Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Como anunciou o senador
tucano Aloysio Nunes, o objetivo é "fazer sangrar" Dilma, para
impedir que a presidenta governe. Desde os primeiros dias do seu segundo
governo, assim têm agido, o PSDB e seus aliados do consórcio oposicionista
partidário-midiático, ininterruptamente.
O ajuste fiscal, por
exemplo, cujos fundamentos ortodoxos (combinação nefasta do contingenciamento
orçamentário linear e juros altíssimos), se identificam mais com o ideário
neoliberal do PSDB do que com o próprio PT e a coalizão governista, assim mesmo
foi e continua sendo torpedeado na Câmara e no Senado em nome da política do
"quanto pior, melhor" (variante tática do "sangramento").
Concomitantemente, ao
estilo da velha UDN, que perdia eleições presidenciais e incontinenti batia às
portas dos quartéis, feito vivandeiras, pedindo um golpe militar, incontáveis
vezes o senador Aécio Neves tem ido aos tribunais na expectativa de um golpe
judicial - da tentativa de impugnação de votos apurados no pleito à rejeição
das contas de campanha -, sem êxito.
Hoje, a tática do
sangramento alimenta a batalha em quatro trincheiras: o pedido de impeachment,
a pressão pela renúncia da presidenta e antecipação das eleições, a
rejeição das contas de campanha e a mobilização de rua insuflada
escancaradamente pelo aparato midiático.
O impeachment, porque sem
fato determinado nem crime da responsabilidade, como reza a Constituição,
recebe crescente condenação de expressivos segmentos do mundo jurídico e da sociedade
civil. Como tese, se esgarça.
A proposta de renúncia,
destinada mais a desgastar a presidenta do que a solucionar o impasse político,
reverberada por órgãos de imprensa como a Folha de S. Paulo e o Diário de Pernambuco,
carece de lastro.
A rejeição das contas de
campanha pelo TSE, aposta preferencial da candidata derrotada Marina Silva e
empunhada com vigor militante pelo ministro do STF Gilmar Mendes, também
não sustenta objetivamente.
Mas a questão “é
política”, repetem em cantilena líderes oposicionistas, como se vivêssemos sob
sistema parlamentarista.
É política sim, pois
decidida – no caso do impeachment – por uma instituição política, o Congresso
Nacional, constituído por deputados e senadores. Porém há que se apoiar na
comprovação de crime de responsabilidade da presidenta.
Dilma sequer é
indiciada, nem muito menos ré.
Daí rasgar a
Constituição, nas três alternativas de golpe cogitadas pela oposição, é o que
resta.
Acontece que na quarta
trincheira, as ruas, há uma distinção clara entre os que desejam o golpe e os
que defendem a ordem democrática.
A reação da sociedade às
tentativas de depor a presidenta se faz extraordinariamente ampla, quantitativa
e qualitativamente. Vale dizer, nos salões, nas redes e nas ruas. Congrega
forças para além do apoio ao governo e emergiu, na última quinzena, como
variável fundamental para desenlace da crise.
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