02 fevereiro 2014

Na contra mão do neoliberalismo

O novo personagem
Eduardo Bomfim, no Vermelho


Dentre os fenômenos de massas a nível internacional em 2013, início de 2014, grande parte deles gestados pela brutal desordem econômica, social do capital financeiro mundial, um deles se destaca: o surgimento do Papa Francisco como contraponto, liderança crítica ao neoliberalismo em consequência à ditadura global do Mercado somando forças com aqueles que já estavam na luta de resistência.

Por ser inesperado o protagonismo de Francisco tornou-se impactante colhendo simpatia, apreço, identificação com suas palavras por amplos segmentos religiosos, além da sua liderança no mundo católico, estendendo-se também aos laicos, agnósticos e ateus.

Em função da representatividade incontestável, apesar do declínio relativo nos últimos anos do Vaticano, temas pendentes inclusive com minorias, as posições do novo Papa receberam extraordinário acolhimento de centenas de milhões de pessoas em todos os Países.


E creio se essas palavras, atitudes, são muito positivas para a igreja Católica, foram bem vindas às pessoas sinceramente desejosas de novos tempos a essa civilização da nova ordem mundial, da Governança Global, do rentismo, imposta a ferro, fogo e bala em todos os lugares.

O mérito das ideias pregadas por Francisco tem sido a junção dos elementos da denúncia de um modelo econômico violentamente injusto, associada à conclamação e o alento mobilizador aos caminhos da esperança na mudança de uma ordem mundial desequilibrada em virtude da hegemonia de um pequeno punhado de nababos que a usufruem com sua guarda pretoriana armada, os EUA, protegendo-os e usurpando novos territórios.


Uma época que em duas décadas presenciou o escárnio de 85 pessoas mais ricas somarem mais fortuna que 3,5 bilhões dos seres mais pobres do planeta onde 1% dos indivíduos detém a exata metade da riqueza da Terra é alvissareira a serena indignação de Francisco, firme determinação em somar-se às alternativas de uma sociedade mais justa através de uma linguagem simples, humilde, acessível às multidões.


A vinda de Francisco ao Brasil em 2013 levando às ruas dezenas de milhões de pessoas num País conturbado por tempestades de ansiedades difusas, indefinidas, movimentos vários deles suspeitos, transplantados, revelou um repúdio ao Mercado e seu desprezo pela humanidade, compulsiva antropofobia.

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