Mobilização do povo definirá o "26"
Adalberto Monteiro, no Vermelho
As pesquisas, análises, estatísticas e o eco das ruas teimam em indicar
que o resultado do próximo dia 26 está indefinido. Para desempatar esse jogo, o
fator que poderá decidi-lo é mais militância, mais mobilização do povo, mais
empenho das forças políticas e sociais da frente ampla.
A mobilização
dos apoiadores de Dilma se eleva de importância, sobretudo depois da
antidemocrática intervenção de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
no programa eleitoral na TV e no rádio. Sob o pretexto de elevar o nível do
debate, juízes da corte passaram, na prática, a censurar a liberdade de
expressão dos partidos e das candidaturas. Essa conduta de bloquear o debate
vem, deliberadamente, ao socorro de Aécio Neves.
Alguém pode
lançar o argumento de que a propaganda do tucano também é alvo de cortes.
Acontece que ele tem a seu completo dispor praticamente a totalidade dos
veículos de comunicação para atacar Dilma, dia e noite, noite e dia. Assim, a
atitude aparentemente magnânima de ministros do TSE resulta em “proteger” Aécio
uma vez que tira do ar informações e opiniões importantes sobre o tucano, como
a construção do aeroporto privado com dinheiro público a perseguição que o
ex-governador de Minas empreendeu contra jornalistas no estado. É importante,
também, o eleitor saber que Aécio se negou a soprar o bafômetro. Isso não é
“baixaria”. É uma conduta pública de quem se coloca acima da lei.
As
manifestações de rua, o trabalho de convencimento em todos os ambientes da vida
social, a declaração de voto de nós eleitores, de lideranças de todos os
setores, de personalidades do mundo da arte, cultura, do esporte, da
intelectualidade, tudo isso ganhou mais importância para superar a mensagem de
ódio, de arrogância, de mentiras que a campanha de Aécio despeja pela grande
mídia contra a presidenta Dilma e contra o “petismo”. Pode ser terminante para
conquistar o voto de uma pequena, porém decisiva, parcela do eleitorado que
continua em dúvida ou que ainda pode alterar sua opção.
Da parte da campanha
da direita, se alarga o ajuntamento reacionário que ambiciona ceifar o ciclo
progressista iniciado em 2003 com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Além
das forças conservadoras do país, o imperialismo atua, às claras e às
escondidas, em favor do tucano. A “declaração de voto” da The Economist,
revista porta-voz do sistema financeiro internacional, a Aécio Neves é exemplo
disso. Todavia, apesar de ser uma interferência indevida e abjeta, ela é
pedagógica para demonstrar, como disse o ex-presidente Lula, que Aécio é o
candidato dos banqueiros, e Dilma a “candidata do povo brasileiro.”
Aliás, Aécio
se compara ao avô que formou uma frente ampla para derrotar a ditadura militar.
Tancredo buscava a democracia, proclamava “não pagaremos a dívida externa com a
fome do povo”, portanto, representava o avanço. Aécio aprendeu com o avô a
fazer frente ampla, só que sem povo e com objetivo “ao contrário”. O tucano e o
seu ajuntamento conservador representam o retrocesso, o Brasil engatado na
marcha a ré, rumo ao passado neoliberal de autoritarismo, de arrocho salarial e
aviltamento da soberania do país.
Pelo país
afora, com pequenas e grandes iniciativas e manifestações pró-Dilma, o povo dá
mostras de que comprou “a briga” – precisamos nesta última semana é multiplicá-las.
Um movimento crescente até o dia da eleição. Com o sorriso da esperança no
rosto e a força dos argumentos nos lábios, e as bandeiras de Dilma Rousseff ao
alto, vamos derrotar o retrocesso e conquistar a quarta vitória do povo.
*Presidente
da Fundação Mauricio Grabois e editor da revista Princípios
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