Eduardo
Bomfim, no Vermelho
Eric Hobsbawm, um dos mais
prestigiosos historiadores dos últimos tempos, dentre suas valiosas obras
escreveu Ecos da Marselhesa. Uma abordagem sobre a revolução francesa de 1789,
contra o absolutismo, que mudou a face da humanidade.
Os sistemas políticos nela inspiraram-se para as grandes
transformações econômicas, sociais que culminaram com mudanças na História dos
povos.
Hobsbawm declarou: até hoje ainda se ouvem os ecos da
Marselhesa, o hino dos revolucionários franceses, cântico que empolga seu povo
pela beleza, significado histórico.
A revolução francesa e sua Marselhesa consolidaram os
conceitos de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, o espírito das chamadas
democracias clássicas ocidentais, a linha da divisão entre os poderes que dão
substância constitucional efetiva: o executivo, legislativo, o judiciário.
É verdade que em nome dos princípios da revolução francesa
cometeram atrocidades, agressões coloniais. Porém seus grandes ideais
perpetuaram-se na tradição do Direito Universal.
Como a roda da História nem sempre se move para frente, os
tempos atuais notabilizam-se pela regressão das conquistas do espírito de 1789
em pleno século XXI. Em seu lugar emerge uma virulência crônica de tipo
fascista.
De tal forma que o intelectual norte-americano Noam Chomsky
sentenciou que as democracias formais no Ocidente vêm desaparecendo, porque já
não mais existem democracias reais. É o que está em curso no Brasil.
O Mercado, a Governança Mundial, sob a égide imperial dos
EUA, frente à crise financeira global promovem brutal subversão contra os povos
via mudanças de regime suaves ou não.
No Brasil os alvos são as riquezas estratégicas, as
conquistas trabalhistas, o protagonismo externo, ceifar a democracia.
Na Europa, sob o jugo das corporações financeiras, vêm sendo
levados à penúria os cidadãos do velho continente, à subtração da soberania de
suas nações.
As ações contra a América Latina viraram provocações abertas.
O golpe contra a presidente Dilma Rousseff, e o ilegítimo governo Temer, são
fatos inseparáveis dessa onda regressiva.
Por isso assoma a resistência em defesa da nação ameaçada,
da legalidade. Uma ampla plataforma política, programática, de elevada consciência
social, democrática, patriótica, à altura dos históricos combates travados pelo
povo brasileiro.
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