Nossa sina, nosso rumo
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Não está fácil, amigos: as vinte
e quatro horas do dia, por todas as mídias, a ofensiva da direita é total.
Feito operação militar de cerco e aniquilamento.
O mote inarredável é: o Brasil
vai inevitavelmente para o buraco, a culpa é da presidenta Dilma, as finanças
públicas estão falidas porque o PT roubou as estatais e até o galinheiro do
vizinho!
Tem comentarista de rádio que
começa assim: “Este é mais um caso de deterioração de nossa economia, vou
explicar... Mas é preciso dizer logo: a culpa é do governo” e por aí vai.
A crise global, para estes, é
como se não existisse. Toda a desgraça se passa tão somente aqui.
Os jornais trazem em si um
defeito congênito: abandonaram a notícia e se assumiram propandista das oposições e do mau humor.
Ora, que tomem partido e façam a
campanha oposicionista que optaram por fazer. É lamentável mas até compreensível,
desde que o fizessem com um mínimo de honestidade intelectual e respeito pelo
leitor, telespectador, ouvinte, internauta.
O consolo é que, dialeticamente,
não se afirma consistentemente uma opinião sem confrontá-la com o seu oposto.
Essa cantilena parcial e monocórdica tem alcance limitado na formação da
consciência social.
Basta lembrar que o consórcio
tucano-midiático perdeu quatro eleições presidenciais seguidas, a despeito do
grandioso e sofisticado aparato mobilizado.
Impõe-se o desafio da luta no
terreno das ideias.
Ao militante do PCdoB, então,
essa luta implica pauta ampla, complexa e ao mesmo tempo passiva de ser
abordada de modo compreensível.
Vai desde a peleja pelo
socialismo com feição teórica e política atualizada ao exame dos fatos cotidianos,
passando pela defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma, sem
entretanto abrir mão de nossa opinião crítica.
Defender e desenvolver a teoria
marxista é uma exigência da época atual - proclamou João Amazonas em artigo na
revista Princípios número 20, em plena débâcle da ex-União Soviética.
O militante há de viver pedagogicamente,
a partir da experiência concreta do dia a dia, junto ao povo, a aventura de
conectar fatos locais com o que ocorre em âmbito nacional, identificando nexos
e revelando o sentido geral dos acontecimentos – ensinava Lênin.
Enfim, amigos, a luta no terreno
das ideias é hoje indispensável e decisiva, ao lado da luta social propriamente
dita e da ação nas diversas instâncias que convencionamos chamar “institucionais”.
Escrever é preciso. Debater é
preciso. Esclarecer é preciso. Mobilizar é preciso.
Resistir agora, juntar forças e
passar à ofensiva adiante. É a nossa sina e o nosso rumo.
Nas redes, nos salões e nas
ruas.
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