Momento é de iniciativa e amplitude, abandonando falsas ilusões
Editorial do portal Vermelho
Os últimos dias têm sido de movimentações auspiciosas por parte da
Presidenta Dilma Rousseff, no sentido de reconstruir um ambiente favorável à
governabilidade.
As viagens a estados da federação, o funcionamento regular da articulação política, a recente reunião com 20 ministros e 40 senadores para pactuar uma agenda legislativa que derrote as chamadas “pautas-bombas” e o encontro da presidenta com representantes do movimento social, que se realizará nesta quinta-feira (13), são sinais positivos de que aos poucos o governo vai retomando a iniciativa política no sentido de amainar a grave crise institucional.
O Portal Vermelho sempre frisou a importância da firmeza e da amplitude no enfrentamento da crise.
Nesse quadro, é preciso ressaltar que enveredar por um caminho de conciliação com as forças neoliberais e conservadoras, sob o pretexto de superar a crise política, é uma falsa saída que conduziria inevitavelmente à derrota das forças progressistas.
Afirmar, em nome desta ilusão, que o Brasil estaria seguindo uma linha positiva desde a época da redemocratização, exaltando o governo de FHC, é falsear a história e contribuir para agravar a despolitização do povo, o que só serve à direita. Assim, recompor a base de apoio do governo afigura-se como tarefa prioritária, o que é diametralmente oposto da composição com os inimigos do PSDB e a seus satélites.
Lembramos que em dezembro de 2001, a resolução do 10º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fazia um implacável balanço do período neoliberal. Alguns poucos trechos:
“O quadro estrutural brasileiro vem sendo rapidamente alterado em mais de 6 anos de governo de Fernando Henrique. Essa experiência vem demonstrando que o modelo neoliberal adotado é um fracasso como artífice de um crescimento sustentado e, mais precisamente, como estratégia de desenvolvimento. Esse projeto desnacionalizou a economia do país. Ademais, seu maior estrago é o desmonte do Estado nacional, articulado com a liquidação de conquistas sociais e trabalhistas fundamentais e o aprofundamento das desigualdades. A década de 90 do século XX acumulou grandes mudanças, levando o país a percorrer uma trajetória que o ameaça: a neocolonização. (..) O país passou a leiloar seu patrimônio público, construído em várias décadas; a vender suas empresas privadas ao capital estrangeiro (...) Essa linha de liberalização e abertura provocou nesses poucos anos forte desequilíbrio macroeconômico e profundos desajustes estruturais, desmentindo a prédica oficial de serem sólidos os ‘fundamentos’ econômicos”.
Em março de 2002, o Comitê Central do PCdoB, em resolução política, salientava ainda:
“A desconfiança do povo cresceu por causa do fracasso das políticas neoliberais na retomada do desenvolvimento e na expansão da distribuição da renda, motivando o retrocesso das conquistas sociais, desemprego aberto e precariedade do trabalho, empobrecendo a maioria da população (...) O governo FHC expressão maior desse sistema de poder atual, tem uma trajetória marcada por um equilíbrio precário e cruel – graves crises sucessivas sem colapso -, culminando duas décadas de estagnação econômica caracterizada por ampla desnacionalização, pesada espoliação dos trabalhadores e manutenção de forte incidência de concentração de renda.”
Poucos meses depois (junho), PT e PCdoB assinavam declaração conjunta de suas direções onde diziam:
“Ao cabo de dois governos de Fernando Henrique, apesar das tentativas diversionistas, a herança verdadeira que resta é a de uma economia estagnada. A enorme conta a pagar - a dívida interna aumentou cinco vezes, o passivo externo dobrou e as reservas internacionais caíram em mais da metade -, agrava sobremodo a vulnerabilidade externa do país, provocando elevado índice de desemprego aberto que, somado ao subemprego, compreende a maioria da população economicamente ativa.”
A amplitude da articulação política é condição fundamental para isolar os golpistas, mas eludir as enormes diferenças com os setores neoliberais não faz parte deste processo. pois o sentido da defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff é o de garantir a preservação da democracia, visando fazer valer o programa vitorioso nas eleições presidenciais de 2014.
Isso não é consentâneo com abrir mão da defesa da Petrobras como operadora única do Pré-Sal, render-se a uma pauta recessiva e que penalize principalmente os trabalhadores, ou aceitar que se abandone ou se relativize a luta pela democratização da mídia hegemônica, como infelizmente vimos na sessão do Senado que homenageou a TV Globo pelos seus 50 anos de fundação, em que três ministros de Estado prestigiaram a lamentável cerimônia.
Cresce, portanto, a importância de que no dia 20 exista um grande movimento de rua em torno da defesa do mandato da presidenta Dilma, ao mesmo tempo em que se sustenta bandeiras que são fundamentais para o aprofundamento da democracia e da justiça social.
A única maneira de ajudar o povo a se libertar das mentiras e manipulações do poderoso consórcio oposicionista que reúne mídia hegemônica, capital financeiro e partidos conservadores, é enfrentar os debates com destemor e transparência, seja nas ruas, nas academias, no parlamento e nas ações do governo.
O governo Dilma Rousseff deve cada vez mais, como já vem fazendo, se aproximar de sua base de apoio popular para não só impulsionar a contraofensiva, como também para fazer desta base uma sólida ferramenta política que possa de fato respaldar nas ruas as necessárias mudanças e reformas estruturais de caráter progressista que a maioria do povo elegeu em novembro de 2014, derrotando pela quarta vez consecutiva os neoliberais e sua plataforma antipopular e antinacional.
As viagens a estados da federação, o funcionamento regular da articulação política, a recente reunião com 20 ministros e 40 senadores para pactuar uma agenda legislativa que derrote as chamadas “pautas-bombas” e o encontro da presidenta com representantes do movimento social, que se realizará nesta quinta-feira (13), são sinais positivos de que aos poucos o governo vai retomando a iniciativa política no sentido de amainar a grave crise institucional.
O Portal Vermelho sempre frisou a importância da firmeza e da amplitude no enfrentamento da crise.
Nesse quadro, é preciso ressaltar que enveredar por um caminho de conciliação com as forças neoliberais e conservadoras, sob o pretexto de superar a crise política, é uma falsa saída que conduziria inevitavelmente à derrota das forças progressistas.
Afirmar, em nome desta ilusão, que o Brasil estaria seguindo uma linha positiva desde a época da redemocratização, exaltando o governo de FHC, é falsear a história e contribuir para agravar a despolitização do povo, o que só serve à direita. Assim, recompor a base de apoio do governo afigura-se como tarefa prioritária, o que é diametralmente oposto da composição com os inimigos do PSDB e a seus satélites.
Lembramos que em dezembro de 2001, a resolução do 10º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fazia um implacável balanço do período neoliberal. Alguns poucos trechos:
“O quadro estrutural brasileiro vem sendo rapidamente alterado em mais de 6 anos de governo de Fernando Henrique. Essa experiência vem demonstrando que o modelo neoliberal adotado é um fracasso como artífice de um crescimento sustentado e, mais precisamente, como estratégia de desenvolvimento. Esse projeto desnacionalizou a economia do país. Ademais, seu maior estrago é o desmonte do Estado nacional, articulado com a liquidação de conquistas sociais e trabalhistas fundamentais e o aprofundamento das desigualdades. A década de 90 do século XX acumulou grandes mudanças, levando o país a percorrer uma trajetória que o ameaça: a neocolonização. (..) O país passou a leiloar seu patrimônio público, construído em várias décadas; a vender suas empresas privadas ao capital estrangeiro (...) Essa linha de liberalização e abertura provocou nesses poucos anos forte desequilíbrio macroeconômico e profundos desajustes estruturais, desmentindo a prédica oficial de serem sólidos os ‘fundamentos’ econômicos”.
Em março de 2002, o Comitê Central do PCdoB, em resolução política, salientava ainda:
“A desconfiança do povo cresceu por causa do fracasso das políticas neoliberais na retomada do desenvolvimento e na expansão da distribuição da renda, motivando o retrocesso das conquistas sociais, desemprego aberto e precariedade do trabalho, empobrecendo a maioria da população (...) O governo FHC expressão maior desse sistema de poder atual, tem uma trajetória marcada por um equilíbrio precário e cruel – graves crises sucessivas sem colapso -, culminando duas décadas de estagnação econômica caracterizada por ampla desnacionalização, pesada espoliação dos trabalhadores e manutenção de forte incidência de concentração de renda.”
Poucos meses depois (junho), PT e PCdoB assinavam declaração conjunta de suas direções onde diziam:
“Ao cabo de dois governos de Fernando Henrique, apesar das tentativas diversionistas, a herança verdadeira que resta é a de uma economia estagnada. A enorme conta a pagar - a dívida interna aumentou cinco vezes, o passivo externo dobrou e as reservas internacionais caíram em mais da metade -, agrava sobremodo a vulnerabilidade externa do país, provocando elevado índice de desemprego aberto que, somado ao subemprego, compreende a maioria da população economicamente ativa.”
A amplitude da articulação política é condição fundamental para isolar os golpistas, mas eludir as enormes diferenças com os setores neoliberais não faz parte deste processo. pois o sentido da defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff é o de garantir a preservação da democracia, visando fazer valer o programa vitorioso nas eleições presidenciais de 2014.
Isso não é consentâneo com abrir mão da defesa da Petrobras como operadora única do Pré-Sal, render-se a uma pauta recessiva e que penalize principalmente os trabalhadores, ou aceitar que se abandone ou se relativize a luta pela democratização da mídia hegemônica, como infelizmente vimos na sessão do Senado que homenageou a TV Globo pelos seus 50 anos de fundação, em que três ministros de Estado prestigiaram a lamentável cerimônia.
Cresce, portanto, a importância de que no dia 20 exista um grande movimento de rua em torno da defesa do mandato da presidenta Dilma, ao mesmo tempo em que se sustenta bandeiras que são fundamentais para o aprofundamento da democracia e da justiça social.
A única maneira de ajudar o povo a se libertar das mentiras e manipulações do poderoso consórcio oposicionista que reúne mídia hegemônica, capital financeiro e partidos conservadores, é enfrentar os debates com destemor e transparência, seja nas ruas, nas academias, no parlamento e nas ações do governo.
O governo Dilma Rousseff deve cada vez mais, como já vem fazendo, se aproximar de sua base de apoio popular para não só impulsionar a contraofensiva, como também para fazer desta base uma sólida ferramenta política que possa de fato respaldar nas ruas as necessárias mudanças e reformas estruturais de caráter progressista que a maioria do povo elegeu em novembro de 2014, derrotando pela quarta vez consecutiva os neoliberais e sua plataforma antipopular e antinacional.
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