Pedro Caldas Ramos*, no Facebook
Terceira maior economia da Europa
e consequentemente uma das maiores do Mundo, a França tem uma enorme força na
política mundial e nos serve de termômetro para entender o que se discute no mundo.
Por isso que as eleições, ocorridas ontem, estão sendo tão discutidas e recebem
tanta importância.
Justamente por receber tanta
importância temos que dobrar o cuidado com o que compartilhamos, escutamos e
entendemos acerca desse tema. É fato que a EXTREMA-DIREITA
perdeu, mas nos enganamos se dissermos que a DIREITA saiu derrotada desse
processo. Mas como isso é possível se o eleito é de Centro? Antes de tocar
nessa discussão ideológica precisamos entender duas coisinhas simples: quem é
esse tal de Macron e quais as discussões que rolaram na eleição.
Taxado de “Centrista” Macron é
cara jovem, apostou (e bem pra caramba) na ideia de renovação política, traiu o
presidente impopular e o partido trabalhista (também impopular), do qual fez
parte, para construir uma plataforma política bem simples e sem medidas
diferentes do que já é adotado, ou seja, por mais que represente a “renovação
política” sua plataforma é basicamente o liberalismo que conhecemos (e que vem
dando errado).
Outro ponto é que essa não foi só
uma eleição entre o extremo e normal. Foi uma eleição entre um Globalista e uma
Protecionista, ou seja, Macron, crente no Deus Mercado, defendia a integração
da França com o mundo e o Capital; Le Pen defendia o protecionismo e a saída da
União Europeia. Quem saiu vitorioso desse embate não foi o melhor, mas o menos
pior ou menos radical que conseguiu atingir a maior parte do eleitorado.
O Eleito é melhor que a derrotada
já que não tem a Xenofobia e outros preconceitos na sua agenda, mas não foi uma
vitória já que defende um pacote de reformas que não deram certo com o atual
presidente e que correm o risco de não funcionarem no governo. Para que seu
programa pelo menos ocorra precisará de apoio do Parlamento Direitoso Francês
que certamente moverá a sua política à direita
Ou seja, Macron é o soco que dói
menos, mas ainda assim é um soco.
*Estudante de Comunicação, Rádio e TV na UFPE
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