09 junho 2016

Tempos difíceis

A onda regressiva
Eduardo Bomfim, no Vermelho
Eric Hobsbawm, um dos mais prestigiosos historiadores dos últimos tempos, dentre suas valiosas obras escreveu Ecos da Marselhesa. Uma abordagem sobre a revolução francesa de 1789, contra o absolutismo, que mudou a face da humanidade.
Os sistemas políticos nela inspiraram-se para as grandes transformações econômicas, sociais que culminaram com mudanças na História dos povos.
Hobsbawm declarou: até hoje ainda se ouvem os ecos da Marselhesa, o hino dos revolucionários franceses, cântico que empolga seu povo pela beleza, significado histórico.
A revolução francesa e sua Marselhesa consolidaram os conceitos de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, o espírito das chamadas democracias clássicas ocidentais, a linha da divisão entre os poderes que dão substância constitucional efetiva: o executivo, legislativo, o judiciário.
É verdade que em nome dos princípios da revolução francesa cometeram atrocidades, agressões coloniais. Porém seus grandes ideais perpetuaram-se na tradição do Direito Universal.
Como a roda da História nem sempre se move para frente, os tempos atuais notabilizam-se pela regressão das conquistas do espírito de 1789 em pleno século XXI. Em seu lugar emerge uma virulência crônica de tipo fascista.
De tal forma que o intelectual norte-americano Noam Chomsky sentenciou que as democracias formais no Ocidente vêm desaparecendo, porque já não mais existem democracias reais. É o que está em curso no Brasil.
O Mercado, a Governança Mundial, sob a égide imperial dos EUA, frente à crise financeira global promovem brutal subversão contra os povos via mudanças de regime suaves ou não.
No Brasil os alvos são as riquezas estratégicas, as conquistas trabalhistas, o protagonismo externo, ceifar a democracia.
Na Europa, sob o jugo das corporações financeiras, vêm sendo levados à penúria os cidadãos do velho continente, à subtração da soberania de suas nações.
As ações contra a América Latina viraram provocações abertas. O golpe contra a presidente Dilma Rousseff, e o ilegítimo governo Temer, são fatos inseparáveis dessa onda regressiva.
Por isso assoma a resistência em defesa da nação ameaçada, da legalidade. Uma ampla plataforma política, programática, de elevada consciência social, democrática, patriótica, à altura dos históricos combates travados pelo povo brasileiro.

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