O Brasil e a Nova Ordem
Eduardo Bomfim, no Vermelho
Tanto é verdadeiro dizer que Marx afirmou que
os filósofos limitavam-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, quando o
que importa é (compreendendo-o) transformá-lo, como é certo afirmar que a
hegemonia do Mercado, especialmente no século 21, tem envidado esforço hercúleo
para inverter esse conceito.
A concentração em escala planetária do capital financeiro acompanhada na maioria das nações de um extraordinário poder dos grandes grupos de comunicação, incluindo mídia digital, redes sociais, procurou nesse período anular as causas transformadoras, as utopias realizáveis da civilização humana.
O objetivo dessa Nova Ordem totalitária foi anular qualquer pensamento crítico que indicasse rumos a algum tipo de sociedade solidária, sustasse a esperança dos indivíduos tanto quanto das nações, num futuro de progresso social que assegurasse a autodeterminação, a identidade cultural dos povos.
Através do império da sociedade absolutamente consumista, pretendia-se que já não mais importasse o progresso social e dos Países, mas a defesa cega em alta escala individualista, canibalesca, pragmática, dos valores impostos através do Mercado.
Para se compreender certos fenômenos psicossociais dos tempos presentes é fundamental, creio, reportar o fato descrito pelo historiador Eric Hobsbawm, o de que as comunidades constituídas nessas épocas foram submetidas a um deserto das utopias, imposto pelas elites da Nova Ordem mundial.
Nesse cenário esquizofrênico erguido a ferro, fogo e bala, o que importa é a mercadoria, a sua deificação como elemento central a ser conquistado, em sociedades condenadas a uma espécie de presente contínuo, sem qualquer referência ao passado ou perspectiva de futuro.
A crise mundial do capital expôs contradições sistêmicas, o ressurgimento em gigantescas dimensões, sob formas mais graves, de males históricos a serem superados através da luta dos povos, das nações na busca da dignidade, autonomia, da liberdade individual, coletiva.
O Brasil como parte dos Brics em luta pelos caminhos de superação desse trágico período vem enfrentando intensos ataques por parte das forças do Mercado, de potências hegemônicas, na vã tentativa de impedi-lo de conquistar uma sociedade mais justa, do protagonismo soberano, solidário na comunidade das nações.
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