Faça amor, não faça chapinha
Jade
Oliveira
A ditadura
da beleza lisa é tão forte, pra alguns, que tem gente que já cresce com os
termos "cabelo bom" e "cabelo ruim" no vocabulário.
Engraçado é pensar em uma tabela que separa os tipos de cabelos em "bons e
ruins", como se fossem algum tipo de objeto que precisasse ser avaliado.
Essa distinção, além de absurda e preconceituosa, é limitadíssima, afinal,
perde de ver beleza nos detalhes mais bonitos de cada um. Porque, no fim das
contas, a singularidade e a beldade não estão no fato de ter madeixas do tipo X
ou Y, mas sim na atitude de aceitar os fios do jeito que são. Demorei horrores
(infelizmente) pra aceitar meus caracóis, e hoje digo que não tem nada mais
gostoso do que parar de lutar contra algo que faz parte de você. Afinal, cachos
são muito mais do que estética, são resistência e excentricidade em sua mais
pura forma. Torço muito por um mundo com mais aceitação, mais autenticidade,
mais respeito, e claro: Mais amor e menos chapinha.
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