Firmeza e flexibilidade
Eduardo
Bomfim, no Vermelho
Durante
a longa noite do arbítrio que se abateu sobre a nação foram várias as etapas da
resistência do povo brasileiro.
Nos
momentos em que se consolidava o avanço da sociedade rumo à democracia foi
decisiva a vasta experiência de lutadores que já fazem parte da nossa História.
Entre
os progressistas que tive a fortuna de conhecer ao longo das jornadas de lutas
destaca-se sem dúvida a figura emblemática de João Amazonas, veterano dirigente
comunista do PCdoB que auxiliou uma geração de militantes, com suas
contribuições, a melhor compreender as gigantescas tarefas que se impunham às
grandes maiorias sociais, aos democratas, patriotas brasileiros.
Com o
ascenso dos setores organizados do País que rompiam as barreiras impostas pelo
arbítrio, além do seu consequente declínio, fazia-se decisiva a tática que
assegurasse a vitória.
Que
seria o fortalecimento e a organização da luta popular, de iniciativas
concretas reunindo um largo espectro de forças da sociedade, para fazer avançar
a luta democrática ao tempo que impedisse qualquer tentativa de isolamento dos
trabalhadores.
Portanto,
foram assimiladas na época duas questões decisivas: a firmeza nos princípios
transformadores, pelos quais propugnamos, aliada a uma flexibilidade na ação
política sempre procurando atrair para o campo democrático todos que desejavam
o fim do regime compondo ampla frente democrática, patriótica pela liberdade e
pelo Brasil.
Daí,
percebeu-se o caráter essencial de outra formulação de importância atemporal: a
tática política para uma conjuntura determinada, deve invariavelmente partir da
análise concreta da realidade concreta.
Tudo
isso ensina que devemos evitar análises subjetivistas que atendem aos nossos
desejos mas que dissociadas da realidade não correspondem à situação objetiva.
Dessa
forma, para o êxito da luta é essencial firmeza nos princípios e flexibilidade
no trato dos caminhos sinuosos da luta política.
Hoje,
diante dos desafios que os democratas, patriotas enfrentam em favor das
conquistas sociais dos últimos doze anos, na defesa do mandato constitucional
do governo Dilma, constata-se a atualidade de tais ensinamentos: amplitude na
articulação de forças distintas, firmeza nos objetivos estratégicos por um
Brasil economicamente, socialmente avançado e soberano.
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