Eduardo Bomfim, no Vermelho
As manifestações realizadas
em algumas cidades brasileiras como em São Paulo, com mais de 100 mil pessoas,
contra a deposição de Dilma Rousseff, mostram que as insatisfações sociais são
muito maiores que “grupos de 40 pessoas” como Temer falou à mídia.
Aliás, os carimbados Black Blocs,
sumidos desde as convulsões sociais de 2013, voltaram às ruas. As provocações
andam soltas a serviço de óbvio script premeditado.
Já o impedimento da ex-presidente
Dilma não obedeceu às regras fixadas pela Constituição de 1988, num dos seus
mais graves institutos, resultou da ação dos que foram derrotados nas urnas e à
queda de popularidade de Dilma.
Que foi corroída pela mais séria
crise estrutural do capitalismo desde a debacle de 1929, com a ruína da
economia mundial, tragédia para centenas de milhões de trabalhadores, penúria,
fome generalizadas, associada a erros políticos e econômicos na gestão da
ex-presidente.
O cientista político Wanderley
Guilherme dos Santos, em entrevista antes do impedimento, afirmou ao jornalista
Luís Nassif que o Brasil ainda não possui efetiva tradição democrática. Há um
viés autoritário em nosso itinerário republicano, mesmo depois da promulgação
da Constituição de 1988.
Após o regime ditatorial, dos
quatro presidentes eleitos dois sofreram impeachment por razões políticas,
outros dois escaparam por pouco embora suas matrizes políticas e econômicas
fossem distintas.
Assim como o pacto constitucional,
a centralidade dos interesses da nação tem sido prejudicada com a ausência de
um projeto duradouro de desenvolvimento em infraestrutura, educação, saúde,
incremento das suas potencialidades industriais, científicas, tecnológicas, de
Defesa, reféns, inclusive, da hegemonia no País do capital financeiro
parasitário.
O Brasil vive sob grave crise econômica
de origem externa e interna, alvo de ambições e ingerências geopolíticas
globais, assolado por tempestades de ódios difusos propagados via mídia
monopolista ligada a grupos retrógrados nativos e forâneos. Age como
proprietária da nação.
Nessa nova quadra, é vital travar
o combate pela legalidade democrática aviltada e, seja lá quem for, não convém
arvorar-se em alter ego dos destinos políticos do país. Assim como urge a luta
em defesa dos rumos estratégicos ao desenvolvimento da nação sob ameaças.
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