Luciano
Siqueira, no portal Vermelho
A marcha golpista chega ao auge. O grampo da conversa entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, irresponsável e absurdamente divulgado pelo delegado Moro e reverberado à exaustão pela Rede Globo e congêneres, tem a clara intenção de botar gente na rua para pressionar pelo impeachment. De quebra, desgastar o presidente Lula, que a direita teme como hipotético adversário no pleito de 2018.
A marcha golpista chega ao auge. O grampo da conversa entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, irresponsável e absurdamente divulgado pelo delegado Moro e reverberado à exaustão pela Rede Globo e congêneres, tem a clara intenção de botar gente na rua para pressionar pelo impeachment. De quebra, desgastar o presidente Lula, que a direita teme como hipotético adversário no pleito de 2018.
O
"crime de lesa-pátria" - na expressão do ex-presidente da OAB,
Marcelo Lavenére - praticado pelo juiz Moro, ontem, é o estopim da elevação do
nível da luta.
Concomitantemente,
a assunção de Lula à chefia da Casa Civil (portanto ao núcleo político que
assessora diretamente a presidenta Dilma), renova as expectativas de um ajuste
na agenda política e econômica do governo.
Já não
há mais condições nem tempo para a repetição de atitudes dúbias diante das
agressões de Moro e asseclas, a título de uma desfibrada conduta
"republicana", eufemismo para a tibieza do ex-ministro José Eduardo
Cardoso, da Justiça; nem para vacilações dos movimentos sociais - enredado em
pautas setoriais e corporativas - em resistir ao golpe.
A hora
é de decisão. Impedir que se consuma o golpe é preciso, seja derrotando o
pedido de impeachment, seja arrostando a via do TSE. Em ambos os casos falecem
razões factuais e jurídicas que incriminem a presidenta Dilma. A peleja é
estritamente política.
No
curso da luta política, muitas vezes uma situação adversa se altera em razão de
erros táticos do inimigo.
A
divulgação do grampo, ontem, à semelhança da condução coercitiva de Lula dias
atrás, ao arrepio da legislação processual e da Constituição, provocaram
tamanha indignação em amplos segmentos do mundo jurídico, da intelectualidade e
do mundo da cultura, que, associando-se ao revide dos movimentos sociais, podem
ampliar as condições da resistência.
As
manifestações que acontecerão nesta sexta-feira poderão expressar essa
conjugação de polos de luta.
Assim, aos que sempre se bateram pela democracia e pelos direitos do povo - a exemplo do PCdoB, que jamais se deixou vencer pelas dificuldades e tem o dom de se agigantar nas crises - cabe combinar firmeza de propósitos, clareza de rumos e amplitude na arregimentação de forças.
Assim, aos que sempre se bateram pela democracia e pelos direitos do povo - a exemplo do PCdoB, que jamais se deixou vencer pelas dificuldades e tem o dom de se agigantar nas crises - cabe combinar firmeza de propósitos, clareza de rumos e amplitude na arregimentação de forças.
A luta
imediata ultrapassa as fronteiras do governo Dilma. É sobretudo pela
preservação do Estado de direito, contra a ameaça fascista. Pode unir segmentos
os mais diversos, entre os que apoiam e os que não apoiam o governo.
Preservar
a ordem democrática, superar a crise de governabilidade e pactuar medidas
destinadas a retomar o crescimento econômico podem lastrear uma plataforma
mínima imediata em favor do Brasil.
É na
amplitude e na pluralidade que as posturas mais aguerridas encontrarão graduada
e apoio. Sem sectarismos, nem preconceitos.
Integra
o manancial teórico e tático do PCdoB, construído mormente do início dos anos
sessenta em diante, a consigna "ampliar radicalizando, radicalizar
ampliando". Isto quer dizer que na luta atual há lugar para todos, para
além de divergências conceituais, políticas e de interesses sociais díspares.
Quer
dizer também que é possível sermos ousados, respeitando, contudo, a plataforma
que venha a ser pactuada e o nível real da combatividade, a ser traduzida em
formas de luta adequadas.
Nas
ruas e nas redes, impõe-se a batalha assentada em argumentos fundamentados,
despida de provações inúteis; e ao mesmo tempo irreverente, bem humorada e
esperançosa, ao jeito próprio de quem luta com a convicção e a confiança de que
é possível vencer.
Falou tudo, e agora o que nos resta, é ir pra luta.
ResponderExcluirFalou tudo, e agora o que nos resta, é ir pra luta.
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