05 julho 2013

Embate de rua e de ideias

Novo cenário
Eduardo Bomfim, no Vermelho

 
Darcy Ribeiro, antropólogo que nos ajudou a compreender o Brasil, atento aos fenômenos da luta política afirmou que sempre é preciso ir tirando os véus que os encobrem, desvendando, a fim de revelar a obviedade do óbvio e que o complexo disso tudo é que parece um jogo sem fim porque só conseguimos desmascarar uma obviedade para descobrir outras, mais óbvias ainda.

É o que se constata nessas tempestades sociais que sacodem a nação porque apesar dos avanços nos últimos anos onde dezenas de milhões de pessoas foram beneficiadas por políticas públicas de inclusão social, em que as orientações neoliberais mais ortodoxas foram sustadas nas urnas, adotou-se uma política externa mais soberana, o Brasil ainda possui uma herança dramática de um capitalismo selvagem, perverso.

Se o País cresceu economicamente, reduziu abismos estruturais infernais, de outro lado a realidade continua injusta para com as grandes maiorias hoje vivendo em imensos aglomerados urbanos, especialmente nos planos da educação, saúde, transportes, segurança etc.

Tudo isso imerso numa ideologia cultural globalizada que também permeia a sociedade brasileira com a orientação do grande capital, a visão sectária do individualismo antagonista, do salve-se quem puder, da lei do cão, associada à tentativa de destruição das grandes causas que dão sentido à luta por um mundo melhor, suscitando fortemente objetivas reivindicações coletivas, tempestades de ansiedades subjetivas.

Nesse caldo de cultura as demandas por um progresso social transformador encontram-se em situação de luta intensa, onde as explosões populares como as que sacodem o País exigem um norte, uma plataforma desbravadora para novos rumos.

Quadro em que se trava feroz contenda política onde forças obscurantistas, a grande mídia reacionária associada a interesses externos vem tecendo já há algum tempo, como uma novela, capítulo a capítulo, o vazio de poder, a ingovernabilidade.

A presidente da República interpretando os anseios sociais enviou ao Congresso Nacional uma agenda nos âmbitos da saúde, educação, transporte, uma proposta de reforma política.

Assim a batalha que vem se alternando em questão de horas, passa a outro contexto onde as forças reacionárias se posicionarão contra qualquer mudança vinda das ruas, dos setores políticos democráticos, patrióticos. É o que veremos em breve nos desdobramentos da realidade política nacional.

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