Agonia prolongada
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
A narrativa governista consagra, como mantra, uma suposta estabilidade vigente, pressuposto de uma também suposta recuperação da economia, que estaria em curso.
Na sua declaração de voto, a maioria dos deputados federais que se posicionaram contra o processo movido pela Procuradoria Geral da República contra Temer repetiu o mantra.
Nada mais falso. Nem ocorre a recuperação econômica, por mais que os arautos do governo superestimem um ou outro indicador positivo — como a expansão do emprego na moderna agricultura exportadora —; nem se divisa no horizonte um traço sequer de estabilidade.
O presidente ilegítimo não dorme tranquilo, na expectativa de duas novas denúncias da PGR, agora por obstrução das investigações e formação de quadrilha. Sua base parlamentar, em permanente conflito em torno de cargos e da liberação de emendas ao OGU, segue mantida na base do mais exacerbado fisiologismo.
Demais, aqui e acolá ressurgem escaramuças entre o procurador-geral da República e ministros do STF e gestos reincidentes de insubordinação praticados por procuradores e policiais federais - componentes do esgarçamento do Estado nacional.
Assim, a instabilidade permanece como marca essencial da situação, expressão evidente da multifacetada crise - política, econômica e institucional.
E a insatisfação popular e de expressivos segmentos da sociedade continua alimentada que nem fogo de monturo, ainda não traduzida em manifestações de rua e protestos de variadas formas pela carência de alternativas políticas perceptíveis.
O reagrupamento das forças derrotadas com o impeachment da presidenta Dilma e a sua interação com segmentos sociais e políticos outros, ainda demanda tempo e maturação.
Na verdade, tamanha é a crise em que o Brasil está mergulhado, que a estabilidade política e institucional e a retomada do crescimento econômico inclusivo e soberano, têm como pressuposto o pronunciamento da sociedade através do voto.
Ou seja, nos marcos do atual governo - condutor de uma agenda antipopular e antinacional e rejeitado amplamente pela população - não há a menor possibilidade de superação da crise.
Em termos imediatos, a nação se vê constrangida por um poder político ilegítimo e desmoralizado e amarga a hipótese de conviver com Temer na presidência até o final do ano vindouro, se não entrar em cena a pressão popular.
É a hipótese da agonia prolongada. Por enquanto, a via preferencial do rentismo internacional e das elites oligárquicas tupiniquins. Contra a nação e contra o povo.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
A narrativa governista consagra, como mantra, uma suposta estabilidade vigente, pressuposto de uma também suposta recuperação da economia, que estaria em curso.
Na sua declaração de voto, a maioria dos deputados federais que se posicionaram contra o processo movido pela Procuradoria Geral da República contra Temer repetiu o mantra.
Nada mais falso. Nem ocorre a recuperação econômica, por mais que os arautos do governo superestimem um ou outro indicador positivo — como a expansão do emprego na moderna agricultura exportadora —; nem se divisa no horizonte um traço sequer de estabilidade.
O presidente ilegítimo não dorme tranquilo, na expectativa de duas novas denúncias da PGR, agora por obstrução das investigações e formação de quadrilha. Sua base parlamentar, em permanente conflito em torno de cargos e da liberação de emendas ao OGU, segue mantida na base do mais exacerbado fisiologismo.
Demais, aqui e acolá ressurgem escaramuças entre o procurador-geral da República e ministros do STF e gestos reincidentes de insubordinação praticados por procuradores e policiais federais - componentes do esgarçamento do Estado nacional.
Assim, a instabilidade permanece como marca essencial da situação, expressão evidente da multifacetada crise - política, econômica e institucional.
E a insatisfação popular e de expressivos segmentos da sociedade continua alimentada que nem fogo de monturo, ainda não traduzida em manifestações de rua e protestos de variadas formas pela carência de alternativas políticas perceptíveis.
O reagrupamento das forças derrotadas com o impeachment da presidenta Dilma e a sua interação com segmentos sociais e políticos outros, ainda demanda tempo e maturação.
Na verdade, tamanha é a crise em que o Brasil está mergulhado, que a estabilidade política e institucional e a retomada do crescimento econômico inclusivo e soberano, têm como pressuposto o pronunciamento da sociedade através do voto.
Ou seja, nos marcos do atual governo - condutor de uma agenda antipopular e antinacional e rejeitado amplamente pela população - não há a menor possibilidade de superação da crise.
Em termos imediatos, a nação se vê constrangida por um poder político ilegítimo e desmoralizado e amarga a hipótese de conviver com Temer na presidência até o final do ano vindouro, se não entrar em cena a pressão popular.
É a hipótese da agonia prolongada. Por enquanto, a via preferencial do rentismo internacional e das elites oligárquicas tupiniquins. Contra a nação e contra o povo.
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Ontem, com Nevinha, Hugo e outros discutimos sobre isso. Continuo com meu mantra: como reverter? Não acredito mais em atos públicos. Como conseguir acordar a população?
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