Debate e não-debate nas redes
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Quem frequenta as redes sociais e se liga no conflito político, sabe. Vê, toma partido, opina ou, a depender dos termos em que a peleja se expressa, até se afasta. Porque o mau humor é uma das marcas negativas nesse imenso espaço que se abre ao livre debate.
É o caso da esdrúxula proposta do impeachment.
Quem a defende, em geral usa linguagem agressiva e até desrespeitosa para com a presidenta, o seu partido e os internautas que a apóiam.
Tirante as expressões de baixo nível, entretanto, defender o impeachment é uma manifestação de opinião legítima. Se há pessoas que pensam assim, que tragam à luz o seu ponto de vista.
Qual a base jurídica para um processo de impeachment apoiado fundamentalmente no inconformismo em relação ao resultado das eleições presidenciais? Qual a sustentação política para o preconceito e o ódio? À falta de argumentos, opta-se pelo desaforo.
Do outro lado da rua, os que legitimamente pugnam pelo respeito ao pronunciamento das urnas de outubro e defendem o mandato da presidenta Dilma, têm o dever de apresentar seus argumentos - ao invés de simplesmente desancar os oponentes.
No debate democrático das ideias não vale a consigna “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Também não dá para circunscrever a disputa a uma guerra de "cards". Pois se é certo que uma boa imagem às vezes vale mais do que mil palavras, há questões que só se esclarecem se as ideias forem explicitadas.
Ergo aqui a minha faixa: “Menos cards e mais argumentos!”
E dentro das minhas limitações, opino e dialogo com quem opina. Sempre respeitando as diferenças.
Mais ainda agora que o Brasil vive um instante de grandes tensões, refletindo o conflito incontornável de interesses entre a oligarquia rentista e setores mais retrógrados do capital versus os interesses da maioria dos brasileiros. Esse conflito – por trás do biombo do combate à corrupção - é da essência da transição da ordem neoliberal herdada de FHC a um novo projeto de desenvolvimento do país, iniciada no primeiro governo Lula e que prossegue com Dilma.
Ora parece morno, ora se acirra. Nesses doze anos e meses, nunca esteve tão acirrado.
O embate está nas redes. Uma pesquisa encomendada pela BBC Brasil revela que em mais de 2 milhões de citações online nas últimas duas semanas, falou-se quatro vezes mais de temas políticos do que em baboseiras como o Big Brother da Globo.
E ganha as ruas – vide as manifestações de sexta-feira e domingo, que tendem a se repetir.
Que assim seja – de modo consistente, democrático e num ambiente de rico e intenso confronto de ideias.
Quem frequenta as redes sociais e se liga no conflito político, sabe. Vê, toma partido, opina ou, a depender dos termos em que a peleja se expressa, até se afasta. Porque o mau humor é uma das marcas negativas nesse imenso espaço que se abre ao livre debate.
É o caso da esdrúxula proposta do impeachment.
Quem a defende, em geral usa linguagem agressiva e até desrespeitosa para com a presidenta, o seu partido e os internautas que a apóiam.
Tirante as expressões de baixo nível, entretanto, defender o impeachment é uma manifestação de opinião legítima. Se há pessoas que pensam assim, que tragam à luz o seu ponto de vista.
Qual a base jurídica para um processo de impeachment apoiado fundamentalmente no inconformismo em relação ao resultado das eleições presidenciais? Qual a sustentação política para o preconceito e o ódio? À falta de argumentos, opta-se pelo desaforo.
Do outro lado da rua, os que legitimamente pugnam pelo respeito ao pronunciamento das urnas de outubro e defendem o mandato da presidenta Dilma, têm o dever de apresentar seus argumentos - ao invés de simplesmente desancar os oponentes.
No debate democrático das ideias não vale a consigna “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Também não dá para circunscrever a disputa a uma guerra de "cards". Pois se é certo que uma boa imagem às vezes vale mais do que mil palavras, há questões que só se esclarecem se as ideias forem explicitadas.
Ergo aqui a minha faixa: “Menos cards e mais argumentos!”
E dentro das minhas limitações, opino e dialogo com quem opina. Sempre respeitando as diferenças.
Mais ainda agora que o Brasil vive um instante de grandes tensões, refletindo o conflito incontornável de interesses entre a oligarquia rentista e setores mais retrógrados do capital versus os interesses da maioria dos brasileiros. Esse conflito – por trás do biombo do combate à corrupção - é da essência da transição da ordem neoliberal herdada de FHC a um novo projeto de desenvolvimento do país, iniciada no primeiro governo Lula e que prossegue com Dilma.
Ora parece morno, ora se acirra. Nesses doze anos e meses, nunca esteve tão acirrado.
O embate está nas redes. Uma pesquisa encomendada pela BBC Brasil revela que em mais de 2 milhões de citações online nas últimas duas semanas, falou-se quatro vezes mais de temas políticos do que em baboseiras como o Big Brother da Globo.
E ganha as ruas – vide as manifestações de sexta-feira e domingo, que tendem a se repetir.
Que assim seja – de modo consistente, democrático e num ambiente de rico e intenso confronto de ideias.
Ilustração: site rioverdeagora.com
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