Vamos ao que interessa
José
Bertotti*
Recentemente li uma postagem em
alguma das redes sociais que frequento criticando a Presidenta Dilma Rousseff
por ter comparecido a posse do Presidente Evo Morales da Bolívia. O
comentarista afirma que isso se deu em detrimento da sua presença ao Fórum
Econômico Mundial de Davos. Segundo ele a Presidenta dá as costas ao mundo que
deu certo e prefere prestigiar a periferia do mundo.
Eu não tive a oportunidade de
comparecer nem a posse do Presidente Evo Morales nem ao Fórum de Davos. No
entanto, nas rápidas leituras diárias que realizo para manter-me minimamente
informado do que ocorre em nosso pequeno planeta, tomei conhecimento de uma
pesquisa realizada pela organização inglesa Oxfam, divulgada justamente em
Davos.
Essa pesquisa informa que
atualmente em nossa aldeia global a parcela que representa o 1% mais rico da
população acumula mais riqueza que os outros 99%. Um outro dado ainda mais
impactante do que significa essa acumulação de poder e riqueza identificou que
as setenta pessoas mais ricas do mundo acumulam mais riqueza do que três
bilhões e meio de pessoas, ou seja, mais riqueza do que possui metade da
população mundial.
Diante de uma situação como
essa fica absolutamente impossível considerar que esse mundo regido pelo capitalismo
e hegemonizado pelas idéias neoliberais deu certo. Essa acumulação vem sendo
aprofundada ao longo dos anos e a recente crise mundial apontou como remédio
mais arrocho salarial e diminuição de direitos dos trabalhadores em todo o
mundo, enquanto que, para grandes bancos e financeiras mundiais, generosos
aportes foram articulados para salvar seus ativos. Além disso, os pagamentos
dos executivos responsáveis por balanços fictícios continuaram sendo pagos, recebendo
seus dividendos e participação “nos lucros” referentes ao socorro recebido por
suas instituições.
No mesmo planeta, mas no lado
da periferia, ou seja, segundo opinião do comentarista acima citado, aquele que
não deu certo, podemos citar o exemplo brasileiro. Por aquiiniciou-se um
processo de retirada de milhões de pessoas da miséria através da criação de
milhões de empregos e da implementação medidas de cunho social para que
educação, saúde e melhoria das condições de moradia pudessem alcançar aqueles
que nunca tiveram essa oportunidade. Isso tudo feito num ambiente de crise
mundial.
De fato considero que esse é o
debate que interessa a todos que habitam esse planeta que chamamos de lar. Vamos
parar no meio do caminho ou vamos continuar lutando pela construção deuma nova
sociedade, esse debate está em curso. Penso que no caso brasileiro nosso povo deu um indicativo quando reelegeu a Presidenta Dilma Rousseff
para mais quatro anos de mandato mantendo seus compromissos e incorporando
novos desafios, um dos quais será elevar nossa competividade e nossa
produtividade melhorando as condições de vida dos milhões de novos
trabalhadores incorporados em nosso mercado de trabalhonas milhares de novas
empresas criadas nos últimos anos.
*Químico, ex-secretário estadual
de Ciência e Tecnologia
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