Tal como Temer, na França Macron prepara reforma trabalhista com redução de direitos. Neoliberalismo lá e cá.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 agosto 2017
Lances da crise institucional
Tudo no Brasil
atual tem que resvalar para o ridículo
Janio de
Freitas, na Folha de S. Paulo
A entrega da Câmara à presidência do
deputado Fufuca parecia fofoca. Não era. Tudo no Brasil atual tem que resvalar
para o ridículo. Estão aí alegres e vitoriosos, também, os procuradores da
República que descobriram o envio, pelo "rei dos ônibus", de R$ 200 em
flores "Para Guiomar e Gilmar", há dois anos.
É o que consideram a prova substanciosa
e irrefutável de relações do
casal com Barata Filho, preso a quem o ministro do Supremo concedeu
recente habeas corpus. Já havia, porém, até fotos do casal apadrinhando o
casamento da filha do "rei". Por que mais? Ah, faltava o ridículo.
Para o impedimento de Gilmar Mendes na
decisão do habeas, já que ele burlou-o, o documento fotográfico tem eloquência
além da necessária. O resto, nessa querela, é cinismo. Mas está posta a
discussão sobre o peso da foto para o impedimento, se as flores bastariam para
comprovar o grau de relações que o ministro nega, e mais lenga-lengas. O que
importa para todos não é discutido.
Há dez dias, a Procuradoria-Geral da
República pediu à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, a retirada do caso
Barata Filho das mãos de Gilmar Mendes, considerando o impedimento por provada
proximidade entre os dois. Como de praxe, foi pedida ao ministro a sua
manifestação. Para efeitos externos, Gilmar Mendes deu logo a previsível
explicação de mero ataque pessoal de Rodrigo Janot. E não impedimento.
Nada de novo. Já em maio, Cármen Lúcia
recebeu idêntico pedido da Procuradoria-Geral, provocado por habeas corpus de
Gilmar Mendes para Eike Batista. Janot argumentou que Guiomar Mendes é
associada ao escritório de um dos advogados de Batista. O ministro negou
interferência de sua mulher na defesa. E desde então o assunto ficou
imobilizado e silenciado no gabinete de Cármen Lúcia. Se aplicada solução no
tempo devido, fosse em um ou outro sentido, todos seríamos poupados do segundo
caso que deprecia mais o conceito do Supremo.
Afinal de contas, servem para alguma
coisa, ou não, os pedidos e recursos apresentados ao Supremo sobre
procedimentos ali verificados ou dali esperados? A presidente do tribunal tem
outros ofícios não respondidos e referentes a Gilmar Mendes. Tem mais um,
agora. E a expectativa cá fora não a favorece. Com boa dose de razão, há dois
dias a ministra atribuiu-nos incompreensão quanto a atos da magistratura. Pode,
então, atenuar sua incompreensão das nossas queixas, começando por dar-nos mais
respostas que temos esperado em vão.
SUBTERFÚGIOS
O juiz Sergio Moro respondeu ao
trabalho de Estelita Hass Carazzai e Joelmir Tavares, revelador da
rapidez do processo contra Lula (Folha,
25/8): "No caso em questão, os prazos processuais foram seguidos
estritamente". E acusa: "É lamentável que a mera observância dos
prazos legais seja invocada para alimentar teorias conspiratórias por este
jornal".
Sergio Moro gosta de saídas
artificiosas. Agora mesmo, respondeu a uma história improvável admitindo ter
como "conhecido", apenas, alguém que é seu amigo íntimo e padrinho de
casamento. Os repórteres não o acusaram quanto a "prazos
processuais", cumpridos ou não. Mostraram que o processo da condenação de
Lula, no caso do apartamento, "chegou em tempo recorde ao Tribunal
Regional Federal" (Porto Alegre), que julgará o recurso da defesa.
Foram 42 dias. Mas "a média dos
demais recursos, nesse mesmo percurso [de Moro ao TRF], foi de 96 dias".
Com caso de até 187 dias.
Moro não toca no assunto verdadeiro da
reportagem. E faz, como se ao jornal, aos dois repórteres a acusação de
"teorias conspiratórias". Sobre ser tola, é acusação injusta. O que
não fica muito bem em juiz.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
Poesia sempre
MUTATIS MUTANDIS
Bartyra Soares
Bartyra Soares
Tomo a forma do mar.
Se é preciso que em minhas águas
navegue o vento e em mim
o sol refaça caminhos
de impulsos e chamas verdes
não me furto ao compromisso que hoje
me impõe esta manhã.
Se é preciso que em minhas águas
navegue o vento e em mim
o sol refaça caminhos
de impulsos e chamas verdes
não me furto ao compromisso que hoje
me impõe esta manhã.
Minhas águas de sal e segredo
ferem-se na aspereza dos corais
e por não ser lâmina e por não
ser espinho não tenho
como revidar. Deixo que minha dor
em mim desabe. Recolho meu grito
de incertezas e convicções.
ferem-se na aspereza dos corais
e por não ser lâmina e por não
ser espinho não tenho
como revidar. Deixo que minha dor
em mim desabe. Recolho meu grito
de incertezas e convicções.
E quando a última gaivota
da tarde no poente pousar
a sombra do seu cansaço
só então serei quem fui.
Assim sobre penhascos
e dunas não mais depositarei
lembranças e sargaços.
(Foto: LS)
da tarde no poente pousar
a sombra do seu cansaço
só então serei quem fui.
Assim sobre penhascos
e dunas não mais depositarei
lembranças e sargaços.
(Foto: LS)
Clique aqui para ler notas, comentários e mais
poesia goo.gl/Pb98M2
Peleja estratégica
Palmas para o Barão!
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Refiro-me ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que realizou no último fim de semana, em São Luis, com pleno êxito, o seminário ‘Desafios da Comunicação nas Administrações Públicas’.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Refiro-me ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que realizou no último fim de semana, em São Luis, com pleno êxito, o seminário ‘Desafios da Comunicação nas Administrações Públicas’.
Rica agenda de debates, temática
oportuna e certeira, debatedores qualificados. A democratização da mídia como
pedra de toque vis a vis concepções e experiências vivenciadas a partir do
desafio de governar contribuindo para a elevação do nível de aspiração e de
consciência política do povo.
Vale dizer, tendo a luta de ideias
como o fio condutor irrecusável.
Pois nas mais variadas
experiências administrativas - do governo da República aos governos estaduais e
municipais - conduzidas por coalizões democráticas, muitas delas sob a
hegemonia de correntes de esquerda, não bastam a eficiência no fazer mais e
melhor e a lisura no trato das finanças públicas; é essencial contribuir para
despertar nos beneficiários das ações governamentais a consciência de que o
cidadão é sujeito de direitos e ao Estado, nas suas três dimensões federativas,
cabe o dever de prover as condições para que seus direitos sejam efetivados.
Mais do que isso, além de promover
essa "consciência cidadã" primária, debater as razões pelas quais os
direitos fundamentais das pessoas não são exercidos de modo igualitário na
sociedade em que vivemos.
E, desse modo, despertar a consciência de
que o povo é o verdadeiro agente transformador da sociedade.
No seminário, as coisas não foram
verbalizadas dessa forma — mas esse conteúdo permeou todo o debate, sobretudo
nas intervenções do governador Flavio Dino e dos jornalistas Franklin Martins e
Altamiro Borges.
Na verdade, uma multiplicidade de
questões próprias da resistência ao monopólio da mídia — luta de caráter
estratégico no processo civilizatório brasileiro — vieram à tona nas muitas
falas. Todas relevantes e por si mesmas provocadoras da reflexão aprofundada
acerca do tema.
Entretanto, duas questões ganharam
destaque nas anotações desse modesto escriba: 1) a luta pela democratização da
mídia é parte indissociável da luta pelo poder político e dispensa ilusões
liberalizantes; 2) governos hegemonizados por correntes de esquerda ainda se
mostram refratários à verdadeira dimensão desse desafio.
Certamente o exemplo mais
emblemático disso está na experiência de treze anos de governo central
protagonizados por Lula e Dilma.
Prevaleceram ilusões de cooptação
ou de amenização da fúria reacionária da mídia dominante, ao invés da valorização
da mídia alternativa e, mais ainda, do enfrentamento da reforma dos meios de
comunicação via legislação democratizante.
O seminário de São Luis contribui
para a necessária autocrítica e continuidade da luta em patamar mais elevado.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
Monstro maldito
Governo Temer "frankstein": o programa é do PSDB e a base parlamentar majoritária é do "centrão". E a vítima é o Brasil.
Apetite
Expectativa de nova denúncia da PGR contra Temer atiça apetite da sua base parlamentar fisiológica: todos querem negociar tudo.
30 agosto 2017
Remendos antidemocráticos
A reforma de Itararé
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Tal como a Batalha de Itararé — a que não houve —, assim tudo indica que será a reforma política ora em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado.
Ou, se houver, será mais uma vez um arremedo de reforma que em nada contribuirá para a melhora do cenário político-partidário e eleitoral em nosso país.
Muito ao contrário, poderá piorar.
O fim das coligações proporcionais e o aborto do financiamento público de campanhas — como se desenha nesse instante — pode tão somente favorecer, em certa medida, os atuais grandes partidos e não afastar fatores de distorção da vontade do eleitorado e de estímulo à corrupção institucional.
Na verdade, a essência de uma reforma política efetivamente democrática se assenta em dois pilares: a eleição parlamentar através do sistema de listas preordenadas pelos partidos e o financiamento público de campanhas.
O sistema de listas preordenadas, vigente na maioria dos países, induz o eleitor a votar na legenda de sua preferência tendo em conta propostas programáticas, tendo peso relevante, porém secundário, a nominata propriamente.
Os parlamentares eleitos, por conseguinte, se vêem obrigados a cumprir o programa do seu partido e não agir por conta própria e conforme interesses pessoais, como predomina hoje no Brasil, no atual quadro de pulverização da representação política nas casas legislativas.
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Tal como a Batalha de Itararé — a que não houve —, assim tudo indica que será a reforma política ora em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado.
Ou, se houver, será mais uma vez um arremedo de reforma que em nada contribuirá para a melhora do cenário político-partidário e eleitoral em nosso país.
Muito ao contrário, poderá piorar.
O fim das coligações proporcionais e o aborto do financiamento público de campanhas — como se desenha nesse instante — pode tão somente favorecer, em certa medida, os atuais grandes partidos e não afastar fatores de distorção da vontade do eleitorado e de estímulo à corrupção institucional.
Na verdade, a essência de uma reforma política efetivamente democrática se assenta em dois pilares: a eleição parlamentar através do sistema de listas preordenadas pelos partidos e o financiamento público de campanhas.
O sistema de listas preordenadas, vigente na maioria dos países, induz o eleitor a votar na legenda de sua preferência tendo em conta propostas programáticas, tendo peso relevante, porém secundário, a nominata propriamente.
Os parlamentares eleitos, por conseguinte, se vêem obrigados a cumprir o programa do seu partido e não agir por conta própria e conforme interesses pessoais, como predomina hoje no Brasil, no atual quadro de pulverização da representação política nas casas legislativas.
As chamadas “legendas de aluguel” tenderiam, assim, a desaparecer, ganhando mais consistência o espectro partidário.
Campanhas eleitorais limitadas a recursos advindos de fundo público, e segundo regras claras de utilização, são precisamente o inverso do que acontece agora no Brasil, com forte influência do poder econômico e portas abertas a relações promíscuas entre agentes públicos e empresários e especuladores.
Mais uma reforma assim tão drasticamente avançada dificilmente se viabilizará no atual Congresso.
Seja pelo instinto de autopreservação
dos atuais detentores de mandatos, infelizmente mais comprometidos com
interesses pessoais, paroquianos ou corporativos do que com o progresso da
sociedade; seja pela ausência de um debate esclarecedor e de pressão social nesse
sentido.
Resta-nos assistir a confirmação de uma não-reforma ou da aprovação de alguns remendos ao sistema atual inspirados no casuísmo imediatista.
Resta-nos assistir a confirmação de uma não-reforma ou da aprovação de alguns remendos ao sistema atual inspirados no casuísmo imediatista.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
Uma grande negociata
3G e o Negócio do Século com a Eletrobras
Por Luis Nassif, Jornal GGN
O pano de fundo da privatização da Eletrobras é o seguinte.
Por Luis Nassif, Jornal GGN
O pano de fundo da privatização da Eletrobras é o seguinte.
O pai da ideia é o Secretário Executivo do Ministério de
Minas e Energia, Paulo Pedrosa, operador colocado para dar as cartas no MME. O
Ministro é figura decorativa.
Pedrosa é ligado ao fundo de private equity GP Investimentos,
que nasceu das entranhas do Banco Garantia.
GP é Garantia Partners, que comprou a Cemar (Centrais Elétricas do Maranhão), quando essa estava sob intervenção da Aneel depois de ter sido devolvida pela Pennsylvania Power and Light, que perdeu 330 milhões de dólares na primeira privatização da Centrais Elétrica do Maranhão e a entregou de volta por 1 dólar.
Foi dada de graça a esse grupo apesar de haver uma proposta com dinheiro a vista do grupo americano Franklin Park, operador do Fundo Guggenheim, um dos maiores fundos de private equity americanos. Mas foi um leilão de cartas marcadas, no qual o trunfo do comprador estava na facilidade em renegociar os passivos da empresa com a Eletrobras.
Daí nasceu a Equatorial Energia, que depois comprou a Celpa (Centrais Elétricas do Pará).
Denunciei essa operação, quando colunista da Folha de São Paulo, através das colunas
onde mostrava a influência do grupo de ACM e Sarney e dos movimentos incompreensíveis da Eletrobras.
O Ministério Publico da Suíça tem um dossiê sobre as operações com a Cemar, e chegou a investigar o episódio através da Embaixada da Suíça em Washington. Mas, depois que perderam, os americanos preferiram não se envolver.
Em todo caso, se o MPF brasileiro pedir o dossiê, é possível que o Ministério Público suíço colabore. Na época, tinham rastreado o dinheiro da propina e chegado ao beneficiário final.
A Equatorial faz parte do grupo de controle da Light Rio.
Paulo Pedrosa foi Conselheiro da Equatorial, da Celpa, da Cemar e da Light, portanto ligado ao grupo Equatorial que é controlado pelo GP Investimentos, hoje com novo nome de 3G. O fundo 3G é hoje o segundo maior acionista privado da Eletrobras e foi um dos grandes compradores de ações na véspera do anuncio da privatização. A CVM está investigando. Para não aparecer, o 3G usou o J. P. Morgan e mais dois bancos como fachada.
GP é Garantia Partners, que comprou a Cemar (Centrais Elétricas do Maranhão), quando essa estava sob intervenção da Aneel depois de ter sido devolvida pela Pennsylvania Power and Light, que perdeu 330 milhões de dólares na primeira privatização da Centrais Elétrica do Maranhão e a entregou de volta por 1 dólar.
Foi dada de graça a esse grupo apesar de haver uma proposta com dinheiro a vista do grupo americano Franklin Park, operador do Fundo Guggenheim, um dos maiores fundos de private equity americanos. Mas foi um leilão de cartas marcadas, no qual o trunfo do comprador estava na facilidade em renegociar os passivos da empresa com a Eletrobras.
Daí nasceu a Equatorial Energia, que depois comprou a Celpa (Centrais Elétricas do Pará).
Denunciei essa operação, quando colunista da Folha de São Paulo, através das colunas
onde mostrava a influência do grupo de ACM e Sarney e dos movimentos incompreensíveis da Eletrobras.
O Ministério Publico da Suíça tem um dossiê sobre as operações com a Cemar, e chegou a investigar o episódio através da Embaixada da Suíça em Washington. Mas, depois que perderam, os americanos preferiram não se envolver.
Em todo caso, se o MPF brasileiro pedir o dossiê, é possível que o Ministério Público suíço colabore. Na época, tinham rastreado o dinheiro da propina e chegado ao beneficiário final.
A Equatorial faz parte do grupo de controle da Light Rio.
Paulo Pedrosa foi Conselheiro da Equatorial, da Celpa, da Cemar e da Light, portanto ligado ao grupo Equatorial que é controlado pelo GP Investimentos, hoje com novo nome de 3G. O fundo 3G é hoje o segundo maior acionista privado da Eletrobras e foi um dos grandes compradores de ações na véspera do anuncio da privatização. A CVM está investigando. Para não aparecer, o 3G usou o J. P. Morgan e mais dois bancos como fachada.
Há vários meses há um grupo de trabalho interno da 3G
debruçado sobre os ativos e passivos da Eletrobras.
A meta é assumir o controle da Eletrobras, o grande alvo do
grupo Equatorial. Se bem sucedido, seria um negócio do "padrão GP". A
Eletrobras, companhia com ativos avaliados em 400 a 600 bilhões de
Seria o negocio do século. Com R$ 15 bilhões, o 3G compraria um patrimônio liquido real de 300 a 350 bilhões de reais, uma operação na escala da AMBEV e melhor ainda que esta.
Há pouco tempo o grupo 3G tentou comprar o controle da UNILEVER, e foi barrada pelo Governo britânico, desconfiado do estilo corsário do grupo.
É um conflito de interesses gigantesco. Paulo Pedrosa, o Secretario Executivo do Ministério de Minas e Energia, é o idealizador do anúncio de privatização da Eletrobras, sendo conselheiro de todas as empresas do Grupo Equatorial por trás do qual está a 3G. Eis o que está por trás da pretenciosa privatização da Eletrobras...
reais, com
dividas de 39 bilhões e passivos ocultos de 64 bilhões, mas que podem ser
liquidados por um terço disso e cujo controle pode ser comprado por R$ 15
bilhões.Seria o negocio do século. Com R$ 15 bilhões, o 3G compraria um patrimônio liquido real de 300 a 350 bilhões de reais, uma operação na escala da AMBEV e melhor ainda que esta.
Há pouco tempo o grupo 3G tentou comprar o controle da UNILEVER, e foi barrada pelo Governo britânico, desconfiado do estilo corsário do grupo.
É um conflito de interesses gigantesco. Paulo Pedrosa, o Secretario Executivo do Ministério de Minas e Energia, é o idealizador do anúncio de privatização da Eletrobras, sendo conselheiro de todas as empresas do Grupo Equatorial por trás do qual está a 3G. Eis o que está por trás da pretenciosa privatização da Eletrobras...
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
29 agosto 2017
Paciência...
Muito cedo para o desenho das próximas eleições em Pernambuco. Há muito chão pela frente e tudo o que é sólido pode se desmanchar no ar.
Baixo nível
Eduardo Cunha divulga "carta ao Papa" e Jucá diz que Janot deve ter 'fetiche' com seu bigode. A que nível chegamos!
Instituições decadentes
A nação à deriva
Luciano Siqueira
Mosaico de péssima aparência, desenhado sobre areia movediça. Eis a síntese da situação do Brasil agora.
Começa que as fronteiras entre os chamados três poderes da República estão definitivamente borradas. A independência entre eles e a demarcação do quadrado de cada um já não existem, esgarçados pela gravidade da crise - que hoje já é, num certo sentido, principalmente institucional.
No Congresso Nacional ninguém lidera ninguém, isto é, identificam-se as bancadas mais por epítetos em razão de interesses imediatos do que pelas legendas partidárias: "centrão", "da bola", "da Bíblia", "ruralistas"...
Mais: a cada matéria complexa e de agudo interesse do governo se realiza penosa e desmoralizante rodada de negociações, distante sob todos os títulos dos princípios republicanos.
Ministros da Suprema Corte definitivamente se converteram em personagens midiáticos e militantes para-partidários e reincidem frequentemente no exercício de funções que constitucionalmente cabem ao Parlamento.
O Executivo, com a mancha da ilegitimidade e enlameado por procedimentos espúrios, implementa uma agenda absolutamente contrária à soberania do país e retira ou restringe direitos dos que sobrevivem do seu trabalho. Pratica um ajuste fiscal dogmático que afunda a economia na recessão.
Um cenário em que o que menos se pode esperar é a confiança da maioria dos brasileiros nas instituições.
Um vazio se aprofunda. Perigosamente. E requer respostas das forças sociais e políticas comprometidas com a soberania nacional, com a democracia e com a valorização do trabalho e da produção.
À direita, correm em busca de esperto mimetismo eleitoral o deputado Bolsonaro e o prefeito Doria.
O centro democrático vê-se dizimado, pós-oposição a Dilma e pós-decepção com Temer, e dá lugar à preponderância do centro-direita.
No campo popular e progressista, o desafio é fazerem convergir impressões e propostas e, para além do sectarismo e da intolerância, aglutinar forças em arco tão amplo e diversificado quanto necessário para o enfrentamento das próximas batalhas, inclusive as eleições gerais do ano vindouro.
Nesse sentido, repetidos pronunciamentos do ex-presidente Lula em favor de alianças políticas e eleitorais, no transcurso de sua viagem pelo Nordeste, contribuem para alertar segmentos ultra-sectários da inconsequência do autoisolamento.
Por enquanto, a nação segue à deriva - inserida num mundo conturbado e pleno de ameaças.
Reagir e buscar alternativas à crise é um dever patriótico.
Luciano Siqueira
Mosaico de péssima aparência, desenhado sobre areia movediça. Eis a síntese da situação do Brasil agora.
Começa que as fronteiras entre os chamados três poderes da República estão definitivamente borradas. A independência entre eles e a demarcação do quadrado de cada um já não existem, esgarçados pela gravidade da crise - que hoje já é, num certo sentido, principalmente institucional.
No Congresso Nacional ninguém lidera ninguém, isto é, identificam-se as bancadas mais por epítetos em razão de interesses imediatos do que pelas legendas partidárias: "centrão", "da bola", "da Bíblia", "ruralistas"...
Mais: a cada matéria complexa e de agudo interesse do governo se realiza penosa e desmoralizante rodada de negociações, distante sob todos os títulos dos princípios republicanos.
Ministros da Suprema Corte definitivamente se converteram em personagens midiáticos e militantes para-partidários e reincidem frequentemente no exercício de funções que constitucionalmente cabem ao Parlamento.
O Executivo, com a mancha da ilegitimidade e enlameado por procedimentos espúrios, implementa uma agenda absolutamente contrária à soberania do país e retira ou restringe direitos dos que sobrevivem do seu trabalho. Pratica um ajuste fiscal dogmático que afunda a economia na recessão.
Um cenário em que o que menos se pode esperar é a confiança da maioria dos brasileiros nas instituições.
Um vazio se aprofunda. Perigosamente. E requer respostas das forças sociais e políticas comprometidas com a soberania nacional, com a democracia e com a valorização do trabalho e da produção.
À direita, correm em busca de esperto mimetismo eleitoral o deputado Bolsonaro e o prefeito Doria.
O centro democrático vê-se dizimado, pós-oposição a Dilma e pós-decepção com Temer, e dá lugar à preponderância do centro-direita.
No campo popular e progressista, o desafio é fazerem convergir impressões e propostas e, para além do sectarismo e da intolerância, aglutinar forças em arco tão amplo e diversificado quanto necessário para o enfrentamento das próximas batalhas, inclusive as eleições gerais do ano vindouro.
Nesse sentido, repetidos pronunciamentos do ex-presidente Lula em favor de alianças políticas e eleitorais, no transcurso de sua viagem pelo Nordeste, contribuem para alertar segmentos ultra-sectários da inconsequência do autoisolamento.
Por enquanto, a nação segue à deriva - inserida num mundo conturbado e pleno de ameaças.
Reagir e buscar alternativas à crise é um dever patriótico.
28 agosto 2017
Falácia
Meirelles diz que "a economia do Brasil está reagindo e o país voltará a crescer de forma sustentável". Sem investimento público, juros altos e retração da demanda?
Zona de risco
Chances de nova denúncia contra Temer são 'as maiores do mundo', admite o melhor ministro Padilha. Terá descoberto a pólvora?
26 agosto 2017
Vamos ver
Sinistro, Meireles diz que Plano de privatizações é 'factível' de ser executado até o fim de 2018. Abstrai a resistência popular. Veremos.
Vendilhões
Lula diz que Instalaram "verdadeira imobiliária" no Palácio da Alvorada. Estão vendendo até a Casa da Moeda, a Eletrobrás, a Chesf. Tem razão. É a soberania do país em causa.
Convergência
"Tem tudo a ver", diz Luciana Santos sobre possibilidade de aliança entre PT e PSB. Está certa. Forças populares avançam se estiverem juntas.
Midia democrática
No Maranhão, a Rádio Timbira (pública) permite o acesso do ouvinte à sua programação diretamente pelo telefone 0800 098 1686, gratuitamente.
Distorção
Programas destinados ao público infantil são os de maior audiência na TV pública. A TV comercial os retirou da grade por causa da proibição de propaganda destinada a crianças. Redes privadas desinformam e buscam o lucro acima de tudo.
Desigualdade
IBGE diz que diferença de salário médio de homens e mulheres pode chegar a quase R$ 1 mil no país. Item destacado na luta pela igualdade de gênero.
Traição
Ministério avisou mineradoras canadenses a extinção de reserva na Amazônia 5 meses antes do anúncio oficial. Promiscuidade lesa-Pátria.
25 agosto 2017
Energúmeno
"Semipresidencialismo" proposto por Temer considerado até pelos seus aliados confuso e "fora de hora". De fato, um presidente ilegítimo e minúsculo.
Largueza
Visita de Lula a Renata Campos além de gesto de amizade pessoal significa atitude política correta — longe da intolerância e do sectarismo.
Ausência
Em São Luís, onde participo de Seminário sobre comunicação pública — conforme antecipei pessoalmente ao presidente estadual do PT, amigo Bruno Ribeiro, que me visitou em meu gabinete — perco hoje o ato político com o ex-presidente Lula. Infelizmente.
24 agosto 2017
Decadência
Arenga entre o juiz Marcelo Bretas e o ministro Gilmar Mendes: mais um sinal da grave crise institucional que também envolve o Judiciário.
Flexibilidade
Lula acerta ao afirmar que alianças para o pleito de 2018 devem estar abertas, sobretudo entre partidos que guardam convergências entre si.
Palavra de criança
Alice, quatro
anos:
— O mundo devia ser como quebra-cabeças pra gente montar e desmontar do jeito que a gente quer. Ficava mais fácil, né?
#diálogospertinentes
— O mundo devia ser como quebra-cabeças pra gente montar e desmontar do jeito que a gente quer. Ficava mais fácil, né?
#diálogospertinentes
Dever
À esquerda, à direita ou ao centro, governar é liderar e tomar partido sobre problemas cruciais. A omissão é a pior opção.
Entrega criminosa
Temer quer arrecadar R$ 40 bi com 57 privatizações que incluem até a Casa da Moeda. Butim criminoso contra o patrimônio público.
23 agosto 2017
Sintoma
Na TV, as aparições de Donald Trump são sempre patéticas. Detalhe significativo de um mundo em transição para uma nova ordem multipolar.
Miguel Arraes presente
O governador e a privatização da CHESF
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
A história recente registra tentativas recorrentes de privatização da CHESF - sempre com argumentos precários, segundo os quais o Estado seria inepto para gerir tamanho complexo energético.
Ridículo argumento, que colide frontalmente com a evidência dos fatos.
É o que se repete agora, quando o governo Temer reedita tentativa frustrada no governo FHC. Na remodelagem do setor energético ora apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, a transferência do controle acionário do sistema Eletrobrás à iniciativa privada envolve a Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Vale dizer: um contundente ataque aos interesses nacionais e do Nordeste em particular.
Resistir é preciso. Na Câmara dos Deputados, por iniciativa da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), é articulada uma frente parlamentar com esse propósito.
Engenheiros e especialistas na matéria têm se pronunciado criticamente sobre o assunto.
Num instante como esse, vale lembrar o governador Miguel Arraes, que em seu tempo compreendeu como poucos a dimensão do cargo - que mais do que obrigações administrativas, implica liderança política.
No governo Fernando Henrique Cardoso, em carta aberta ao presidente da República (cujo rascunho tive o privilégio de conhecer em conversa com o governador), Arraes se pronunciou contrário à tentativa de privatização da Companhia, assinalando que tal intento significava, na prática "privatizar o Rio São Francisco" - um bem público inalienável.
A CHESF não existe sem o rio – dizia ele -, pois de suas águas produz energia. O que equivale a dizer não se pode vender a empresa sem dar, como peso morto, o rio.
Semelhante argumento Arraes brandiu, em outra oportunidade, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, citando o engenheiro João Paulo Maranhão Aguiar: "por que privatizar um sistema se ele foi construído em 50 anos de investimentos maciços do povo brasileiro, gera energia boa e barata, comparada ao custo internacional, e dá lucro? Por que países como os EUA e Canadá mantêm estatizados seus sistemas hidrelétricos, havendo até casos de reversão de operadoras privadas para o setor público?”
Na ocasião - vale destacar como ensinamento às novas gerações -, o governador de Pernambuco fazia ouvir sua palavra segura e firme na defesa da Região e, mais, ainda, na afirmação da absoluta necessidade de controle estatal desse setor estratégico a um projeto nacional de desenvolvimento.
Agora, tanto quanto antes, cabe a todos os que não arriaram suas bandeiras de luta nem cederam às pressões imediatistas de um poder efêmero e nocivo, nem se permitem envolver na atual agenda regressiva de direitos e solapadora das salvaguardas soberanas de nossa economia, somarem esforços na resistência.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
A história recente registra tentativas recorrentes de privatização da CHESF - sempre com argumentos precários, segundo os quais o Estado seria inepto para gerir tamanho complexo energético.
Ridículo argumento, que colide frontalmente com a evidência dos fatos.
É o que se repete agora, quando o governo Temer reedita tentativa frustrada no governo FHC. Na remodelagem do setor energético ora apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, a transferência do controle acionário do sistema Eletrobrás à iniciativa privada envolve a Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Vale dizer: um contundente ataque aos interesses nacionais e do Nordeste em particular.
Resistir é preciso. Na Câmara dos Deputados, por iniciativa da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), é articulada uma frente parlamentar com esse propósito.
Engenheiros e especialistas na matéria têm se pronunciado criticamente sobre o assunto.
Num instante como esse, vale lembrar o governador Miguel Arraes, que em seu tempo compreendeu como poucos a dimensão do cargo - que mais do que obrigações administrativas, implica liderança política.
No governo Fernando Henrique Cardoso, em carta aberta ao presidente da República (cujo rascunho tive o privilégio de conhecer em conversa com o governador), Arraes se pronunciou contrário à tentativa de privatização da Companhia, assinalando que tal intento significava, na prática "privatizar o Rio São Francisco" - um bem público inalienável.
A CHESF não existe sem o rio – dizia ele -, pois de suas águas produz energia. O que equivale a dizer não se pode vender a empresa sem dar, como peso morto, o rio.
Semelhante argumento Arraes brandiu, em outra oportunidade, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, citando o engenheiro João Paulo Maranhão Aguiar: "por que privatizar um sistema se ele foi construído em 50 anos de investimentos maciços do povo brasileiro, gera energia boa e barata, comparada ao custo internacional, e dá lucro? Por que países como os EUA e Canadá mantêm estatizados seus sistemas hidrelétricos, havendo até casos de reversão de operadoras privadas para o setor público?”
Na ocasião - vale destacar como ensinamento às novas gerações -, o governador de Pernambuco fazia ouvir sua palavra segura e firme na defesa da Região e, mais, ainda, na afirmação da absoluta necessidade de controle estatal desse setor estratégico a um projeto nacional de desenvolvimento.
Agora, tanto quanto antes, cabe a todos os que não arriaram suas bandeiras de luta nem cederam às pressões imediatistas de um poder efêmero e nocivo, nem se permitem envolver na atual agenda regressiva de direitos e solapadora das salvaguardas soberanas de nossa economia, somarem esforços na resistência.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Sem limites
Trump ataca senadores do seu próprio partido e defende ex-xerife acusado de violar direitos humanos. Aonde pretende chegar?
22 agosto 2017
Dupla
Enquanto Meireles governa, Temer mergulha em negociações com parlamentares sobre distribuição de cargos. Ai de ti, República!
Polos opostos
Lula, Temer e os
dois Brasis
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Michel Temer, acuado diante do fogo cruzado em muitos
flancos e rejeitado por mais de noventa por cento dos brasileiros, frequenta
salões oficiais e oficiosos e fala a empresários e a burocratas, aos quais pede
aplausos ao anúncio de cada nova medida de sua agenda regressiva de direitos e
de desmonte nacional.
Luis Inácio Lula da Silva percorre cidades do Nordeste e é
acolhido com entusiasmo por uma multidão calorosa, que o identifica como símbolo
de conquistas e de mudanças em favor dos mais pobres.
Os aplausos a Temer são protocolares – por mais que corteje
o grande capital, para quem governa.
A recepção a Lula tem o cheiro do nosso barro e a emoção genuína
dos que sobrevivem do trabalho.
Temer representa o golpe institucional e a mais desbragada
escalada regressiva de direitos e de esvaziamento de salvaguardas da soberania
nacional.
Lula encarna doze anos de transformações sociais sem precedentes,
de ampliação da democracia e de afirmação do Brasil como nação independente e
altiva no concerto mundial.
São dois Brasis – distintos e diametralmente opostos.
Quaisquer que sejam os desdobramentos da crítica situação
atual e os protagonistas da disputa presidencial de 2018, estarão em confronto
esses dois Brasis.
Prenuncia-se uma peleja radicalizada entre dois pólos, sejam
ou não matizados pelo PT e pelo PSDB, como ocorreu nas ultimas quatro eleições
gerais.
Nem o descrédito na política nem o esgarçamento das
instituições, que corroem expectativas e esperanças, impedirão que a sociedade brasileira
seja instada a decidir sobre os rumos da nação.
Também a confusão midiática, que tenta borrar a real
natureza dos fatos e tergiversar sobre a essência da agenda regressiva posta em
prática pelo presidente ilegítimo não impedirão que o confronto de alternativas
se faça perceptível pela maioria.
A questão a ver é se a onda conservadora que varre o mundo e
nos atinge em cheio prevalecerá sobre a consciência de direitos suprimidos e
aspirações represadas.
A narrativa governista, amplamente disseminada pela mídia aliada,
tropeça na realidade e nos seus efeitos imediatos.
No outro polo, as oposições são chamadas a ultrapassarem os
limites do protesto e da denúncia (sempre necessários) e convergirem para
proposições comuns, que resultem num ideário claro,
factível e compreensível pela
maioria dos eleitores.
Entre os extremos representados pelo triste e deprimente cortejo
seguido por Temer e a euforia emocionada que acolhe Lula nas ruas, segue a
crise em suas variadas dimensões – econômica, institucional, de perspectivas.
Que se acirre o debate das ideias e se confrontem os rumos
opostos – para que os brasileiros decidam conscientemente, através do voto.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
21 agosto 2017
Jogo sujo
Temer prepara maratona com parlamentares para convencê-los a votarem na reforma previdenciária às vésperas das próximas eleições. Falta combinar com os eleitores.
Lesa-pátria
Para reforçar o caixa, governo propõe a privatização da Eletrobrás. Patrimônio público em liquidação.
20 agosto 2017
Poesia sempre
Paulo Leminski
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
Barganha
Emendas usadas por Temer para se salvar custam milhões. Trocam benefícios paroquianos pelos destinos do Brasil. Aí de ti, República!
Jerry Lewis
Jerry Lewis morre aos 91 anos deixando marca própria no cinema norte-americano. Com méritos - apesar da superficialidade das comédias que estrelou.
Da água para o vinho
Exterior vira opção permanente de moradia para fugir da crise, noticia a Folha de S. Paulo. Nos governos Lula-Dilma (2003-2014), até começar em 2015 o boicote pena maioria parlamentar oposicionista liderada pelo PSDB, o fluxo era inverso: o Brasil era opção para os que fugiam da crise na Europa e nos EUA.
19 agosto 2017
Indigesto
PSDB dividido, pressão do "centrão" por mais cargos e medo de uma nova denúncia da PGR: cardápio de Temer no fim de semana. Merece.
18 agosto 2017
Canoa furada
Trump isolado, sem eira nem beira, demite estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon.
17 agosto 2017
Perdido
PIB do 2º trimestre deve vir próximo de zero ou negativo, diz Meirelles. Isso se chama "jogar a toalha" e reconhecer o fracasso.
Na mesma
Partidos mudam nomes e siglas, mas conservam as posições políticas de sempre. Mero mimetismo eleitoral.
Crise global
Sociedade em chamas
Eduardo Bomfim, no Vermelho
A globalização financeira vem promovendo desde o final da década de oitenta um tipo de hegemonia mundial e de sociedade que já mostra a olhos vistos uma furibunda decadência, quer seja no âmbito das relações internacionais, quer nas estruturas sociais, erigidas nos mais diversos Países em todo o planeta.
Através da captura de várias organizações internacionais, com a
associação da grande mídia hegemonizada pelo discurso político, econômico e
cultural, com o predomínio das estratégias do capital rentista, armou-se uma
espécie de ditadura do pensamento único onipresente, que vai desde noções
pseudocientíficas sobre fenômenos naturais, à uniformização global das estruturas
sociais que permeiam a evolução do povos, das nações.
Essa ideologia dominante, a serviço de uma governança mundial da nova
etapa do rentismo predador, forma o que atualmente costumam proclamar a
sociedade global pós-moderna, onde reinam os enunciados do politicamente
correto, cuja finalidade precípua é a desconstrução das identidades nacionais
ou regionais, no afã de sentenciar como marginal qualquer forma de resistência
a esses conceitos.
De tal maneira é o cerceamento à luta dos povos e nações na batalha pela
afirmação de seus valores do passado, presente, a confiança no futuro, que
tentam imputar aos que propugnam pela solidariedade à nação como portadores de
ideias condenáveis.
O historiador britânico Eric Hobsbawm em seu livro O Breve Século XX já
alertava para o que chamou, ao final da década de noventa passada, como “a
desconstrução do contínuo Histórico que ameaça as novas gerações do milênio que
se inicia”.
O que assistimos são os sinais trágicos de um terremoto em um tipo de comunidade que só serve aos ditames do Mercado. Afirmou recentemente o ex-presidente FHC, gestor mor do neoliberalismo no Brasil, sobre as atuais insatisfações sociais que são generalizadas, “alguns segmentos se beneficiaram, mas a sociedade ainda paga um preço alto”. Assim é que o individualismo delirante virou mais que um altar, transformou-se em algo “sagrado”.
Mas em decorrência de tantos males visíveis vai ficando claro no Brasil que a única alternativa, a esse modelo dantesco, é a união das grandes maiorias em defesa da soberania nacional, dos direitos do povo, da democracia, violentamente agredidos.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Qual a saída?
Meta fiscal do
fracasso
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
A queda de braço
entre a equipe econômica e a área política do governo Temer durou sete dias até
ser anunciada a nova meta fiscal. Querela típica de um governo que prioriza as
finanças em detrimento da produção e insiste no falso caminho de retomada do
crescimento com redução de investimentos públicos.
Quando Dilma anunciou
o déficit de 70 bilhões foi um escândalo: a oposição e a grande mídia logo
decretaram o fracasso e irremediável do governo legítimo.
Agora, um rombo de
159 bilhões, patrocinado pelo governo ilegítimo e a maioria parlamentar
governista e a grande mídia tratam o assunto como natural e aceitável.
Realmente, tempo
difícil e obscuro o que vivemos!
Concomitantemente, o IPEA
anuncia o retorno às condições de existência abaixo da linha de pobreza de nada
menos do que 4 milhões e 100.000 brasileiros desde o ano passado.
E deram o golpe
policial-mediático-judiciário-parlamentar com a justificativa de que era preciso
mudar a presidência da República para garantir a recuperação da economia e da
oferta de empregos!
Nesse cenário,
mostra-se lógico e coerente que em todas as pesquisas o índice de aprovação do
atual governo não passa de 5%.
Assim como fica
evidente que a cantilena sustentada pela maioria parlamentar
neoliberal-fisiológica que votou contra o prosseguimento da denúncia por
corrupção contra Temer — a estabilidade política e a normalidade da economia —
não tem nenhuma sustentação na realidade.
E a crise segue qual
filme de horror de longa duração cujo clímax, tudo indica, que será mais
terrível do que o que se vê agora.
"Tudo isso é um
absurdo e não entendo por que o povo não está nas ruas protestando",
comenta um amigo pelo whatsapp.
A reação popular por
enquanto está se alimentando que nem fogo de monturo, lentamente e labaredas
surgirão inevitavelmente. É questão de tempo — retruco.
É tão certo que a
grande maioria dos brasileiros está insatisfeita quanto ainda não enxerga na
linha do horizonte propostas alternativas que inspirem confiança.
Levará tempo para que
a multiplicidade de forças sociais e políticas hoje postadas na oposição
convirjam para uma plataforma comum, lastreada na preservação da soberania
nacional, normalização democrática e retomada do crescimento econômico
inclusivo.
Certos estão os
que propõem recuperar a capacidade de indução e planejamento do Estado e elevar
a taxa de investimento, recorrendo ao sistema nacional de financiamento de
longo prazo, restaurando o papel do BNDES e das empresas estatais estratégicas,
as parcerias público-privadas e a busca de acesso ao fundo de investimento patrocinado
pelo Brics, usando, inclusive, parte das reservas internacionais.
O centro de gravidade
da recuperação da economia não pode ser o mercado financeiro e sim a indústria,
fator determinante do desenvolvimento e da oferta de emprego. Mais: investimentos
em infraestrutura, inovação tecnológica e na esfera social, reduzir
estruturalmente a taxa real de juros, manter sob controle a trajetória da
dívida pública e defender a moeda.
Como costuma
dizer Miguel Arraes, “é por aí...”.
Leia mais sobre temas da atualidade:
http://migre.me/kMGFD
16 agosto 2017
Prepotência
Trump dissolve conselhos empresariais após renúncias de executivos por polêmica racista. Falta dissolver a própria empáfia.
Engano
"Avanços" incomodam setores que tiveram de "se curvar", diz Temer. Errado. O povo não se curva e reagirá. Questão de tempo.
15 agosto 2017
Tentação
Por apoio à reforma previdenciária, Temer faz ofensiva sobre líderes religiosos - depois de ter vendido a alma ao Diabo.
Contraste
PMDB governista briga pela Diretoria de Controle e Risco do Banco do Nordeste. Na região apenas 4% da população apoia o governo Temer.
14 agosto 2017
Quanto?
Impasse no governo adia anúncio de revisão de meta fiscal. Todos reconhecem o fracasso, mas uns defendem R$ 159 bilhões, outros 170 bilhões.
Recessão
Investimentos do governo federal podem chegar ao final deste ano no menor nível em dez anos. É o "Estado mínimo" aprofundando a recessão.
Regressão social
Cândido Portinari
A fome
voltou
Joan Edesson de Oliveira, no Vermelho
Conheço bem a fome. Quando criança, brincávamos de esconde-esconde com ela, que não raras vezes nos encontrava. Nunca passou, confesso, de fomezinha, minúscula. Há gradações na fome, na miséria, na pobreza, que as estatísticas nem sempre dão conta. As estatísticas não dão conta das gradações da dor que a fome provoca.
Entre a pobreza da minha infância,
nós éramos pobres, apenas pobres, sem adjetivos ou advérbios. Havia, numa
escala abaixo, os muito pobres e os miseráveis, aqueles para cuja sobrevivência
o nada já era muita coisa.
Não me orgulho disso. Não há
motivo algum para se orgulhar da pobreza, da miséria, da fome. Faço o registro
porque a fome voltou, e eu a reconheço onde a vejo, eu tenho gravado a fogo na
minha memória a sua cara feia, eu tenho tatuado no peito a dor que ela causa,
eu sei dela por todos os meus poros, e eu não a esqueço, não consegui, não
conseguirei jamais.
Tampouco tenho vergonha disso. Já
tive, muita, muita vergonha de ser pobre. É uma perversidade sem tamanho, e em
criança me ensinaram que eu era menos que os outros, que os outros eram
superiores, e que portanto eu devia me envergonhar da minha condição. Não mais,
nunca mais, prometi um dia a mim mesmo. Não me envergonharia mais disso.
Tampouco teria orgulho. É um registro apenas, uma condição de certa época da
minha vida.
Conheço a fome. A minha, fome
pequena, e a de outros, fome enorme, dentes arreganhados, a carantonha a
assustar o mais corajoso dos viventes. Naquele ciclo de seca do início da
década de 1980, entre 1980 e 1983, foi quando a vi mais de perto. Naquele então
ela já não me alcançava mais, mas atingia com força muita gente próxima a mim.
Há imagens daquele tempo que estão de tal forma gravadas em minha memória que é
como se eu as visse agora, nesse exato momento.
Não esqueço do homem em uma
bicicleta com o caixãozinho azul de anjo parado na porta da igreja, colocando
aquele minúsculo caixão nos braços e esperando que as portas se abrissem. O
padre estava viajando, mas ele só queria que o caixãozinho entrasse na igreja,
que alguém murmurasse uma prece, antes que ele amarrasse novamente o pequeno
esquife na garupa da bicicleta e fosse, sozinho com sua dor, enterrar o
anjinho.
Não posso esquecer os três irmãos,
tão pequeninos, mortos num único dia. Os caixõezinhos enfileirados, três
anjinhos mortos de fome. A mãe e o pai não choravam mais, não tinham mais
pranto. O rosto era uma máscara apenas, indiferença e resignação. Àqueles eu
acompanhei até a cova, pois a família, tão desfalcada, não era suficiente para
carregar os três até o cemitério. Aqueles me doem até hoje, até hoje me fazem
chorar quando sou, como agora, obrigado a esta lembrança.
Naqueles anos eu perdi a conta de
quantos anjinhos, em seus caixões azuis, vi desfilar nas minhas retinas. Eu
trabalhava ao lado da igreja, numa cidadezinha afogada em seca, fome, morte e
desolação, perdida no meio da geografia dos Inhamuns, nos sertões do Ceará.
Há outras imagens, como a do homem
que vi, em 1983, batendo com a cabeça no portão de ferro de um armazém de
milho. Eu o conhecia, era meu amigo. Como esquecer aquele desespero, aquele
homem que de tão faminto acreditava ser possível derrubar um portão de ferro
batendo nele com a cabeça? O portão caiu, outras cabeças e outras mãos e outros
braços se juntaram a ele, e eu aprendi ali que os castelos podem ser
derrubados.
Não posso esquecer do sargento da
polícia batendo no velhinho que juntava do chão os grãos de feijão, abandonados
pelo saque, um dentre tantos que presenciei, e levando-o preso mesmo ante o
protesto, ainda tímido e medroso, de tantos que pediam para não prenderem o
homem.
Acreditei que não precisava mais
recordar essas coisas. Acreditei que elas dormiam profundamente no fundo de
mim. Mas agora essas cenas retornaram. A fome voltou. Já anda livremente pelas ruas,
de mãos dadas com a outra anciã perversa, a morte. As duas buscam alimento
farto novamente pelos sertões, assolados por quase uma década de seca. Buscam e
encontram.
O golpe trouxe de volta a fome.
Ela está aí, esmurrando a porta. Eu a conheço, eu a reconheço em qualquer
lugar, e mesmo que por ora esteja a salvo, ela já atinge muita gente próxima a
mim.
Leia mais sobre temas da atualidade:
http://migre.me/kMGFD
Pirotecnia
Governo muda comunicação digital para melhorar a imagem de Temer. Quem disse que a internet faz milagres?
Vulnerabilidade
Com Temer, Forças Armadas sofrem corte de 44% dos recursos e se vêem ameaçadas de colapso. Defesa da nação comprometida.
13 agosto 2017
Retrocesso
Corte de gastos reduz orçamento do PAC ao menor valor em 8 anos. Crescimento estilo Temer: pra baixo, feito rabo de cavalo.
12 agosto 2017
Quem?
"Dizem que sou corajoso. Eu digo que sou mais que corajoso. Sou ousado”, diz Temer. Bravata de quem faz jogo sujo e é repudiado pelo povo.
Barbárie
Confronto entre supremacistas brancos e antifascistas deixa feridos em Charlottesville, nos EUA. É o império do ódio e da decadência.
Angu de caroço
Temer pretende contemplar 'centrão' com cargos de segundo e terceiro escalão, e não com ministérios. É rolo. Ai de ti, República!
11 agosto 2017
Venezuela na crise global
Uma grave crise
Eduardo Bomfim, no
Vermelho
A situação da Venezuela possui vetores que
alimentam uma crise que não mostra sinais de arrefecimento, em verdade tende a
se agravar. De qualquer maneira é fundamental prevalecer o princípio
indeclinável da autodeterminação e soberania das nações no cenário mundial.
No entanto essa máxima, que se encontra
assinada pelas nações signatárias da Carta das Nações Unidas, não tem sido
aplicada, muito menos nas primeiras décadas do século XXI.
Ao contrário, proliferam as intervenções,
especialmente no Oriente Médio, cujos objetivos são geomilitares, e a guerra de
rapina por riquezas naturais, como o petróleo, a principal matriz energética do
planeta.
Independente de equívocos, voluntarismos, que
possam estar sendo cometidos pelo governo da Venezuela, a campanha uníssona
feita pela grande mídia global, associada ao Mercado, mostra que a ação para
desestabilizar a Venezuela é escancarada.
Um País que é um dos grandes produtores
mundiais de petróleo, membro da OPEP. E por esse motivo foi alvo de ações
intervencionistas no século XX, com a soberania ameaçada, onde prepostos a
serviço das grandes empresas petrolíferas quase sempre governaram essa nação
sul-americana.
Hoje, além do petróleo, há uma nova realidade
multipolar com a ascensão dos BRICS. Em consequência, surgem múltiplas reações
sangrentas anglo-americanas em vários continentes.
A presença de grupos mascarados na Venezuela,
que estrearam nas chamadas primaveras árabes, como também no Brasil, e se
transformaram em uma espécie de franquia internacional louvada na grande mídia
global, de facções incendiárias, depredadoras, pseudo-anarquistas, é sinal do
que está em marcha contra esse País.
O Brasil, com 2.199 quilômetros de fronteiras
com a Venezuela, abdicou, sob o governo Temer, da sua histórica liderança no hemisfério
sul, avassalou a sua grande tradição diplomática ao Mercado, aos objetivos
geopolíticos anglo-americanos.
A ofensiva do Mercado, dos EUA, abre um
teatro para conflitos na região que até agora consegue viver distante dos
cenários de grandes operações militares globais.
O recrudescimento da crise venezuelana não
interessa aos povos latino-americanos. Cabe ao Brasil recuperar seu
protagonismo de mediador, de potência regional solidária, como membro dos
BRICS, na transição para uma nova ordem mundial.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD