A lógica da segunda fase da
operação Lava Jato
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, no Vermelho
A operação Lava Jato teve duas fases. A primeira
foi a da descoberta de um grande esquema de corrupção na Petrobras pela Polícia
Federal, a ação de sua força tarefa de prender e processar os criminosos e a do
juiz Moro de condená-los; foi um grande momento do sistema judiciário
brasileiro; o Brasil tornou-se maior.
Muito diferente vem sendo sua segunda fase – a das delações premiadas. A
lógica agora não é mais a da justiça, mas a da moralização autoritária
envolvendo abuso de direitos.
Aquele ameaçados por sentenças elevadas são presos sem base legal – sem
que ameacem fugir ou impedir o funcionamento da justiça – e são mantidos presos
até que façam uma delação de acordo com as suspeitas dos procuradores e do
juiz.
Ao mesmo tempo, as delações são vazadas para a imprensa, para que a
sociedade continue a apoiar a Lava Jato e os acusados já sejam desmoralizados
antes de qualquer prova contra eles.
Definitivamente, não foi para isso que nós, brasileiros, lutamos pela
democracia.
(Fonte: facebook
do autor)
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