Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
No dia 24 de
Agosto de 1954 o presidente Getúlio Vargas cometia suicídio em resposta à
terrível onda reacionária que se abatia contra o seu governo.
Decorreu imensa revolta da população que foi às ruas em ondas de
protestos incontidos nas cidades do País, especialmente no Rio de Janeiro,
acuando a reação e a grande mídia, sustando um golpe urdido por figuras
políticas do udenismo de então, cujo expoente era o governador da Guanabara,
hoje Estado do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda.
Lacerda foi o agitador central contra Getúlio com o chamado “mar de
lama” em que teria se transformado o governo, tática usada porque não conseguia
o respaldo popular nas urnas para ganhar as eleições presidenciais e nos
principais Estados da federação.
Arquitetou-se uma campanha golpista diária, apoiada pela grande mídia,
para depor Getúlio Vargas, sob o pretexto do resgate da moralidade por notórios
corruptos abertamente financiados, inclusive por grupos internacionais.
Mas na verdade o xis da questão era a política em defesa dos interesses
nacionais e dos trabalhadores tais como a Consolidação das Leis do Trabalho,
pesados investimentos nas indústrias de base estratégicas, a exemplo da
Siderúrgica de Volta Redonda, Vale do Rio Doce na mineração, a Petrobrás,
política nacional de saúde e educação públicas, o BNDES, Eletrobrás, salário
mínimo, voto feminino, inúmeros projetos em infraestrutura etc.
Contra tais medidas insurgiram-se poderosas forças opostas à soberania
do País, aos direitos dos trabalhadores. Mino Carta editor da revista Carta
Capital afirmou que de lá para cá tivemos presidentes ruins, razoáveis ou
excelentes, mas um único estadista, Vargas.
FHC disse que uma das suas metas era enterrar o legado de Getúlio. Em
vão. Outros tentaram contornar o que foi de positivo, estratégico ao contínuo
histórico da nação em sua gestão.
Hoje frente ao golpe em curso contra Dilma Rousseff há lições Históricas
a serem extraídas. A democracia no Brasil jamais será consolidada com a
primazia do capital financeiro, do oligopólio midiático diante dos interesses
do País.
A outra constatação é que cabe às forças democráticas, patrióticas a
constituição, via política concreta, de um projeto de desenvolvimento
estratégico que retome os rumos do País. Sem o qual ele ficará à deriva,
desnorteado.
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