05 novembro 2015

Banco de fomento

Empréstimos do BNDES retornam em impostos, empregos e investimentos

Na Carta Capital

Em entrevista à BBC Brasil, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, rebate as críticas do consórcio oposicionista sobre os empréstimos do banco, apontando o retorno ao Tesouro em impostos, empregos e investimentos.
“Os empréstimos de longo prazo do BNDES financiam investimentos que em boa medida não ocorreriam na ausência desse crédito”, pontua ele, afirmando que há “certo exagero” sobre o papel do BNDES na economia nacional. “A gente não influencia 100% do investimento”, disse ele.
“O BNDES é um banco grande, poderoso, mas há um certo exagero. A gente não influencia 100% do investimento. Há um pedaço grande feito por empresas muito pequenas, ou relacionado a áreas com as quais temos pouco relacionamento, ou porque são empresas em áreas mais difíceis, que não têm histórico (de crédito)”, afirmou.
Sobre a transparência do banco, que a oposição gosta tanto de apontar para justificar seu golpismo, o presidente do BNDES afirma que há restrições legais para a divulgação de certas informações. “Muitas vezes pede-se acesso a documentos internos do banco que revelam a intimidade do cliente, um problema do cliente. Somos obrigados por lei a resguardar certas informações. Não podemos opor sigilo aos órgãos de controle, à Justiça, mas para uma entidade privada temos que ser cautelosos”, aponta ele, reforçando que como qualquer banco, o BNDES está submetido às regras de sigilo estabelecidas por lei.
No entanto, os financiamentos do BNDES não são segredos de Estado. Desde 2008, todas as suas operações estão disponíveis na internet, incluindo a descrição dos projetos e quem é empresa ou consórcio beneficiário, além de informações sobre as condições de taxas de juros, de prazo de carência e quais são as garantias exigidas pelo banco.
“A instituição tem todos esses resultados e colocou todas operações disponíveis na internet. Existe muita fantasia a respeito de supostas irregularidades do BNDES e nenhuma acusação concreta”, afirmou ele em entrevista em junho.
Ele explica: “As empresas nos fornecem informações em confiança a respeito de sua situação financeira e sobre sua estratégia de mercado e de negócios, dizendo o porquê da escolha de determinado nicho ou linha de produto. Esse tipo de informação que diz respeito à intimidade da empresa é protegido por lei complementar que nos obriga a resguardá-lo. Portanto não é uma escolha nossa ou de qualquer banco. Somos obrigados a preservar esse tipo de sigilo, da mesma forma que todo cidadão brasileiro tem a proteção do seu sigilo financeiro. Não se pode devassar contas bancárias a não ser que haja algum motivo que leve um juiz, embasado por indícios de alguma irregularidade, a autorizá-la”.
Sobre a queda na demanda por crédito do banco este ano, por conta da crise econômica, Coutinho afirma que o banco vai “virar o jogo um pouco mais para a frente”. 
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