01 dezembro 2013

A Constituição de 88 como referência

A grande encruzilhada
Eduardo Bomfim, no Vermelho

 

Quando a primeira-ministra da Grã-Bretanha Margaret Thatcher entronizou o neoliberalismo pelo mundo, ao lado de Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, invocando frases como: “não existe sociedade o que existe são os indivíduos e o Mercado”, a humanidade não tinha noção do que esperava em termos de catástrofes econômicas, sociais, militares nas décadas vindouras.

Essa hegemonia edificada a ferro e fogo, ocupou todos os espaços nas ideias, política, literatura, economia, filosofia, ciência, mídia, artes etc., materializando, acredito, a mais contundente ditadura do pensamento único já conhecida pela História dos povos em todos os tempos.

Mas enquanto essa onda colossal arrastava de roldão a quase todos na Europa, Estados Unidos e grande parte dos Países já nos anos setenta passados, o Brasil em plena fase das mobilizações pela redemocratização conseguiu adiar por algum tempo essa violência contra o País.

E não é por outra razão que a Constituição de 1988 tem sido atacada até hoje através da grande mídia oligopolizada pelo Mercado aliada aos interesses da ortodoxia neoliberal, como o sociólogo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso além de um agrupamento de acadêmicos adotados por essa mídia que evocam argumentos divulgados há mais de 30 anos por Margareth Thatcher, a Dama de Ferro inglesa.

A Constituição não teve como eixo os conceitos privatistas, neoliberais, entreguistas porque surgiu de uma correlação de forças onde a forte energia social vinda das grandes jornadas nacionais, democráticas tinha muito peso levando aos trabalhos constituintes milhões de pessoas representando trabalhadores, estudantes, mulheres, comunidades indígenas, cientistas, empresários, agricultores etc.

Certo que depois a Constituição sofreu agressões ao sabor das pressões do grande capital, do continuísmo fisiológico, mas o fato é que permanece o nó górdio da encruzilhada Histórica.

Porque ou avançamos rumo a uma sociedade cada vez mais democrática com desenvolvimento e soberania, que fortaleça a iniciativa popular, promova o espírito da solidariedade junto ao povo brasileiro, os direitos sociais das grandes maiorias, inclusivo às minorias, ou sucumbiremos aos interesses forâneos, imperiais, ao fantasma da senhora Thatcher que, aliás, continua bastante atuante.

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