31 agosto 2016

No fio da História

Assim enfrentamos os tempos que vivemos
Bosco Rolemberg, em seu blog

Em 1954, eu criança, vi a massa humana descendo a Rua de Maruim, numa explosão de revolta, na morte de Getúlio.
Em 1964, aos 17 anos, acordei com soldados do exército invadindo minha casa, nosso quarto e levando o irmão mais velho, os livros, os projetos.
A casa da Rua Santa Luzia, 150.
Tropas e caminhões patrulhavam as ruas de Aracaju.
No meu caderno de anotações, militante da juventude estudantil católica, sonhos e projetos de um país soberano, democrático.
Depois, seis anos de clandestinidade na AP/PC do B, cinco anos de prisão, na resistência e luta contra a ditadura, coroados com a redemocratização do país em 1985.
O valor da liberdade e da democracia poderiam resumir as lições de toda uma geração.
Garantir o direito do povo de tomar o destino em suas mãos e fazer um país e uma cidade do nosso jeito.
Cada um construir livre e conscientemente sua vida e seus projetos.
Resolvendo os conflitos, disputas, contradições e choque de interesses pelo diálogo e negociação.
Hoje, a caminho dos 70 anos, acompanho com emoção e indignação, o depoimento da Presidenta Dilma.
O Senado Federal, cheio de aparências e adereços, transformado em tribunal de exceção.
A disputa de projetos na tortura e no Senado.
Não disfarçam o mesmo ódio e rancor que os torturadores davam vazão nos porões da tortura, afirmando sim, que queriam um outro país, subordinado as grandes potências, com o povo calado, submisso e sem direitos sociais.
O programa de governo derrotado nas eleições de 2014 começa a ser aplicado rapidamente.
Dilma, engrandecida.
Corajosa, altiva, enfrenta com bravura este momento de traição e injustiça.
Não nega a dor do golpe contra a democracia.
Resiste.
No momento mais difícil, ela se agiganta.
Os representantes de Sergipe no Senado mantiveram suas posições golpistas e enveredam pelos porões do governo ilegítimo.
Não souberam honrar os votos que garantiram a vitória de Dilma no Estado.
Saem deste episódio, envergonhando a consciência democrática dos sergipanos.
Haveremos de encontrar o melhor caminho hoje, que unifique a Nação, respeite os mandatos legítimos e devolva ao povo a soberania das suas decisões.
Assim enfrentamos os tempos que vivemos: dedicamos o melhor de nossas vidas para ver o país democrático, desenvolvido, soberano e socialmente justo.
Termino cantando Renato Russo:
“E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos”

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