19 março 2015

A natureza do conflito

O cerne da crise

Eduardo Bomfim, no Vermelho

Após as duas manifestações da semana passada o cenário político entra em uma etapa mais complexa, radicalizada. A nação assistiu a uma ofensiva jornalística, notícias diversionistas, desfile de “celebridades” dos grupos midiáticos onde houve de tudo menos o caráter da informação, mesmo a informação de classe, mais com o sentido de conspiração antidemocrática, golpista.
Já o combate à corrupção, que tem com justeza indignado a população brasileira, vem sendo o pretexto para atrair setores médios da sociedade com vistas a motivos, esses sim, inconfessáveis.
Até porque o maior dos escândalos de corrupção no País tem sido convenientemente varrido para debaixo do tapete, o chamado Swiss Leaks, de correntistas que utilizam bancos suíços para fraudar, desviar fortunas bilionárias para fora do Brasil incluindo aí barões da mídia oligárquica.
Essa mídia global e congêneres nativas estão associadas, subordinadas, é o termo melhor, ao capital rentista internacional compondo junto a outras instâncias a chamada governança da Nova Ordem Mundial.
As iniciativas golpistas, ensaiadas no País em 2013, são fomentadas em várias partes do mundo, especialmente contra os BRICS e nações que prezam a soberania. Revelam processos de desestabilização monitorados por centros globais de poder.
Mas a crise capitalista avançou sobre os cofres dos Países com escorchantes mecanismos de pagamento dos serviços da dívida pública, ajustes fiscais etc.
Também é óbvio que a nação necessita modificar o atual modelo político assim como de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. De inovação científica, tecnológica que suste o processo de desindustrialização da economia nacional, possibilitando competividade externa, ampliando em qualidade, quantidade o mercado de trabalho interno retomando o crescimento econômico do País sob bases mais avançadas.
O cerne da crise política está na brutal pressão contra o governo para impor novas, duras medidas de arrocho fiscal, rendição incondicional às políticas monetárias ortodoxas, com desemprego como na Europa, ou a substituição do governo através do golpe por elites alinhadas com a banca rentista.
Mobilizar as maiorias sociais, garantir o mandato legítimo da presidente Dilma, em defesa do Brasil, da democracia ameaçada, são questões cruciais do momento.
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