Luciano
Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do
Renato
O país amanhece envolto em tremendo mau humor.
Mau humor
dos que promoveram o golpe de Estado e se julgam vencedores, certamente
convencidos da arbitrariedade que cometeram em favor do retrocesso político, institucional
e social.
A
direita é triste mesmo quando comemora suas vitórias.
A
parcela de democratas e combatentes da luta do povo que defende a legalidade constitucional
e se opôs ao impeachment também amanhece tomada de profunda tristeza.
Principalmente
as gerações que viveram a prolongada e dolorosa experiência da ditadura militar
e tem consciência do verdadeiro sentido do golpe — o retrocesso às políticas de
conteúdo neoliberal — têm consciência da gravidade da situação.
Como
bem assinala a nota da direção nacional do PCdoB divulgada ontem, assinada pela
presidenta deputada Luciana Santos, compre seguir imediatamente a resistência.
Isto
implica a convergência de todas as correntes políticas e segmentos sociais
dispostas à luta, inspirada no desejo sincero da unidade, deixando em plano
secundário divergências corporativas e setoriais e discrepâncias de natureza
tática.
No meio
do caminho há o pleito municipal, que abrange composições de forças as mais
distintas pelo país afora, no âmbito das quais cumpre preservar a unidade em
torno de programas para as cidades e ao mesmo tempo respeitar divergentes
opiniões acerca da situação nacional – em relação à qual o PCdoB
invariavelmente sustenta suas próprias convicções e as traduz na prática
cotidiana.
Há uma
disputa de narrativas instalada acerca das razões, da natureza e da (i)legitimidade
do impeachment, assim como em torno do conteúdo e das causas da crise econômica
vigente.
A
direita e apoiadores da ruptura institucional e, sobretudo, porta-vozes do
"mercado" contam com amplo e sofisticado apoio da mídia monopolista.
A luta de classes no terreno das ideias ganha redobrada relevância.
As vozes da resistência democrática são chamadas ao debate “nas
ruas e nas redes”, feito David contra Golias, tamanha a disparidade dos
instrumentos e da cobertura alcançada.
Urge defender o legado de treze anos dos governos Lula e
Dilma e ao mesmo tempo formular a agenda da resistência, agora pautada pela
denúncia do golpe, pelo combate às políticas antipopulares encetadas por Temer
e seu grupo e pela reafirmação, como rumo estratégico, de um novo projeto
nacional de desenvolvimento.
Para tanto, há ingentes desafios de natureza teórica e
técnica (na compreensão das maquinações do grande capital financeiro no mundo e
no Brasil) e de natureza tática.
Urge unir as forças do campo popular e democrático e atrair
ou neutralizar segmentos ora confusos ou vacilantes e ter como alvo o ilegítimo
governo Temer e ao capital financeiro que o sustenta.
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