenha princípios ao
tomar as ruas, pois ela extravasa a angústia que está contida em muitas de suas
famílias.
Os milhares de tênis que marcham pelo asfalto das mais diversas ruas e avenidas das metrópoles brasileiras tem um objetivo. É injusto declarar que a multidão plural e diversificada não tenha princípios ao tomar as ruas, pois ela extravasa a angústia que está contida em muitas de suas famílias. Os jovens, movidos inicialmente por bandeiras aparentemente simples, expressam, na verdade, desejos maiores de conquista em diversas áreas da vida cotidiana e que necessitam de respostas. São bandeiras múltiplas, difusas, por vezes de horizonte nublado, mas, sim, eles possuem um norte.
A sociedade se vê espremida em veículos de massa precários, tentando chegar de um ponto a outro da cidade, em engarrafamentos gigantescos e condições insalubres. Esse estopim também impulsiona a luta por superação de problemas nas áreas essenciais, como Saúde, Educação e ética na política. É como se um pequeno feixe de luz na caverna iluminasse todo o seu interior, mostrando que o buraco é, realmente, mais embaixo.
Contudo, é preciso salientar que a “rejeição” pela política partidária tradicional não misture trajetórias que a própria história aponta como contribuidoras da democracia e da luta pela emancipação do cidadão. Negação dos partidos e da política é a mais preocupante questão que grupos anárquicos tentam costurar no processo de mobilização do povo, num oportunismo para prática do vandalismo ou de negação dos poderes instituídos. As lutas vitoriosas do povo sempre foram suprapartidárias e amplas. A ninguém cabe tutelar a luta do povo e nem conseguiria. Mas excluir as entidades e partidos do que eles são corpo integrante e indissociável em plena democracia não é aceitável. Só a ditadura tentou fazê-lo.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) há 91 anos, junto a outras organizações partidárias, traça caminhos que ajudaram na derrubada do regime militar, que restituíram a democracia brasileira, o direito ao voto, a liberdade dos movimentos sociais, populares, o direito à diversidade humana e o próprio direito de ocupar as ruas como fazemos hoje.
É necessário isolar os que se utilizam das massivas correntes de solidariedade e lutam para gerar depredações e violências, desmascarar também grupos fascistas pagos, que agridem os próprios manifestantes e militantes de partidos e movimentos sociais, como também a ação indiscriminada e violenta do aparato policial.
Nos últimos dias, os governos de diversas capitais e estados suspenderam os aumentos de tarifas de transportes marcando a primeira vitória do Movimento Passe Livre. No entanto, é preciso avançar mais. Os diversos governos precisam dar novas respostas, como também o Parlamento brasileiro, em conjunto com o governo Dilma Rousseff. É preciso, agora, construir uma pauta mais clara e objetiva que signifique vitória nacional da juventude e do povo trabalhador que está nas ruas lutando por um momento novo no Brasil. Não seremos pautados pela grande mídia.
Aprovar mecanismos e projetos que democratizem a comunicação, garantir imediata ampliação de recursos para Educação e Saúde devem estar no alvo imediato de todos nós.
A democracia e a liberdade de expressão, bens maiores de todos nós, devem ser preservados!
* Deputada
federal pelo PCdoB-RJ
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