Democracia e soberania nacional serão restauradas pelo povo
Nota da presidenta nacional do PCdoB
O
Golpe de Estado de que o Brasil foi vítima, depois de a democracia ter sido
mutilada, segue a expor o país a uma crescente crise institucional, com a perda
de equilíbrio e o choque entre os Poderes da República. Um novo sintoma de que
essa crise se deteriora veio de uma declaração recente de um general da ativa
pregando abertamente uma “intervenção” militar como solução para a grave
situação nacional. Este General já fora disciplinarmente admoestado em 2015,
quando foi removido do comando militar do Sul, por ato político de
indisciplina. O presente episódio, embora isolado, não pode ser
minimizado pelas forças democráticas, patrióticas e populares. É grave e exige
firme e equilibrado repúdio.
Este
episódio não é um raio em céu azul. Em grande medida, deriva da perda de
autoridade dos Poderes da República, da forte desmoralização – sobretudo do
Executivo – do protagonismo político descabido do Judiciário, dos gravíssimos
danos contra a Nação e a classe trabalhadora, entre eles, o desmonte do Estado
nacional e a privatização de empresas e riquezas estratégica do país.
É
produto, também, da “satanização” que houve, e que há, por parte dos monopólios
midiáticos, da política e dos partidos como um todo. A campanha exaustiva e
contínua de que todos os partidos e todos os políticos são inaptos e corruptos
cria um caldo de cultura reacionário de que a saída seria fora da política. Daí
esse brado reacionário, afrontoso à Constituição Federal, de que a intervenção
militar seria a solução.
Esse
grito do general por uma “intervenção” militar contra os descaminhos do golpe
parlamentar soma-se a outras cogitações retrógradas, como implantação do
parlamentarismo ou de um semipresidencialismo, que, no seu conjunto, ameaçam
truncar, este sim, o único caminho –dentro do calendário estipulado pela
Constituição Federal – para se restaurar a democracia e a soberania nacional: a
realização da eleição presidencial de 2018.
Pela
realidade política concreta do país, a responsabilidade de restaurar a
democracia, salvar o Brasil, preservar os direitos é uma tarefa que cabe às
forças democráticas, patrióticas e populares.
Que
as Forças Armadas, nas circunstâncias da ruptura democrática que houve, sigam,
como corretamente o fizeram até aqui, atuando nos marcos da Constituição. Por
isto, é positiva a Nota do Comandante do Exército, General Eduardo Dias da
Costa Villas Bôas, reafirmando o compromisso da Instituição com a democracia,
com a Nação e informando que, diante do episódio citado, foram adotadas
providências para assegurar “ a coesão, a hierarquia e a disciplina”.
Recife,
23 de setembro de 2017
Deputada
Federal Luciana Santos
Presidenta
do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
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