Patrimônio do Brasil
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
A medicina tem prestado
ao longo dos anos relevantes serviços à sociedade nacional através de inúmeras
personalidades, mulheres e homens, em vários campos das ciências médicas,
inclusive na pesquisa científica e sua aplicação prática.
No momento que o País encontra-se diante da
recorrente epidemia da Dengue e suas variantes, é importante lembrar Oswaldo
Cruz, eminente cientista, gestor público que combateu vitoriosamente doenças
terríveis de altíssimos índices de mortalidade na população naqueles tempos.
Nascido em Paraitinga, São Paulo, em 1872, mudou-se
criança para o Rio de Janeiro então capital da República onde formou-se em
medicina em 1892 com a tese Veiculação microbiana pelas águas. Quatro anos
depois especializou-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur em Paris, centro
de grandes nomes da ciência à época e até os dias atuais.
Quando regressava ao Brasil deparou-se no porto de
Santos com a eclosão de violenta epidemia de peste bubônica engajando-se
imediatamente no seu combate, já demonstrando ali sua capacidade científica,
coragem pessoal e espírito cívico pelos quais orientou toda sua vida
profissional e dedicação pública.
Em 1903 foi nomeado Diretor-Geral da Saúde Pública,
equivalente hoje ao Ministro da Saúde. Apoiando-se no Instituto Soroterápico
Federal deflagrou históricas campanhas de saneamento.
Iniciou a luta contra a febre amarela no Rio de
Janeiro que tornou-se célebre entre 1897 e 1906 como túmulo dos estrangeiros,
já que nesse período morreram 4 mil imigrantes conforme Ana Palma da FIOCRUZ à
qual recorro como fonte.
Vendo a tragédia como um rastilho de pólvora
ameaçando dizimar a capital, espalhar-se pelo País, Oswaldo Cruz iniciou férrea
luta contra a febre amarela, adotando rigorosas medidas sanitárias que
provocaram virulenta, injusta campanha da mídia insuflando a sociedade contra o
sanitarista cujas consequências desaguaram na Revolta da Vacina pela população.
Além de combater a epidemia da febre amarela cujo
transmissor era o mosquito Stegomyia Fasciata, hoje conhecido como Aedes
aegypti, Oswaldo venceu outro flagelo, o da peste bubônica transmitida pela
pulga de ratos.
Sua dedicação, da sua equipe, coragem, espírito
público, salvou centenas de milhares de pessoas. Oswaldo Cruz é um exemplo a
ser lembrado, patrimônio do Brasil.
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