09 maio 2016

Para onde vamos?

Lances de um jogo que pode embaralhar
Luciano Siqueira

A anulação do processo de impeachment pelo presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, surpreendeu o mundo político. E repercutiu aqui e mundo afora, influenciando até o pregão da Bolsa de Valores.
De pronto se instalou o debate sobre a base jurídica do ato.
Uma vez mais e como sempre acontece, argumentos do juridiquês são, em última instância, o glacê do bolo político.
A luta é política – e ganha mais um lance na esfera jurídica.
Tanto que o presidente do senado, Renan Calheiros, provavelmente sob muita pressão e com alguma dose de convicção ou interesse próprio, desconsiderou a decisão do presidente da Câmara e tocou o processo de impeachment para frente.
Entrementes, a ministra Rosa Weber rejeitou pedido de anulação do ato de Maranhão impetrado pela oposição.
E surge a discussão bizantina se o ministro chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo, deveria ou não ter falado com o deputado Maranhão, assim como o governador Flávio Dino – ambos acusados de se meterem onde não cabia (sic).
O fato é que o jogo agora parece se complicar – e novos lances estão por vir.
No mínimo, uma vez mais, a ilegalidade do impeachment e a desfaçatez da trama golpista vêm à tona. Escancaradamente.
Uma peça importante é o STF, se o caso ganhar nova dimensão jurídica.
Da parte do movimento democrático, cumpre seguir adiante – nas ruas, nos salões e nas redes.
Os movimentos sociais programaram um dia paralisações e debates amanhã, 10. No Brasil inteiro – de pequeno, médio e grande porte.
A defesa da democracia é o vértice; a denúncia das ameaças da agenda Temer aos direitos sociais a pauta anexa.
E no dia da votação da matéria em plenário, no Senado, idem.

O fato é que, mesmo numa correlação de forças francamente adversa, os que se batem pela democracia devem seguir em frente. Não podemos arrefecer o nível da luta nem um minuto. E compreender que, qualquer que seja o resultado no Senado ou que teor tenham novos pronunciamentos no STF, trata-se de uma batalha de longo curso, que desembocará nas eleições gerais de 2018.
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