O cerne da crise
Eduardo Bomfim, no Vermelho
Após as duas
manifestações da semana passada o cenário político entra em uma etapa mais
complexa, radicalizada. A nação assistiu a uma ofensiva jornalística, notícias
diversionistas, desfile de “celebridades” dos grupos midiáticos onde houve de
tudo menos o caráter da informação, mesmo a informação de classe, mais com o
sentido de conspiração antidemocrática, golpista.
Já o combate à corrupção, que tem com justeza
indignado a população brasileira, vem sendo o pretexto para atrair setores
médios da sociedade com vistas a motivos, esses sim, inconfessáveis.
Até porque o maior dos escândalos de corrupção no País tem sido
convenientemente varrido para debaixo do tapete, o chamado Swiss Leaks, de
correntistas que utilizam bancos suíços para fraudar, desviar fortunas
bilionárias para fora do Brasil incluindo aí barões da mídia oligárquica.
Essa mídia global e congêneres nativas estão associadas, subordinadas, é o
termo melhor, ao capital rentista internacional compondo junto a outras
instâncias a chamada governança da Nova Ordem Mundial.
As iniciativas golpistas, ensaiadas no País em 2013, são fomentadas em várias
partes do mundo, especialmente contra os BRICS e nações que prezam a soberania.
Revelam processos de desestabilização monitorados por centros globais de poder.
Mas a crise capitalista avançou sobre os cofres dos Países com escorchantes
mecanismos de pagamento dos serviços da dívida pública, ajustes fiscais etc.
Também é óbvio que a nação necessita modificar o atual modelo político assim
como de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. De inovação científica,
tecnológica que suste o processo de desindustrialização da economia nacional,
possibilitando competividade externa, ampliando em qualidade, quantidade o
mercado de trabalho interno retomando o crescimento econômico do País sob bases
mais avançadas.
O cerne da crise política está na brutal pressão contra o governo para impor
novas, duras medidas de arrocho fiscal, rendição incondicional às políticas
monetárias ortodoxas, com desemprego como na Europa, ou a substituição do
governo através do golpe por elites alinhadas com a banca rentista.
Mobilizar as maiorias sociais, garantir o mandato legítimo da presidente Dilma,
em defesa do Brasil, da democracia ameaçada, são questões cruciais do momento.
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