16 dezembro 2014

Hegemonia exercida com equilíbrio

Equipe de Paulo Câmara: um time para ganhar

Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Duas leituras se sobressaem ao se examinar o secretariado do governador Paulo Câmara, anunciado ontem: o bom exercício da hegemonia política e a qualidade do time escolhido.

No exercício do poder, frequentemente se pratica a hegemonia do modo distorcido, excessivamente centrado em supostos interesses próprios da força política preponderante. Um atalho para o auto-isolamento de consequências futuras nefastas.

Partidos e grupos sociais influentes se unem em torno de um programa construído conjuntamente e submetido ao crivo do eleitor. Ou seja, forma-se um consenso a respeito da obra política e administrativa a realizar, sob o comando do governante e do partido a que pertence.

Ora, numa conjugação de forças ampla e diversificada, vencedora na pugna eleitoral, quanto mais enfática a preservação da amplitude, mais eficiente será a liderança da corrente política que se sobressai. Mais: é sempre de bom alvitre alargagar mais ainda a base política e social de um governo, sobretudo no seu nascedouro, sem que isso signifique perda de conteúdo programático.

Do contrário, a exacerbação do matiz próprio do partido hegemônico em postos de primeiro escalão converte-se, invariavelmente, em meio caminho para a perda futura da hegemonia conquistada.

O governador Paulo Câmara deu uma demonstração de descortino e competência política na montagem do seu secretariado. No conteúdo – acentuando amplitude e pluralidade (inclusive com saudável implicação sobre a composição da bancada federal de Pernambuco), sem obscurecer o traço saliente do seu próprio partido em funções caracterizadas como nucleares da gestão. E no método: poucas vezes se terá transitado nesse tipo de engenharia política com tão pouco espaço a especulações inadequadas.

Demais, o primeiro escalão do governo é formado por quadros competentes, com experiência acumulada, tanto na esfera administrativa como na luta política.

O desafio desse time, sob o comando de Paulo Câmara, tem sentido estratégico. Trata-se de continuar e atualizar o legado de Eduardo Campos, que em dois governos consecutivos foi capaz de construir, juntamente com o governo federal, as bases para um novo ciclo de desenvolvimento do estado.  

Desafio que exige muito em eficiência administrativa – seara onde o governador eleito já foi testado e aprovado; e, sobretudo, maturidade e habilidade política – que Paulo Câmara revelou na campanha eleitoral e agora confirma em seus primeiros passos como governante.

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